Kursk (K-141): diferenças entre revisões
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Revisão das 14h47min de 3 de dezembro de 2019
Kursk | |
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Rússia | |
Operador | Marinha da Rússia |
Homônimo | Batalha de Kursk |
Estaleiro | Severodvinsk |
Batimento de quilha | 1990 |
Lançamento | 16 de maio de 1994 |
Comissionamento | 30 de dezembro de 1994 |
Porto de registro | Vidyayevo |
Número de registro | K-141 |
Estado | Parcialmente desmontado; proa naufragada |
Destino | Afundou no Mar de Barents em 12 de agosto de 2000 |
Características gerais | |
Tipo de navio | Submarino |
Classe | Oscar II |
Deslocamento | 13.400–16.400 t |
Maquinário | 2 reatores nucleares 2 turbinas a vapor |
Comprimento | 154 m |
Boca | 18,2 m |
Calado | 9 m |
Propulsão | 2 hélices de sete lâminas |
Velocidade | 32 nós (59 km/h) (submerso) 16 nós (30 km/h) (superfície) |
Profundidade | 300–500 m |
Armamento | 24 mísseis P-700 Granit 24 torpedos 4 tubos de torpedos de 533 mm 2 tubos de torpedo de 650 mm |
Tripulação | 118 |
O K-141 Kursk, foi um submarino nuclear da Classe Oscar II, pertencente à Marinha Russa que afundou no Mar de Barents em 12 de Agosto de 2000, com uma tripulação de 118 homens. Foi batizado em homenagem a uma das maiores batalhas da Segunda Guerra Mundial, a Batalha de Kursk, em 1943.
História
Foi uma das primeiras embarcações concluídas, logo após a queda da União Soviética. Sua função principal seria compor a Frota do Mar do Norte, cuja sede localiza-se em Severomorsk. As obras de construção começaram em 1990 em Severodvinsk, perto de Arkhangelsk, sendo lançado em Dezembro de 1994.
Possuía 154m de comprimento, 18m de largura, e equivalente a quatro andares de altura (Peso estimado de 18.000 Ton), sendo considerado o maior submarino de ataque já construído. Sendo considerado indestrutível pelos marinheiros russos, devido ao seu tamanho e aos recursos tecnológicos.
Incidente
De acordo com informações do serviço de sismologia da Noruega, Instituição NORSAR, teria havido duas explosões detectadas aproximadamente nas coordenadas 69°38'N e 37°19'E, durante a manhã de 12 de agosto de 2000. A primeira explosão foi às 11:29:34 (hora de Moscovo) e teve uma magnitude de 1,5 na escala de Richter, seguido de um segundo de 3,5, às 11:31:48, correspondendo a cerca de 100/250 kg de explosivos(TNT).
Dados semelhantes foram registrados por estações sísmicas no Canadá e Alasca. Além disso, dois submarinos americanos (um deles - USS Memphis), que estavam acompanhando os exercícios, registrou duas explosões submarinas às 11:38. Um submarino russo e o cruzador pesado PETR Velikiy que também acompanhavam as manobras, detectaram essas explosões também. O Ministro da Defesa da Rússia disse que o submarino russo de apoio, recebeu também o som de uma terceira explosão às 11:44. O submarino americano alega ter detectado um ruído durante o intervalo entre as duas explosões, que reconheceu como tanques de lastro de sopro explodindo ou o aumento da velocidade do hélice. O acidente só foi tornado oficialmente público no dia 14 de Agosto. O Incidente com o submarino Kursk provocou uma enorme reação no mundo, pois tratando-se de um submarino nuclear, temia-se um acidente parecido com o de Chernobyl. Durante a noite de 14 de agosto as nações da França, Alemanha, Grã-Bretanha, Israel, Itália, Noruega, Estados Unidos da América e outros países ofereceram sua ajuda. Porém como o submarino continha tecnologia e segredos militares, os russos foram reticentes em aceitar tal ajuda.[1]
Estudos indicam que a tripulação dos compartimentos 5 e 5B, conseguiu lacrá-los logo após a segunda explosão. Estes compartimentos eram revestidos de chumbo (sarcófago) e continham os reatores atômicos,uma vez lacrados, somente poderiam ser abertos pelo lado de dentro. Esta ação foi de fundamental importância evitando que explodissem devido a alta temperatura que estava sendo acumulado no submarino. Investigações após o resgate,indicam que a temperatura dentro do submarino após a série de explosões tenha atingido 8.000 graus Celsius.[2]
O submarino afundou em águas relativamente rasas a uma profundidade de 108 metros (354 pés), cerca de 135 km (85 milhas) de Severomorsk, na posição 69° 40′ N, 37° 35′ L. Uma dessas explosões teria aberto grandes buracos no casco do submarino.
