Sintaxe: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Verides (discussão | contribs)
Verides (discussão | contribs)
Linha 9: Linha 9:
A syntaxe é importante pois a unidade falada é a [[oração (gramática)|oração]], não a palavra ou o som. Em termos práticos, o falante fala e o ouvinte ouve orações. Salvo o caso quando uma única palavra é portadora de sentido completo.<ref name="Borba">{{citar livro|autor =Borba, Francisco S. |autorlink = |coautor= |título=Introdução aos Estudos Linguísticos |data= 1975 |publicado=Companhia Editora Nacional |local= São Paulo | isbn= |página= 251}}</ref>
A syntaxe é importante pois a unidade falada é a [[oração (gramática)|oração]], não a palavra ou o som. Em termos práticos, o falante fala e o ouvinte ouve orações. Salvo o caso quando uma única palavra é portadora de sentido completo.<ref name="Borba">{{citar livro|autor =Borba, Francisco S. |autorlink = |coautor= |título=Introdução aos Estudos Linguísticos |data= 1975 |publicado=Companhia Editora Nacional |local= São Paulo | isbn= |página= 251}}</ref>


Os primeiros passos da tradição [[Europa|europeia]] no estudo da sintaxe foram dados pelos antigos [[Grécia|gregos]], começando com [[Aristóteles]], que foi o primeiro a dividir a phrase em [[sujeito]]s e [[Predicado (gramática)|predicados]]. Um segundo contributo fundamental deve-se a [[Frege]] que critica a análise aristotélica, propondo uma divisão da frase em função e argumento. Deste trabalho fundador, deriva toda a lógica formal contemporânea, bem como a syntaxe formal. No [[século XIX]] a [[filologia|philologia]] dedicou-se sobretudo à investigação nas áreas da [[fonologia]] e [[Morfologia (linguística)|morfologia]], não tendo reconhecido o contributo fundamental de [[Frege]], que só em meados do século XX foi verdadeiramente apreciado.
Os primeiros passos da tradição [[Europa|europeia]] no estudo da sintaxe foram dados pelos antigos [[Grécia|gregos]], começando com [[Aristóteles]], que foi o primeiro a dividir a phrase em [[sujeito]]s e [[Predicado (gramática)|predicados]]. Um segundo contributo fundamental deve-se a [[Frege]] que critica a análise aristotélica, propondo uma divisão da frase em função e argumento. Deste trabalho fundador, deriva toda a lógica formal contemporânea, bem como a syntaxe formal. No [[século XIX]] a [[filologia|philologia]] dedicou-se sobretudo à investigação nas áreas da [[fonologia|phonologia]] e [[Morfologia (linguística)|morphologia]], não tendo reconhecido o contributo fundamental de [[Frege]], que só em meados do século XX foi verdadeiramente apreciado.


== Análise Sintática ==
== Análise Sintática ==

Revisão das 02h19min de 18 de junho de 2020

 Nota: ""Análise sintática"" redireciona para este artigo. Para o conceito em computação, veja Análise sintática (computação).
Gramática
Classificação
Comunicação
Fonética
Fonologia
Morfologia
Sintaxe
Semântica
Etimologia
Estilística
Literatura
Tipos
Descritiva
Gerativa
Formal
Funcional
Normativa
Transformacional
Universal
Implícita
Contrastiva
Reflexiva
Histórica
Artigos Relacionados
Gramática
Linguística
Lexicologia
Retórica
Língua

Syntaxe (pronúncia no AFI/sí'tasɨ/) (do grego clássico σύνταξις "estrutura", de σύν, transl. syn, "mais", e τάξις, transl. táxis, "classe") é o estudo das regras que regem a construção de phrases nas línguas naturais.[1] A syntaxe é a parte da grammatica que estuda a disposição das palavras na phrase e das phrases no discurso, incluindo a sua relação lógica, entre as múltiplas combinações possíveis para transmittir um significado completo e compreensível. À inobservância das regras de syntaxe chama-se solecismo.[2]

Na linguística, a syntaxe é o ramo que estuda os processos generativos ou combinatórios das phrases das línguas naturais, tendo em vista especificar a sua estrutura interna e funcionamento. O termo "syntaxe" também é usado para referir o estudo das regras que regem o comportamento de sistemas mathemáticos, como a lógica, e as linguagens de programação de computadores.

A syntaxe é importante pois a unidade falada é a oração, não a palavra ou o som. Em termos práticos, o falante fala e o ouvinte ouve orações. Salvo o caso quando uma única palavra é portadora de sentido completo.[3]

Os primeiros passos da tradição europeia no estudo da sintaxe foram dados pelos antigos gregos, começando com Aristóteles, que foi o primeiro a dividir a phrase em sujeitos e predicados. Um segundo contributo fundamental deve-se a Frege que critica a análise aristotélica, propondo uma divisão da frase em função e argumento. Deste trabalho fundador, deriva toda a lógica formal contemporânea, bem como a syntaxe formal. No século XIX a philologia dedicou-se sobretudo à investigação nas áreas da phonologia e morphologia, não tendo reconhecido o contributo fundamental de Frege, que só em meados do século XX foi verdadeiramente apreciado.

Análise Sintática

A análise sintática pode ser dividida em dois estudos: na análise do período simples — constituída de uma oração, estuda termos e suas relações em uma oração; na análise do período composto — constituída de mais de uma oração, estuda a relação entre orações. [4]

Termos essenciais, integrantes, acessórios e vocativo

Ver artigo principal: Termos da oração
Função sintática Definição Classes gramaticais que exercem essa função (núcleos)
Sujeito É a parte da oração da qual se declara alguma coisa.

