Trem de Prata: diferenças entre revisões
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O '''Trem de Prata''' foi um serviço ferroviário operado pela iniciativa privada que circulou entre as estações [[Estação Leopoldina|Barão de Mauá]] ([[Estrada de Ferro Leopoldina]]), no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] e Barra Funda ([[Estrada de Ferro Santos Jundiaí]]), em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], no [[Brasil]]. Um Consórcio de Empresas venceu a licitação em 15 de outubro de 1993 para operar os trens de passageiros que pertenciam à [[Rede Ferroviária Federal]]. |
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Em [[16 de fevereiro]] de [[1991]], o Expresso [[Trem Santa Cruz|Santa Cruz]], serviço que fazia a ligação Rio - São Paulo, fez sua última viagem, após iniciar suas operações em 1949 . O Expresso Santa Cruz saía da [[Estação Central do Brasil]], no [[Rio de Janeiro]] em direção à [[Estação da Luz]], em [[São Paulo]]. Houveram épocas em que o trem se dirigia à Estação Roosevelt (atual [[Estação Brás]]), também na capital paulista. |
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Com isso, o serviço ferroviário de passageiros da [[Rede Ferroviária Federal]] ficou comprometido, pois o Santa Cruz era um dos trens mais utilizados, apesar dos atrasos e problemas na conservação da via férrea. |
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Em [[13 de agosto]] de [[1993]], foi lançado o edital de licitação 033/SR-3/93,<ref>[http://books.google.com.br/books?id=ywQ_swflb7MC&pg=PA84&lpg=PA84&dq=Cons%C3%B3rcio+trem+de+prata&source=bl&ots=YH63wHsZ0v&sig=yLXhJxr0oy3um5w5PQWlmdFabOI&hl=pt-BR&ei=zZXrSZcCk4S3B6SU3cgF&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=10#PPA84,M1]</ref> através da qual a iniciativa privada ficaria responsável pela organização do serviço e venda de passagens, cabendo à Rede Ferroviária Federal a locação de 25 carros [[The Budd Company|Budd]], além de locomotivas. |
Em [[13 de agosto]] de [[1993]], foi lançado o edital de licitação 033/SR-3/93,<ref>[http://books.google.com.br/books?id=ywQ_swflb7MC&pg=PA84&lpg=PA84&dq=Cons%C3%B3rcio+trem+de+prata&source=bl&ots=YH63wHsZ0v&sig=yLXhJxr0oy3um5w5PQWlmdFabOI&hl=pt-BR&ei=zZXrSZcCk4S3B6SU3cgF&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=10#PPA84,M1]</ref> através da qual a iniciativa privada ficaria responsável pela organização do serviço e venda de passagens, cabendo à Rede Ferroviária Federal a locação de 25 carros [[The Budd Company|Budd]], além de locomotivas. |
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Em 15 de outubro, foram abertos os envelopes das propostas e o Consórcio Trem de Prata (formado pelas empresas União Interestadual de Transportes de Luxo, Interférrea Logística e Portobello Hotéis) foi declarado vencedor. Após ser apresentado à imprensa em [[14 de novembro]] de [[1994]], as viagens foram reiniciadas oficialmente em 8 de dezembro desse mesmo ano, com uma composição fazendo partidas semanais, sendo que a segunda composição só rodaria em meados de [[1995]], garantindo, dessa forma, a circulação diária do Trem de Prata, que partia do Rio de Janeiro às 23 horas e que chegava a São Paulo por volta de 8:30. No início, suas passagens custavam 85 [[Real (moeda)|reais]] (cabine simples) e 120 reais (cabine dupla). Após algum tempo, as tarifas foram reajustadas: cabine simples, com cama de solteiro (120 reais), cabine dupla, com beliches (240 reais) e suíte, com cama de casal, banheiro amplo, frigobar, lavabo e armário (360 reais). |
Em 15 de outubro, foram abertos os envelopes das propostas e o Consórcio Trem de Prata (formado pelas empresas União Interestadual de Transportes de Luxo, Interférrea Logística e Portobello Hotéis) foi declarado vencedor. Após ser apresentado à imprensa em [[14 de novembro]] de [[1994]], as viagens foram reiniciadas oficialmente em 8 de dezembro desse mesmo ano, com uma composição fazendo partidas semanais, sendo que a segunda composição só rodaria em meados de [[1995]], garantindo, dessa forma, a circulação diária do Trem de Prata, que partia do Rio de Janeiro às 23 horas e que chegava a São Paulo por volta de 8:30. No início, suas passagens custavam 85 [[Real (moeda)|reais]] (cabine simples) e 120 reais (cabine dupla). Após algum tempo, as tarifas foram reajustadas: cabine simples, com cama de solteiro (120 reais), cabine dupla, com beliches (240 reais) e suíte, com cama de casal, banheiro amplo, frigobar, lavabo e armário (360 reais). |
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O Trem de Prata, que muita gente chamava de “trem hotel”, era um serviço de turismo luxuoso. Para se ter ideia, o salário mínimo no Brasil em 1994 (ano que trem começou a funcionar) era R$ 64,79, chegando a R$ 70 no final do ano Em novembro de 2020 um passeio na suite do casal custaria em torno de R$ 3.700,00<ref>[http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_Id=31&breadcrumb=1&Artigo_ID=333&IDCategoria=600&reftype=1]</ref> |
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Após alguns anos de funcionamento, o Consórcio Trem de Prata desistiu da operação comercial do trem de prata, devido aos constantes atrasos provocados pela má conservação da via (que obrigava o trem circular em baixa velocidade), à concorrência com a [[Ponte aérea Rio-São Paulo]] (que se popularizou nessa época com a queda dos preços das passagens), além do fim da [[Rede Ferroviária Federal]], quando a malha ferroviária entre Rio e São Paulo foi concedida à empresa MRS Logística S/A. |
