O Cid: diferenças entre revisões

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Órfão de pai aos 15 anos, foi levado para a corte do rei [[Fernando I de Leão]], onde se tornou amigo e companheiro do infante [[Sancho II de Leão e Castela|Sancho]]. Sua educação se fez no [[monastério]] de San Pedro de Cardeña, recebendo ensinamentos sobre letras e leis.
Órfão de pai aos 15 anos, foi levado para a corte do rei [[Fernando I de Leão]], onde se tornou amigo e companheiro do infante [[Sancho II de Leão e Castela|Sancho]]. Sua educação se fez no [[monastério]] de San Pedro de Cardeña, recebendo ensinamentos sobre letras e leis.


Com a morte de Fernando I, o reino foi dividido entre seus filhos: Castela ficou para Sancho; a [[Galiza]] para Garcia; [[Reino de Leão|Leão]] para Alfonso; [[Toro (Espanha)|Toro]] para Elvira; e [[Samora (Espanha)|Samora]] para Urraca. Ocorre que Sancho não concordou com a divisão e passou a lutar pela reunificação e ampliação da herança paterna, sob sua coroa, e nessa luta, contou com a ajuda de Rodrigo, nomeado [[Alferes]] do reino.
Com a morte de Fernando I, o reino foi dividido entre seus filhos: Castela ficou para Sancho; a [[Galiza]] para Garcia; [[Reino de Leão|Leão]] para Alfonso; [[Toro (Espanha)|Toro]] para Elvira; e [[Zamora]] para Urraca. Ocorre que Sancho não concordou com a divisão e passou a lutar pela reunificação e ampliação da herança paterna, sob sua coroa, e nessa luta, contou com a ajuda de Rodrigo, nomeado [[Alferes]] do reino.


Rodrigo tinha 23 anos quando venceu, em combate singular, o alferes de [[Navarra]], Jimeno Garcés, façanha que lhe valeu a alcunha de "Campeador", e já no ano seguinte começou a ser conhecido como "El Cid", entre os mouros.
Rodrigo tinha 23 anos quando venceu, em combate singular, o alferes de [[Navarra]], Jimeno Garcés, façanha que lhe valeu a alcunha de "Campeador", e já no ano seguinte começou a ser conhecido como "El Cid", entre os mouros.


Investindo contra o irmão Alfonso ([[Batalha de Golpejera]]), Sancho tomou-lhe o reino de Leão e, em seguida, voltou-se contra Samora, empreendendo o cerco do [[castelo]] onde vivia Urraca. Foi durante esse cerco que ele foi assassinado, a traição, por Bellido Dolfos, suspeito de ser agente de Alfonso.
Investindo contra o irmão Alfonso ([[Batalha de Golpejera]]), Sancho tomou-lhe o reino de Leão e, em seguida, voltou-se contra Zamora, empreendendo o cerco do [[castelo]] onde vivia Urraca. Foi durante esse cerco que ele foi assassinado, a traição, por Bellido Dolfos, suspeito de ser agente de Alfonso.


[[Imagem:El Cid em sua Última Batalha.jpg|thumb|left|250x|''El Cid Em sua Última Batalha'', 1981, artista: [[Gilberto Gomes]].]]Sancho não deixou herdeiros e Alfonso VI tornou-se rei de Castela. Mas só foi coroado depois de prestar o ''Juramento de Santa Gadea'', exigido por Rodrigo, eximindo-se de qualquer envolvimento na morte do irmão.
[[Imagem:El Cid em sua Última Batalha.jpg|thumb|left|250x|''El Cid Em sua Última Batalha'', 1981, artista: [[Gilberto Gomes]].]]Sancho não deixou herdeiros e Alfonso VI tornou-se rei de Castela. Mas só foi coroado depois de prestar o ''Juramento de Santa Gadea'', exigido por Rodrigo, eximindo-se de qualquer envolvimento na morte do irmão.

Revisão das 14h10min de 23 de setembro de 2021

 Nota: Para outros significados, veja Cid.
El Cid
Príncipe de Valência
O Cid
El Cid, Campeador
Reinado 10941099
Rainha Jimena Díaz
Antecessor(a) -
Sucessor(a) Jimena Díaz
Nascimento 1043
  Vivar del Cid, Burgos
Morte 1099 (56 anos)
  Valência
Nome completo Rodrigo Díaz de Vivar
Pai Diego Laínez
Título(s) Alferes do Reino da Espanha
Filho(s) Diego Rodríguez
Filha(s) Cristina Rodríguez
María Rodríguez
Assinatura Assinatura de El Cid

Rodrigo Díaz de Vivar (Burgos, Espanha, 1043 - Valência, 10 de julho de 1099) mais conhecido por El Cid (do mourisco sidi, "senhor") e de Campeador (Campidoctor, Campeão), foi um nobre guerreiro castelhano que viveu no século XI, época em que a Hispânia estava dividida entre reinos rivais de cristãos e mouros (muçulmanos). Sua vida e feitos se tornaram, com as cores da lenda, sobretudo devido a uma canção de gesta (a Canción de Mio Cid), datada de 1207, transcrita no século XIV pelo copista Pedro Abád, cujo manuscrito se encontra na Biblioteca Nacional da Espanha, um referencial para os cavaleiros da idade média.

