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* [[Cândida Branca Flor]] (1949-2001)
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* [[Carlos de Oliveira]] (1921-1981)
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* [[Carlos do Carmo]] (1939-2021)
* [[Carlos Eugénio Correia da Silva]] (1834-1905)
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* [[Carlos Honório de Gouveia Durão]] (1766-1846)
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Revisão das 20h30min de 4 de janeiro de 2021

Cemitério dos Prazeres
País
Localização
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Estatuto patrimonial
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Coordenadas
Mapa
Entrada do cemitério

O Cemitério dos Prazeres é um cemitério situado na parte ocidental de Lisboa. Fica localizado na freguesia da Estrela, perto do bairro de Campo de Ourique, sendo o segundo maior cemitério da capital portuguesa. Após a cidade de Lisboa ter sido atingida por um surto de cólera mórbus, em 1833, foi urgente a criação de grandes cemitérios, tendo sido criado assim o Cemitério dos Prazeres, juntamente com o Cemitério do Alto de São João. Passou para administração municipal em 1840 na sequência de decreto-lei de Rodrigo da Fonseca Magalhães publicado em 1835 pelo qual passaram a ser obrigatórios os enterramentos em espaços exclusivamente destinados para esse fim. Constituído quase exclusivamente por jazigos particulares, é possível admirar monumentos de autores anónimos, lado a lado com peças de arquitectos de renome do século XIX até aos nossos dias, bem como o trabalho de alguns do nossos maiores escultores que desta forma se perpetuaram através da sua magnífica obra.

Por servir o lado ocidental de Lisboa, onde estavam implantados os bairros das residências aristocráticas, logo desde os seus primeiros anos, o Cemitério dos Prazeres acabou por se tornar o cemitério das famílias dominantes da cidade, que com os seus gostos e meios materiais, acabam por dar uma certa monumentalidade ao cemitério. As construções imponentes que acabam por ocupar praticamente todo o espaço ajudam-nos a ter uma noção das ideias e gostos arquitectónicos, mas também das convicções e crenças que ficam bem evidentes na rica e variada simbologia que as ornamentam. Na capela do cemitério encontra-se a antiga sala de autópsias e desde 2001 o Núcleo Museológico, ligação entre o espaço monumental exterior e o seu interior, onde se pode observar o espólio composto por interessantes peças de época, provenientes de jazigos abandonados, ligadas ao culto da morte e da memória, tais como crucifixos, figuras de santos, candelabros, jarras, fotografias, entre muitos outros.

O Talhão de Artistas, o Talhão da Polícia de Segurança Pública e o Talhão dos Bombeiros Sapadores são únicos locais passíveis de inumação temporária, já que este cemitério não está circunscrito a nenhuma freguesia.

O Pórtico de entrada do cemitério é da autoria do arquitecto Domingos Parente da Silva. Encontra-se também aqui a maior e mais antiga concentração de ciprestes da Península Ibérica.

Abre todos os dias da semana e tem horário de funcionamento das 9h00 às 17h00 no Inverno e das 9h00 às 18h00 no Verão.[1][2]

História

Reza a História que naquele local existiu uma fonte considerada santa e milagrosa por ter aparecido junto dela uma imagem da Virgem Maria. E logo ali se construiu uma ermida dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres. A ermida deu nome a uma extensa quinta que, já no século XVI, serviu de refúgio a muitos enfermos das várias epidemias que então assolaram a cidade de Lisboa.

Era terra de hortas, vinhas e pomares e estava abrangida pela designação de Campolide, pertencendo à freguesia de Santos. No século XVIII (1741) criou-se a freguesia de Santa Isabel e aquele espaço foi aí integrado. Entre 1959 e 2013 pertenceu à freguesia homónima (Prazeres), que passou a integrar a nova freguesia da Estrela.

Nesses tempos mais antigos (séculos XVI, XVII e XVIII) foi aquele local procurado por alguns nobres para aí estabelecerem as suas quintas e casas de campo. Eram terrenos arejados, perto da Ribeira de Alcântara e com uma bela vista para o Tejo, como ainda hoje se pode admirar junto ao muro do lado poente do cemitério. Além disso, não ficava muito longe do Paço Real de Alcântara, tão do agrado do rei D. Pedro II (1648-1706).

Ali bem perto (na actual rua do Patrocínio) ficava o Convento da Boa Morte. Mas o convento acabou com a extinção das Ordens Religiosas (1834) e o edifício foi vendido a um particular.