Resgate
Nenhuma autoridade russa admitiu que 23 marinheiros haviam conseguido sobreviver por um período de dois dias após o acidente. Depois da explosão na câmara de mísseis, os tripulantes foram para o compartimento número nove do submarino, localizado na proa, e emitiram sinais de socorro por 48 horas.[3]
As autoridades da Rússia só aceitaram a ajuda dos noruegueses e britânicos quatro dias depois do acidente. O fato mais constrangedor ao Governo Russo foi ver os homens-rãs ocidentais, com roupas especiais e descendo em “sinos” (equipamentos de resgate), realizar a operação de descida e abertura das escotilhas em menos de um dia. A justificativa da Marinha Russa era a necessidade de se preservarem os segredos militares do submarino nuclear. O governador da província de Kursk, Alexander Rutskoi, disse que o motivo pelo qual os russos não queriam ninguém no fundo do mar Barents era o teste de um novo tipo de míssil, que segundo informações ainda permanecia nele.
Na segunda-feira, 21 de Agosto, às 07.45 da manhã, quatro mergulhadores noruegueses da empresa Stolt Comex Seaway conseguiram abrir a primeira escotilha do submarino. Os homens-rãs deparam-se com o cenário mais temido. “Todos os compartimentos estão inundados e nenhum membro da tripulação sobreviveu”, declarou o vice-almirante russo Mikhail Motsak.
Causa
"Está escuro aqui a escrever, mas vou tentar pelo tato.Parece que não há chances, 10-20%. Vamos torcer para que pelo menos alguém leia isto. Aqui está a lista de pessoal de outras seções, que estão agora no nono e tentará sair. Cumprimentos a todos, sem necessidade de ficar desesperados."
Capitão-Tenente Dmitri Kolesnikov
A hipótese mais coerente é a de que no lançamento do torpedo a proa do submarino tenha explodido, atingindo ainda outros compartimentos da belonave. Segundo o jornal militar russo Krasnaia Zvezda, o Kursk estaria usando um novo tipo de combustível que é líquido, mais barato e de muito mais alta combustão. Há ainda uma hipótese, mais sinistra, de que o submarino estaria com mísseis nucleares supersônicos. Uma carta que explicava as causas do naufrágio do submarino Kursk foi encontrada no corpo de um tripulante e mantida em segredo pelas autoridades russas, disseram militares da Frota do Norte hoje citados pelo diário Izvestia.
De acordo com estas fontes, foram encontradas duas cartas a 25 de Outubro no cadáver do oficial da marinha Dmitri Kolesnikov, tendo apenas uma sido divulgada.
Na carta mantida em segredo, Kolesnikov descreve exatamente o que aconteceu e afirma que, na sequência da morte do comandante do Kursk, assumiu o comando do submarino, precisaram as fontes, sem adiantar mais pormenores sobre o documento.
Na mensagem que foi divulgada, Kolesnikov referia que pelo menos 23 homens, dos 118 que se encontravam a bordo do Kursk, sobreviveram ao acidente e se refugiaram num compartimento da popa do submarino. A nota, divulgada pelas autoridades russas, não continha qualquer indicação sobre as causas do naufrágio.
