Guiné (região): diferenças entre revisões

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Guiné é o nome dado à costa [[África|africana]] que vai aproximadamente desde o cabo [[Cabo Verde (cabo)|Verde]], no [[Senegal]], até à foz do rio [[Ogowe]], no [[Gabão]]. Por vezes é extendido mais a sul até à foz do rio [[Rio Congo|Zaire]]. Também incluídos nesta região costumam estar os arquipélagos no [[Atlântico]] ([[Cabo Verde]], [[São Tomé e Príncipe|São Tomé]]). Outras fontes identificam a região da Guiné como sendo a região da África situada a sul do [[Sahel]]. Atribui-se a designação «Guiné» pelos portugueses, embora não se tenha a certeza de qual a origem. Conjectura-se que pode ser derivado de [[Império Gana|Gana]].


Guiné é o nome dado à costa [[África|africana]] que vai aproximadamente desde o cabo [[Cabo Verde (cabo)|Verde]], no [[Senegal]], até à foz do rio [[Ogowe]], no [[Gabão]]. Por vezes é extendido mais a sul até à foz do rio [[Rio Congo]]. Também incluídos nesta região costumam estar os arquipélagos no [[Atlântico]] ([[Cabo Verde]], [[São Tomé e Príncipe|São Tomé]]). Outras fontes identificam a região da Guiné como sendo a região da África situada a sul do [[Sahel]]. Atribui-se a designação «Guiné» pelos portugueses, embora não se tenha a certeza de qual a origem. Conjectura-se que pode ser derivado de [[Império Gana|Gana]].


Orograficamente a região é geralmente caracterizada por terrenos baixos, sendo os maciços montanhosos (por ex. [[Fouta Djallon|Futa Djalon]]) pouco numerosos, e é uma zona bastante recortada por rios (por ex. [[Rio Senegal|Senegal]], [[Rio Gâmbia|Gâmbia]], [[Rio Volta|Volta]], [[Rio Níger|Níger]]) com terrenos facilmente alagáveis (por ex. lago [[Lago Volta|Volta]], delta do [[Delta do Níger|Níger]]). A vegetação acompanha o clima, sendo em grande parte da região constituída por florestas tropicais húmidas, mas podendo haver florestas equatoriais nas zonas próximas do [[Equador (geografia)|Equador]], mais a sul, e vegetação sub-tropical nas zonas tropicais secas. As savanas encontram-se mais no interior.
Orograficamente a região é geralmente caracterizada por terrenos baixos, sendo os maciços montanhosos (por ex. [[Fouta Djallon|Futa Djalon]]) pouco numerosos, e é uma zona bastante recortada por rios (por ex. [[Rio Senegal|Senegal]], [[Rio Gâmbia|Gâmbia]], [[Rio Volta|Volta]], [[Rio Níger|Níger]]) com terrenos facilmente alagáveis (por ex. lago [[Lago Volta|Volta]], delta do [[Delta do Níger|Níger]]). A vegetação acompanha o clima, sendo em grande parte da região constituída por florestas tropicais húmidas, mas podendo haver florestas equatoriais nas zonas próximas do [[Equador (geografia)|Equador]], mais a sul, e vegetação sub-tropical nas zonas tropicais secas. As savanas encontram-se mais no interior.
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A população encontra-se mais concentrada nas zonas costeiras, sendo o delta do Níger uma das zonas de maior densidade populacional de África. Trata-se de uma população diversificada, geralmente classificada conforme os grupos linguísticos dos falantes (línguas [[Línguas africanas ocidentais|Atlântico-Ocidental]], [[Línguas mandês|Mandê]], [[Línguas Kru|Kru]], [[Línguas Kwa|Kwa]], [[Línguas Ijo|Ijo]], [[Línguas bantu|Bantu]]). As principais actividades económicas continuam centradas no sector primário.
A população encontra-se mais concentrada nas zonas costeiras, sendo o delta do Níger uma das zonas de maior densidade populacional de África. Trata-se de uma população diversificada, geralmente classificada conforme os grupos linguísticos dos falantes (línguas [[Línguas africanas ocidentais|Atlântico-Ocidental]], [[Línguas mandês|Mandê]], [[Línguas Kru|Kru]], [[Línguas Kwa|Kwa]], [[Línguas Ijo|Ijo]], [[Línguas bantu|Bantu]]). As principais actividades económicas continuam centradas no sector primário.