Após alguns anos de funcionamento, o Consórcio Trem de Prata desistiu da operação comercial do trem de prata, devido aos constantes atrasos provocados pela má conservação da via (que obrigava o trem circular em baixa velocidade), à concorrência com a [[Ponte aérea Rio-São Paulo]] (que se popularizou nessa época com a queda dos preços das passagens), além do fim da [[Rede Ferroviária Federal]], quando a malha ferroviária entre Rio e São Paulo foi concedida à empresa MRS Logística S/A. |
Revisão das 01h02min de 28 de novembro de 2020
Trem de Prata | ||||||||||||||||||||||
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Um dos carros do Trem de Prata | ||||||||||||||||||||||
Informações | ||||||||||||||||||||||
Proprietário | Rede Ferroviária Federal | |||||||||||||||||||||
Local | Estação Leopoldina, Rio de Janeiro - Estação Barra Funda ,São Paulo | |||||||||||||||||||||
Tipo de transporte | ferroviário longo percurso | |||||||||||||||||||||
Número de linhas | 1 | |||||||||||||||||||||
Funcionamento | ||||||||||||||||||||||
Início de funcionamento | 8 de dezembro de 1994 | |||||||||||||||||||||
Fim de funcionamento | 30 de novembro de 1998 | |||||||||||||||||||||
Operadora(s) | Consórcio Trem de Prata (formado pelas empresas União Transporte Interestadual de Luxo, Interférrea Logística e Portobello Hotéis) | |||||||||||||||||||||
Bitola | Bitola irlandesa 1 600 mm (5,25 ft) | |||||||||||||||||||||
Sucessão de Linhas | ||||||||||||||||||||||
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Mapa da linha (1998) | |||||||||||||||||||||||||||||||
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Trem Santa Cruz (1991) | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O Trem de Prata foi um serviço ferroviário operado pela iniciativa privada que circulou entre as estações Barão de Mauá (Estrada de Ferro Leopoldina), no Rio de Janeiro e Barra Funda (Estrada de Ferro Santos Jundiaí), em São Paulo, no Brasil. Um Consórcio de Empresas venceu a licitação em 15 de outubro de 1993 para operar os trens de passageiros que pertenciam à Rede Ferroviária Federal.
História
Em 16 de fevereiro de 1991, o Expresso Santa Cruz, serviço que fazia a ligação Rio - São Paulo, fez sua última viagem, após iniciar suas operações em 1949 . O Expresso Santa Cruz saía da Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro em direção à Estação da Luz, em São Paulo. Houveram épocas em que o trem se dirigia à Estação Roosevelt (atual Estação Brás), também na capital paulista.
Com isso, o serviço ferroviário de passageiros da Rede Ferroviária Federal ficou comprometido, pois o Santa Cruz era um dos trens mais utilizados, apesar dos atrasos e problemas na conservação da via férrea.
O Santa Cruz era muito utilizado por agências de viagem que vendiam pacotes de viagens de trem entre o Rio de Janeiro e Corumbá, sendo que o seu cancelamento causou prejuízos econômicos.
Após tentativas malsucedidas de se retomar o serviço, ocorridas em 1992, a Rede Ferroviária Federal resolveu retomar a operação dos trens em parceria com a iniciativa privada.
Em 13 de agosto de 1993, foi lançado o edital de licitação 033/SR-3/93,[1] através da qual a iniciativa privada ficaria responsável pela organização do serviço e venda de passagens, cabendo à Rede Ferroviária Federal a locação de 25 carros Budd, além de locomotivas.
Em 15 de outubro, foram abertos os envelopes das propostas e o Consórcio Trem de Prata (formado pelas empresas União Interestadual de Transportes de Luxo, Interférrea Logística e Portobello Hotéis) foi declarado vencedor. Após ser apresentado à imprensa em 14 de novembro de 1994, as viagens foram reiniciadas oficialmente em 8 de dezembro desse mesmo ano, com uma composição fazendo partidas semanais, sendo que a segunda composição só rodaria em meados de 1995, garantindo, dessa forma, a circulação diária do Trem de Prata, que partia do Rio de Janeiro às 23 horas e que chegava a São Paulo por volta de 8:30. No início, suas passagens custavam 85 reais (cabine simples) e 120 reais (cabine dupla). Após algum tempo, as tarifas foram reajustadas: cabine simples, com cama de solteiro (120 reais), cabine dupla, com beliches (240 reais) e suíte, com cama de casal, banheiro amplo, frigobar, lavabo e armário (360 reais).
O Trem de Prata, que muita gente chamava de “trem hotel”, era um serviço de turismo luxuoso. Para se ter ideia, o salário mínimo no Brasil em 1994 (ano que trem começou a funcionar) era R$ 64,79, chegando a R$ 70 no final do ano Em novembro de 2020 um passeio na suite do casal custaria em torno de R$ 3.700,00[2]
Após alguns anos de funcionamento, o Consórcio Trem de Prata desistiu da operação comercial do trem de prata, devido aos constantes atrasos provocados pela má conservação da via (que obrigava o trem circular em baixa velocidade), à concorrência com a Ponte aérea Rio-São Paulo (que se popularizou nessa época com a queda dos preços das passagens), além do fim da Rede Ferroviária Federal, quando a malha ferroviária entre Rio e São Paulo foi concedida à empresa MRS Logística S/A.
O último Trem de Prata partiu na noite de 29 de novembro de 1998 da antiga estação Barra Funda (da EFSJ), chegando à estação Barão de Mauá (Leopoldina) na manhã de 30 de novembro.[3][4]