Uma segunda carta, também encontrada no corpo de um marinheiro que se refugiou na proa do Kursk, também foi divulgada. A carta, manuscrita, descreve os minutos imediatamente após a catástrofe, mas não indica as causas.
Homenagens e referências ao submarino Kursk nas artes
Música
- A banda de heavy metal/doom metal KYPCK, da Finlândia, foi assim batizada porque este nome significa Kursk, em alfabeto cirílico. O nome, segundo os próprios integrantes do grupo, pode se referir à Batalha de Kursk, travada durante a Segunda Guerra Mundial, mas também ao submarino. Apesar de a banda ser finlandesa, suas composições são todas no idioma russo.
- "The Kursk" é uma música de Matt Elliott , contida em seu álbum "Drinking Songs".
- "Barren the Sea" é uma canção que foi composta pela banda Sequoya, em homenagem à tripulação morta no desastre.
- A banda cipriota de heavy metal/rock progressivo/power metal Armageddon Rev 16:16, no álbum "Sundown Of Humanity", gravado em 2014, presta homenagem ao submarino Kursk e sua tripulação, na música "Icy Blackness (Kursk)"[4]
Teatro
- The Kursk[5] – fala sobre os tripulantes que, num primeiro momento, sobreviveram no interior do submarino, por Sasha Janowicz.
- Kursk – uma peça escrita pelo dramaturgo Bryony Lavery, apresenta o ponto de vista do dramaturgo.
Cinema
- Kursk – O filme de 2018 aborda o desastre do submarino e a negligência governamental que se seguiu. Por Thomas Vinterberg.
Referências
- ↑ http://www.clicrbs.com.br/busca/zerohora/[ligação inativa] - Arquivo do Jornal Zero Hora
- ↑ Peter Truscott, Kursk: O Orgulho Perdido Da Rússia - Landscape, 2003 . Pag. 42
- ↑ http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL86786-5602,00-RUSSOS+LEMBRAM+TRAGEDIA+DO+SUBMARINO+KURSK+APOS+SETE+ANOS.html
- ↑ https://www.metal-archives.com/albums/Armageddon_Rev_16%3A16/Sundown_on_Humanity/399807
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 3 de março de 2014. Cópia arquivada em 3 de março de 2014
Ligações externas
- http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&newsID=a2288319.xml - Arquivo do Jornal Zero Hora - RS
- http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/kursk.shtml
- https://web.archive.org/web/20091118074156/http://www.russialink.org.uk/kursk/ - Site Oficial do Acidente
- https://web.archive.org/web/20100903165914/http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/10-anos-da-tragedia-com-o-submarino-kursk 12/05/2012 - 19:40
- http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/4145280.stm Visita em 12/12/2012 - 21:40
Bibliografia
- Dunmore, Spencer (2002), Lost Subs: From the "Hunley" to the "Kursk", the Greatest Submarines Ever Lost – And Found. Cambridge, MA: Da Capo. ISBN 0-306-81140-5
- Moore, Robert (2002), A Time to Die: The Untold Story of the Kursk Tragedy. Crown Publishers NY, NY. ISBN 978-0609610008
- Weir, Gary E. and Boyne, Walter J. (2003), Rising Tide: The Untold Story Of The Russian Submarines That Fought The Cold War. Basic Books, NY, NY. ISBN 978-0465091126
- Truscott, Peter (2003), Kursk: O Orgulho Perdido da Rússia (Título original: Kursk: Russia´s Lost Pride). Tradução de Denis Mattar. São Paulo, SP: Editora Landscape. ISBN 85-88647-23-0
- Flynn, Ramsey (2004), Cry from the Deep: The Sinking of the Kursk, the Submarine Disaster That Riveted the World and Put the New Russia to the Ultimate Test. Harper Collins. ISBN 978-0060936419
- Rear Admiral Mian Zahir Shah (2005) Sea Phoenix: A True Submarine Story. ISBN 978-9698318048