Tradicionalmente, essa região não viu surgir estados grandes (excepção: reino de [[Reino do Benim|Benim]]), o que contrasta com a região do Sahel, a norte, que viu suceder uma série de impérios ([[Império Gana|Gana]], [[Império do Mali|Mali]], [[Império songhai|Songhai]], [[Império Kanem-Bornu|Kanem-Bornu]]). A vegetação densa favoreceu a constituição de pequenos estados autosuficentes, por vezes reduzidos à dimensão tribal e não à dimensão étnica. Presume-se que os primeiros europeus a entrar em contacto com a costa da Guiné foram navegadores portugueses no Séc. XV. Para implementar o seu comércio na região, os portugueses erigiram feitorias fortificadas (por ex. [[Arguim]], [[Acra]], [[São Jorge da Mina]]) mas foram progressivamente perdendo o controlo da região para franceses e ingleses. Entre os Séc. XV e XIX a ocupação europeia foi limitada (resumia-se a alguns pontos da costa) e a principal actividade económica era o comércio. Durante o Séc XIX, e culminando na [[Conferência de Berlim]], nota-se uma incrementação da acção colonizadora por parte de potências europeias, que acabam por dividir o território em várias colónias. A diversidade dos produtos explorados pelos europeus pode ser notada pelo nome que deram a algumas das colónias: [[Costa do Ouro]] (hoje em dia [[Gana]]), [[Costa dos Escravos]] (hoje em dia [[Benim]]), [[Costa da Pimenta]] (hoje em dia [[Libéria]] e [[Serra Leoa]]), [[Costa do Marfim]] (mantém o mesmo nome). Por vezes as colónias eram conhecidas conforme o nome da potência colonial europeia administrante: [[Guiné Francesa]] (hoje em dia [[Guiné]]), [[Guiné Portuguesa]] (hoje em dia [[Guiné-Bissau]]), [[Guiné Espanhola]] (hoje em dia [[Guiné Equatorial]]). Aproximadamente, a partir da década de 60 do Séc. XX, dá-se a independência dos diversos estados que constituem hoje a região da Guiné, mantendo grandemente as fronteiras herdadas da divisão colonial.
Tradicionalmente, essa região não viu surgir estados grandes (excepção: reino de [[Benim]]), o que contrasta com a região do Sahel, a norte, que viu suceder uma série de impérios ([[Império Gana|Gana]], [[Império do Mali|Mali]], [[Império songhai|Songhai]], [[Império Kanem-Bornu|Kanem-Bornu]]). A vegetação densa favoreceu a constituição de pequenos estados autosuficentes, por vezes reduzidos à dimensão tribal e não à dimensão étnica. Presume-se que os primeiros europeus a entrar em contacto com a costa da Guiné foram navegadores portugueses no Séc. XV. Para implementar o seu comércio na região, os portugueses erigiram feitorias fortificadas (por ex. [[Arguim]], [[Acra]], [[São Jorge da Mina]]) mas foram progressivamente perdendo o controlo da região para franceses e ingleses. Entre os Séc. XV e XIX a ocupação europeia foi limitada (resumia-se a alguns pontos da costa) e a principal actividade económica era o comércio. Durante o Séc XIX, e culminando na [[Conferência de Berlim]], nota-se uma incrementação da acção colonizadora por parte de potências europeias, que acabam por dividir o território em várias colónias. A diversidade dos produtos explorados pelos europeus pode ser notada pelo nome que deram a algumas das colónias: [[Costa do Ouro]] (hoje em dia [[Gana]]), [[Costa dos Escravos]] (hoje em dia [[Benim]]), [[Costa da Pimenta]] (hoje em dia [[Libéria]] e [[Serra Leoa]]), [[Costa do Marfim]] (mantém o mesmo nome). Por vezes as colónias eram conhecidas conforme o nome da potência colonial europeia administrante: [[Guiné Francesa]] (hoje em dia [[Guiné]]), [[Guiné Portuguesa]] (hoje em dia [[Guiné-Bissau]]), [[Guiné Espanhola]] (hoje em dia [[Guiné Equatorial]]). Aproximadamente, a partir da década de 60 do Séc. XX, dá-se a independência dos diversos estados que constituem hoje a região da Guiné, mantendo grandemente as fronteiras herdadas da divisão colonial.