Espaço de 12 hectares, cortado por inúmeras ruas ladeadas de enormes ciprestes, onde o silêncio e a tranquilidade imperam. O sossego convida à contemplação e todas aquelas construções nos falam do passado, das pessoas que as mandaram fazer, das que partiram para sempre, das que ficaram com a saudade. "A fé conserva unidos os que a Morte separa", pode ler-se numa lápide.

O Cemitério Ocidental de Lisboa foi aberto nos terrenos de uma quinta de que herdou o nome, Prazeres. Construído em 1833, na sequência de uma violenta epidemia de cólera morbus, destinava-se a terminar, finalmente, com os enterros nas igrejas, nas capelas ou em claustros de conventos, que comprometiam a saúde pública.[3]

Personalidades

Entre as personalidades ilustres que se encontram sepultadas no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, encontramos sobretudo nobres, políticos, actores, cantores, escritores, pintores e apresentadores de televisão. Denota-se a ausência da fadista Amália Rodrigues (1920-1999) que foi trasladada para o Panteão Nacional em 2001 após uma enorme pressão dos seus admiradores e uma modificação da lei que exigia um mínimo de quatro anos antes da trasladação. O escritor Raul Brandão (1867-1930) esteve aqui sepultado e foi trasladado em 1934, para Guimarães. A actriz Maria Lalande (1913-1968), trasladada em 1997 para o Cemitério da Guia, em Cascais. O político e escritor Tomás Ribeiro (1831-1901), foi também trasladado em 1982 para a sua terra natal, Parada de Gonta. Fernando Pessoa (1888-1935) foi também aqui sepultado a 2 de dezembro de 1935, tendo sido trasladado em 1985 para o Mosteiro dos Jerónimos. Foi também trasladado para o Panteão Nacional o escritor Aquilino Ribeiro (1885-1963) em 2007. A poetisa Natália Correia (1923-1993) foi trasladada para a ilha de São Miguel, nos Açores, em outubro de 2015. Regista-se também a ausência da Beata Maria Clara do Menino Jesus (1843-1899), posteriormente trasladada para a Cripta da Capela da Casa-Mãe, em Linda-a-Pastora.

Encontram-se sepultadas no cemitério inúmeras figuras da História de Portugal, entre elas:

Mausoléu de D. Pedro de Sousa Holstein

Ver artigo principal: Jazigo dos Duques de Palmela
Mausoléu de D. Pedro de Sousa Holstein, Duque de Palmela, no Cemitério dos Prazeres em Lisboa.

O Mausoléu de D. Pedro de Sousa Holstein, Duque de Palmela (1781-1850), é o maior mausoléu particular da Europa, com cerca de 200 corpos e restos mortais pertencentes à mesma família, à excepção de dois padres. O seu espaço exterior recria a simbólica de um templo maçon e na capela, no interior da construção, várias estátuas de escultores de renome, como Canova, Teixeira Lopes e Calmels, embelezam os túmulos.

O jazigo do Duque de Palmela só existe graças à história de amor de D. Alexandre de Sousa Holstein (1751-1803) e D. Isabel Juliana Monteiro Paim (1753-1793). O 1º Duque de Palmela, só veio a este mundo porque os seus pais protagonizaram uma bonita história de amor com final feliz. O casal esteve separado 13 anos por culpa do Marquês de Pombal, mas o matrimónio aconteceu. O jazigo do Duque de Palmela parece uma igreja. Para lá entrar é preciso abrir os portões e caminhar alguns metros até à entrada principal, ladeada por doze ciprestes de cada lado, onde repousam os restos mortais dos seus empregados. Homens do lado direito, mulheres do lado esquerdo. É uma disposição feudal, com o senhor a olhar lá de cima para os seus criados.[4]

Galeria

Referências

  1. «Sítio da Câmara Municipal de Lisboa: equipamento». www.cm-lisboa.pt. Consultado em 29 de agosto de 2017 
  2. «Cemitério dos Prazeres - História do Cemitério dos Prazeres». www.historiadeportugal.info. Consultado em 29 de agosto de 2017 
  3. guide, Lisboa ConVida - Lisbon city. «Cemitério dos Prazeres». Lisboa ConVida. Consultado em 29 de agosto de 2017 
  4. «Maior jazigo particular da Europa fica em Lisboa». tvi24. 1 de novembro de 2007 
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Ligações externas