Determinado

• Simples (um só núcleo):

Eu entrei.

• Composto (mais de um núcleo):

Eu e ela entramos.

• Implícito na desinência verbal:

Entramos. (sujeito: nós)

Indeterminado

• Com verbo na terceira pessoa do plural:

Discutiram calorosamente a questão.

• Com verbo intransitivo, transitivo indireto, de ligação ou transitivo direto com objeto direto preposicionado na terceira pessoa do singular + se:

Trabalha-se durante o dia.

Precisa-se de bons professores.

Está-se feliz aqui.

Estima-se a Paulo assim como a Júlio.

Inexistente

• Com verbos impessoais:

Nevou em Santa Catarina.

Não havia testemunhas.

Oracional

  • Com VLig + predicativo + QUE

É preciso que haja muita compreensão para com os amigos.

  • Com verbo na voz passiva sintética ou analítica + QUE ou SE

Dir-se-ia que ele deve receber o prêmio.

  • Com verbo unipessoal + QUE

Importa que nós compareçamos à reunião.

• Substantivo (ou expressão substantivada):

Aqueles irmãos são gêmeos.

O anoitecer pegou-o de surpresa.

• Pronome:

Ela nadava muito.

Aquilo foi inesperado.

• Numeral:

Dois terços dos alunos participaram do desfile.

Predicado É a parte da oração que contém o verbo e traz uma informação, geralmente sobre o sujeito.

• Verbal (com verbo significativo, sem predicativo):

Eu entrei.

• Nominal (com verbo de ligação + predicativo):

Eu estou cansado.

• Verbo-nominal (com verbo significativo + predicativo do sujeito ou do objeto):

Eu entrei cansado.

Predicação verbal

• Verbo de ligação (com predicativo obrigatório, indica estado e liga o sujeito ao predicativo);

• Verbo transitivo (significativo, necessita de complemento que se liga diretamente ou indiretamente);

- transitivo direto (liga-se ao objeto sem a presença da preposição)

- transitivo indireto (liga-se ao objeto por meio de preposição)

- transitivo direto e indireto (tem dois objetos, um direto e um indireto)

• Verbo intransitivo (tem sentido completo, não exige complemento).

Predicativo

Núcleo do predicado nominal, atribui qualidades ao sujeito ou ao objeto por intermédio de um verbo.

• Verbo (ou locução verbal):

O garoto caiu da moto.

• Substantivo ou expressão substantivada:

Aquele professor parece um artista.

A vida é um constante recomeçar.

• Adjetivo ou locução adjetiva:

Ela ficou doente.

O menino ficou de castigo.

• Pronome:

Meu livro é aquele.

• Numeral:

Somos sete em casa.

Objetos direto e indireto (complementos verbais) São associados ao verbo e o complementam, indicando o alvo da ação verbal.

• Objeto direto (sem preposição):

Contemplei o espetáculo.

Complemento nominal É o termo que complementa o sentido de certos nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) dotados de transitividade, da qual o complemento nominal funciona como alvo.

• CN de substantivos (sempre abstratos, se forem concretos, serão adjuntos adnominais):

O combate

• Substantivo (ou termo equivalente):
Agente da passiva É o termo que indica o praticante da ação verbal em orações na voz passiva. Vem sempre associado a um verbo no particípio. É sempre preposicionado.

Observação: o agente da passiva é sempre precedido de preposição e, assim como o sujeito, pode estar implícito ou indeterminado na oração com voz passiva sintética, podendo vir expresso na voz passiva analítica.

Às 15 horas, a aula de história foi iniciada pelo professor.

Às 15 horas, iniciou-se a aula de história.

• Substantivo (ou termo equivalente):
Adjunto adnominal É o termo que caracteriza um substantivo da oração sem o intermédio de verbo. Pode ser formado por artigos, numerais, adjetivos, locuções adjetivas, pronomes possessivos, demonstrativos, indefinidos e interrogativos, e o relativo cujo.

Observação: Os pronomes pessoais retos e oblíquos e os de tratamento têm valor de substantivo e exercem funções de sujeito e complemento verbal, não podendo ser AA.

Adjunto adverbial É o termo associado a um verbo, a um adjetivo, a um outro advérbio ou uma oração inteira e expressa uma circunstância (tempo, modo, lugar, causa, finalidade, etc.), modificando o sentido do termo a que se refere:

Ela vive bem.

Ela vive muito bem.

Ontem, eles tinham uma vida proporcionalmente boa.

Advérbio (ou locução adverbial):

Os bombeiros estão sempre atentos.

Eles falam bem.

A criança aprende aos poucos.

Aposto É o termo que explica, enumera, desenvolve, especifica ou resume um substantivo da oração, ao qual é equivalente. • Substantivo (ou termo equivalente):

Maria, minha prima, não veio.

Vocativo

(Termo independente)

É um termo isolado dentro da oração e que é usado para chamar ou interpelar o interlocutor. • Substantivo (ou termo equivalente):

Referências

  1. Priberam
  2. O que é a sintaxe?
  3. Borba, Francisco S. (1975). Introdução aos Estudos Linguísticos. São Paulo: Companhia Editora Nacional. p. 251 
  4. Renato Aquino. Português Para Concursos. [S.l.]: Elsevier Brasil. p. 140. ISBN 8535217983, 9788535217988 Verifique |isbn= (ajuda) 


Ícone de esboço Este artigo sobre linguística ou um linguista é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.