A imagem que emerge desse manuscrito é a do cavaleiro medieval idealizado: forte, valente, leal, justo e piedoso. Mas há outras fontes que lhe pintam um retrato bem menos favorável.

A história de El Cid (Campeador) ou (Mio Cid)

Rodrigo Diaz de Vivar, El Cid Campeador.

Rodrigo nasceu em Vivar, uma pequena aldeia próxima à cidade de Burgos, capital do Reino de Castela. Era filho de Diego Flaínez, e de uma senhora com o sobrenome Rodrigues, filha de Rodrigo Álvares, membro da alta nobreza castelhana.

Órfão de pai aos 15 anos, foi levado para a corte do rei Fernando I de Leão, onde se tornou amigo e companheiro do infante Sancho. Sua educação se fez no monastério de San Pedro de Cardeña, recebendo ensinamentos sobre letras e leis.

Com a morte de Fernando I, o reino foi dividido entre seus filhos: Castela ficou para Sancho; a Galiza para Garcia; Leão para Alfonso; Toro para Elvira; e Zamora para Urraca. Ocorre que Sancho não concordou com a divisão e passou a lutar pela reunificação e ampliação da herança paterna, sob sua coroa, e nessa luta, contou com a ajuda de Rodrigo, nomeado Alferes do reino.

Rodrigo tinha 23 anos quando venceu, em combate singular, o alferes de Navarra, Jimeno Garcés, façanha que lhe valeu a alcunha de "Campeador", e já no ano seguinte começou a ser conhecido como "El Cid", entre os mouros.

Investindo contra o irmão Alfonso (Batalha de Golpejera), Sancho tomou-lhe o reino de Leão e, em seguida, voltou-se contra Zamora, empreendendo o cerco do castelo onde vivia Urraca. Foi durante esse cerco que ele foi assassinado, a traição, por Bellido Dolfos, suspeito de ser agente de Alfonso.

El Cid Em sua Última Batalha, 1981, artista: Gilberto Gomes.

Sancho não deixou herdeiros e Alfonso VI tornou-se rei de Castela. Mas só foi coroado depois de prestar o Juramento de Santa Gadea, exigido por Rodrigo, eximindo-se de qualquer envolvimento na morte do irmão.

Após esse episódio, as relações entre o rei e Rodrigo se foram tornando cada vez mais tensas, até que, em 1081, El Cid foi desterrado, pela primeira vez, de Castela.

Neste ponto, sua história é contada em duas versões diferentes.

  • Condados , Reinos e Taifas na Península Ibérica no século XI.
    Segundo a "Canción de Mio Cid", 300 dos melhores cavaleiros castelhanos decidiram acompanhá-lo no exílio, fazendo de Zaragoza seu quartel general e travando batalhas vitoriosas contra os mouros.
  • Segundo uma versão alternativa, Rodrigo refugiou-se nas montanhas de Aragão, arregimentando um pequeno exército cujas armas eram postas ao serviço de quem lhes pagasse mais, fosse cristão ou muçulmano. Aliás, é também essa fonte alternativa que, ao mencionar seu casamento com Jimena ( ou Ximena), filha do Conde de Oviedo, ocorrido pouco antes do exílio, diz, maliciosamente, que a dama era mais velha do que ele, e muito feia porém tinha um patrimônio invejável.

O certo é que, nesse tempo, Rodrigo estabeleceu vínculos com o rei mouro da taifa de Valência, Al-Cádir, que se tornou seu amigo e protegido (segundo uma versão) ou seu cliente (segundo outra). Foi em benefício de Al-Cadir que El Cid conquistou os pequenos reinos de Albarracín e Alpuente.

Em 1089, o almorávida Yusuf cruzou o estreito de Gibraltar, à frente de um numeroso exército. A invasão ameaçava a segurança de todos os reinos espanhóis, e o rei Alfonso pediu ajuda a Rodrigo, fazendo-o retornar a Castela. Mas não tardou para que a hostilidade voltasse a se manifestar entre ambos, e El Cid foi desterrado pela segunda vez.

Nos dez anos que se seguiram, a fama do "Campeador" cresceu. Agora liderando um grande exército,conquistou e se tornou senhor dos reinos mouros de Lérida, Tortosa, Dénia, Albarracín, e Alpuente.