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Revisão das 18h44min de 17 de maio de 2007


Guiné é o nome dado à costa africana que vai aproximadamente desde o cabo Verde, no Senegal, até à foz do rio Ogowe, no Gabão. Por vezes é extendido mais a sul até à foz do rio Rio Congo. Também incluídos nesta região costumam estar os arquipélagos no Atlântico (Cabo Verde, São Tomé). Outras fontes identificam a região da Guiné como sendo a região da África situada a sul do Sahel. Atribui-se a designação «Guiné» pelos portugueses, embora não se tenha a certeza de qual a origem. Conjectura-se que pode ser derivado de Gana.

Orograficamente a região é geralmente caracterizada por terrenos baixos, sendo os maciços montanhosos (por ex. Futa Djalon) pouco numerosos, e é uma zona bastante recortada por rios (por ex. Senegal, Gâmbia, Volta, Níger) com terrenos facilmente alagáveis (por ex. lago Volta, delta do Níger). A vegetação acompanha o clima, sendo em grande parte da região constituída por florestas tropicais húmidas, mas podendo haver florestas equatoriais nas zonas próximas do Equador, mais a sul, e vegetação sub-tropical nas zonas tropicais secas. As savanas encontram-se mais no interior.

A população encontra-se mais concentrada nas zonas costeiras, sendo o delta do Níger uma das zonas de maior densidade populacional de África. Trata-se de uma população diversificada, geralmente classificada conforme os grupos linguísticos dos falantes (línguas Atlântico-Ocidental, Mandê, Kru, Kwa, Ijo, Bantu). As principais actividades económicas continuam centradas no sector primário.

Tradicionalmente, essa região não viu surgir estados grandes (excepção: reino de Benim), o que contrasta com a região do Sahel, a norte, que viu suceder uma série de impérios (Gana, Mali, Songhai, Kanem-Bornu). A vegetação densa favoreceu a constituição de pequenos estados autosuficentes, por vezes reduzidos à dimensão tribal e não à dimensão étnica. Presume-se que os primeiros europeus a entrar em contacto com a costa da Guiné foram navegadores portugueses no Séc. XV. Para implementar o seu comércio na região, os portugueses erigiram feitorias fortificadas (por ex. Arguim, Acra, São Jorge da Mina) mas foram progressivamente perdendo o controlo da região para franceses e ingleses. Entre os Séc. XV e XIX a ocupação europeia foi limitada (resumia-se a alguns pontos da costa) e a principal actividade económica era o comércio. Durante o Séc XIX, e culminando na Conferência de Berlim, nota-se uma incrementação da acção colonizadora por parte de potências europeias, que acabam por dividir o território em várias colónias. A diversidade dos produtos explorados pelos europeus pode ser notada pelo nome que deram a algumas das colónias: Costa do Ouro (hoje em dia Gana), Costa dos Escravos (hoje em dia Benim), Costa da Pimenta (hoje em dia Libéria e Serra Leoa), Costa do Marfim (mantém o mesmo nome). Por vezes as colónias eram conhecidas conforme o nome da potência colonial europeia administrante: Guiné Francesa (hoje em dia Guiné), Guiné Portuguesa (hoje em dia Guiné-Bissau), Guiné Espanhola (hoje em dia Guiné Equatorial). Aproximadamente, a partir da década de 60 do Séc. XX, dá-se a independência dos diversos estados que constituem hoje a região da Guiné, mantendo grandemente as fronteiras herdadas da divisão colonial.

Países que constituem a região da Guiné:

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