Búzio: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 34: Linha 34:


{{referências|col=2}}
{{referências|col=2}}
[[Categoria:Gastrópodes]]
[[Categoria:Fauna do Brasil]]
[[Categoria:Fauna de Portugal]]

Revisão das 00h03min de 15 de agosto de 2020

 Nota: Para outros significados, veja Búzio (desambiguação).
Como ler uma infocaixa de taxonomiaBúzio
Cinco vistas da concha de Bolinus brandaris (Linnaeus, 1758)[1], de espécime coletado próximo a Montpellier, França; uma espécie denominada búzio em Portugal.[2][3][4]
Cinco vistas da concha de Bolinus brandaris (Linnaeus, 1758)[1], de espécime coletado próximo a Montpellier, França; uma espécie denominada búzio em Portugal.[2][3][4]
A concha do Cassidae Cassis tuberosa (Linnaeus, 1758)[5], espécie denominada búzio em costas brasileiras e utilizada como instrumento de sopro.[2][3][4]
A concha do Cassidae Cassis tuberosa (Linnaeus, 1758)[5], espécie denominada búzio em costas brasileiras e utilizada como instrumento de sopro.[2][3][4]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda

Búzio (ou buzo, na região nordeste do Brasil)[2][6] é a denominação vernácula, em português, para vários moluscos gastrópodes marinhos da subclasse Caenogastropoda; caramujos cujas conchas são caracterizadas por apresentar um canal sifonal mais ou menos longo; alguns dotados de espiral fusiforme, mais ou menos alta, como é o caso de Charonia variegata (Lamarck, 1816), encontrada na ilha da Madeira[4][7][8], ou Charonia lampas (Linnaeus, 1758).[9][10] Em Portugal, as principais espécies com tal nome são os Muricidae Bolinus brandaris (Linnaeus, 1758), de coloração amarelada, e Hexaplex trunculus (Linnaeus, 1758), de coloração branco-amarelada, com listras amarronzadas em espiral.[1][2][3][11] A palavra também é empregada nos moluscos da família Buccinidae, como é o caso de Buccinum undatum Linnaeus, 1758, também chamados bucinos.[12][13]

No Brasil esta denominação inclui espécies de Cypraeidae nativas e provenientes do Indo-Pacífico, utilizadas como instrumento de adivinhação pelas religiões de matriz africana; como é o caso das espécies Naria spurca (Linnaeus, 1758) - conhecida por buzo-fêmea -[2][3][14][15][16], Luria cinerea (Gmelin, 1791) - conhecida por buzo-macho -[2][3][17], Monetaria moneta (Linnaeus, 1758), Monetaria annulus (Linnaeus, 1758) e Monetaria caputserpentis (Linnaeus, 1758).[14][18][19][20]; também sendo denominados búzio os moluscos de maiores dimensões, como Cassis tuberosa (Linnaeus, 1758), o búzio-totó[2][5][21], Titanostrombus goliath (Schröter, 1805), o búzio-de-aba ou búzio-de-chapéu[22][23][24], e Monoplex parthenopeus (Salis Marschlins, 1793), o búzio peludo ou búzio-cabeludo.[25][26] Rodolpho von Ihering comenta, no seu Dicionario dos Animais do Brasil, esta denominação para o gênero Strombus e acrescenta a ilustração do caramujo Strombus pugilis Linnaeus, 1758 em seu verbete.[6]

Etimologia

A etimologia de búzio provém de bucina, que significa "trombeta" em latim; denominação esta proveniente do fato de que algumas destas espécies são utilizadas como instrumento de sopro pelos pescadores e jangadeiros para anunciar sua chegada ao porto ou como meio de comunicação marítima.[3] Para esta finalidade, preparam um furo no ápice da espiral da concha, por onde sopram produzindo um som de estridência rouquenha, muito característico, que se ouve de bem longe.[27] Existem outras espécies, fora dos territórios de língua portuguesa, em que se servem da mesma finalidade os habitantes da costa; como é o caso de Aliger gigas, Titanostrombus galeatus, Charonia tritonis, Turbinella pyrum e Syrinx aruanus.[carece de fontes?]

Galeria de imagens de espécies de búzios

Ver também

Referências

  1. a b «Bolinus brandaris» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  2. a b c d e f g HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 536. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X 
  3. a b c d e f FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 296-297. 1838 páginas 
  4. a b c «búzio». Infopédia - Dicionários Porto Editora. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  5. a b «Cassis tuberosa» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  6. a b Ihering, Rodolpho von (1968). Dicionario dos Animais do Brasil. São Paulo: Editora Universidade de Brasília. p. 169. 790 páginas 
  7. a b «Charonia variegata» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  8. «ESPÉCIE DO MÊSː BÚZIO DE TOCAR». Câmara Municipal do Funchal. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  9. «Charonia lampas» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  10. Ferreira, Franclim F. (2002–2004). «Conchas» (em inglês). FEUP. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  11. a b «Hexaplex trunculus» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  12. a b «Buccinum undatum distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  13. «bucino». Dicionário Online de Português: Dicio. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020. Gênero (Buccinum) típico da família dos Bucinídeos, que compreende os búzios. 
  14. a b Léo Neto, Nivaldo A.; Voeks, Robert; Dias, Thelma; Alves, Rômulo (março de 2012). «Mollusks of Candomblé: Symbolic and ritualistic importance» (em inglês). ResearchGate. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020. Mollusks used in Candomble temples, including uses, symbolism, and liturgy. 
  15. «búzio». Michaelis - Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  16. «Naria spurca» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  17. «Luria cinerea» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  18. a b «Monetaria moneta» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  19. «Monetaria annulus» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  20. «Monetaria caputserpentis» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  21. BOFFI, Alexandre Valente (1979). Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico. São Paulo: FAPESP - Hucitec. p. 23. 182 páginas 
  22. a b «Titanostrombus goliath» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  23. MOSCATELLI, Renato (1987). A Superfamília Strombacea no Atlântico Ocidental. São Paulo: Antônio A Nano & Filho Ltda. p. 63. 98 páginas 
  24. BOFFI, Alexandre Valente (Op. cit., p.21.).
  25. «Monoplex parthenopeus» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  26. «RANELLIDAE». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  27. SANTOS, Eurico (1982). Zoologia Brasílica, vol. 7. Moluscos do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia. p. 97. 144 páginas