Por volta de 1093, ao saber do assassinato de Al-Cádir, atacou a taifa de Valência, conseguindo tomá-la em junho de 1094, após 19 meses de cerco da cidade.

Estátua de El Cid, em Burgos. Obra de Juan Cristóbal González Quesada, inaugurada em 1955

Segundo a versão que não o enobrece, Rodrigo mandou torturar, e depois queimar vivo, o governador da cidade, Ben Yehhaf, implicado na morte de Al-Cádir. E não teria poupado sua mulher e filhos se não fora a intervenção dos nobres cavaleiros que o seguiam.

Já a versão mais difundida sustenta que ele, ao se tornar senhor de Valência, mostrou-se um governante justo e equilibrado. Outorgou à cidade um estatuto de justiça, implantou a religião cristã mas, ao mesmo tempo, renovou a mesquita dos muçulmanos, cunhou moedas e rodeou-se de uma corte de estilo oriental, composta tanto por poetas árabes e cristãos, quanto por pessoas eminentes no mundo das leis.

Mas os almorávidas não estavam inertes e se apresentaram às portas da cidade, sob a liderança de Mahammad, sobrinho de Yusuf. Após vários combates, El Cid obteve uma vitória decisiva, que contribuiu para tornar sua pessoa objeto de narrativas heroicas, várias delas absolutamente inverídicas.

Até sua morte, Rodrigo governou Valência em nome de Alfonso VII mas, na verdade, seu poder era independente do rei. E ele tratou de aumentá-lo, fazendo casar uma de suas filhas, Cristina também conhecida como Elvira, com o príncipe Ramiro Sanchez de Pamplona, e a outra, María Rodriguez de Bivar, com o conde de Barcelona, Raimundo Berengário III.

Ao contrário da tradição lendária, que aprecia vê-lo morrendo heroicamente em combate, Rodrigo Díaz de Vivar, chamado de "Campeador" ou "El Cid" ou "Mio Cid", faleceu numa cama de seu castelo em Valência a 10 de julho de 1099. É nesse ponto da história que Rodrigo vira uma lenda. Os mouros ficaram confiantes pois haviam finalmente matado o El Cid. Sua mulher mandou amarrar seu corpo ao cavalo e sua espada a sua mão e o mandou ao campo de batalha. Ao ver El Cid em cima do seu cavalo passaram a fugir e foram perseguidos e derrotados pelo exército de Rodrigo. Por isso reza a lenda que Don Rodrigo de Castella venceu uma batalha depois de morto. Seus restos mortais, juntamente com os de sua esposa, Jimena, estão sepultados na Catedral de Burgos.

Relações Familiares

Foi filho de Diogo Flaínez e de uma senhora de sobrenome Rodrigues, filha de Rodrigo Alvares.

Casou com Jimena Dias, regente de Valência depois da morte de O Cid, filha de Diogo Fernandes, conde de Oviedo e de Cristina Fernandes, de quem teve 3 filhos:

  1. Diogo Rodrigues (?- 15 de Agosto de 1097), morto pelos mouros, na Batalha de Consuegra;
  2. Maria Rodrigues, chamada Sol Rodrigues, nos poemas medievais, casada duas vezes, a 1ª em 1098 com Pedro de Aragão (filho de Pedro I de Aragão) e a 2ª com Raimundo Berengário III "O Grande", conde de Barcelona;
  3. Cristina Rodrigues, casou em 1100 com Ramiro Sanches de Pamplona, infante de Pamplona, e senhor de Monzón.

Referências em mídias

Jogos eletrônicos

El Cid recebe especial homenagem no jogo Age of Empires II: The Conquerors, onde pode-se controlar o exército de El Cid e até ele mesmo, seguindo à risca sua história.

O nome Cid aparece também em uma franquia de jogos de RPG, da empresa Square, denominada "Final Fantasy", embora longe de qualquer semelhança com a lenda do herói. O personagem apresenta especial peculiaridade em FF, pois é o único que aparece em todos os jogos da série (com exceção de Final Fantasy I), variando de papéis, como rei, diretor de colégio, inventor, e personagem controlável em FF IV e FF VII.

Cinema

No filme ítalo-estadunidense, El Cid, de 1961, dirigido por Anthony Mann, com Charlton Heston no papel principal, e Sophia Loren como Jimena.

Mangás

El Cid tem referência no mangá Saint Seiya - The Lost Canvas do mangaká Masami Kurumada em parceria a Shiori Teshirogi no Cavaleiro de Ouro da constelação de Capricórnio El Cid.

Desenho Animado

A série de animação de 1980 "Ruy, o Pequeno Cid" retrata, em ficção, a infância de Ruy.

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Ligações externas

Referências

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