Guerra do Líbano de 2006: diferenças entre revisões

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m Conflito israelo-libanês de 2006 movido para Segunda guerra do Líbano: O conflito foi declarado como guerra, e nas wikipedias inglesa, espanhol e alema já foi alterado
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Revisão das 18h29min de 28 de maio de 2007

Introdução

O Conflito Israelo-libanês de 2006 ou em Israel chamada a segunda guerra do Líbano, iniciou-se no dia 12 de julho e foi travado entre forças israelenses e a milícia xiita Hezbollah.

O estopim da guerra foi a "Operação Promessa Leal", durante a qual milicianos do Hezbollah dispararam foguetes katyusha sobre localidades e posições militares israelenses próximas ao território libanês. Simultaneamente houve uma incursão por parte dos militantes xiitas ao território de Israel que culminaram com o sequestro de dois soldados israelenses. Ao fim deste dia haviam 8 soldados israelenses mortos e dois capturados pela guerrilha islamica. Israel respondeu com a maior ação militar no Líbano desde a invasão de 1982, num conflito que deixou aproximadamente 1.500 mortos e destruiu parte importante da infraestrutura libanesa, além de deixar desabrigados perto de 900.000 libaneses (dos quais cerca de 250.000 não haviam retornado após quase um mês de terminado o conflito) e 500.000 israelenses.

O cessar-fogo foi declarado no dia 11 de agosto do mesmo ano, após intensas negociações. A resolução 1701 foi aceita por ambas as partes e determinava, entre outros pontos, a cessação das hostilidades, a retirada das tropas israelenses do território libanês, o desarmamento do Hezbollah, e a atuação de forças armadas libanesas e de uma força armada internacional (UNIFIL) no sul do Líbano. A movimentação de tropas libanesas começou no dia 17 de agosto, e o bloqueio marítimo que Israel impôs foi levantado no dia 8 de setembro.

O conflito

O conflito israelo-libanês de 2006 é um confronto, em curso, no norte de Israel e sul do Líbano envolvendo o braço armado do Hezbollah e as Forças de Defesa de Israel (FDI). Entre civis, militares oficiais e guerrilheiros, foram confirmadas mais de mil mortes[1]. Os envolvidos aprovaram resolução com vistas a terminar o conflito até 14 de agosto.

Israel, Líbano, Síria e Jordânia, além dos territórios palestinos.

O conflito teve início no dia 12 de julho de 2006, às 9:05 (hora local), com lançamentos de foguetes Katyusha pelo Hezbollah sobre posições militares e vilas israelenses. Os foguetes acertaram as cidades de Shlomi e entrepostos na região das Fazendas de Sheeba, nas Colinas de Golã. Neste mesmo dia, o braço militar do Hezbollah atacou dois HMMWV israelenses. Três soldados israelenses foram mortos e dois capturados com diversos civis feridos. Quatro soldados israelenses, que tentaram recuperar os dois soldados seqüestrados, foram mortos dentro de um tanque. Um outro soldado foi assassinado ao se aproximar do tanque para retirar os corpos para o enterro, como é comum no exército israelense[2].

O secretário geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, denominou sua ação como Operação Promessa Leal [3].

A resposta defensiva israelense veio no dia seguinte com vistas a desabastecer o grupo terrorista. O principal aeroporto, uma base aérea, um pequeno aeroporto militar e uma estação de força do Líbano foram bombardeados. A razão dos bombardeios, segundo Israel, foi impedir a chegada de arsenal bélico da Síria e do Irã, apontados como principais fomentadores do Hizbollah. Em resposta, a milícia islâmica lançou mísseis contra Nahariya e Safed, causando a morte de três civis.

No dia 14 foram anunciados indícios da participação passiva do Irã no conflito: dois mísseis C-802 iranianos foram atirados pelo Hezbollah, atingindo uma embarcação israelense e matando quatro oficiais. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ameaçou Israel, caso este atacasse a Síria.

A operação israelense foi nomeada de Operação Recompensa Justa, renomeada depois para Operação Mudança de Direção (hebraico שִׁנּוּי כִּווּן, Shinui kivún). Até o momento calcula-se a morte de mais de 600 [4] libaneses, na sua grande maioria civis, e está sendo criticada por vários países. Os mísseis do Hizbollah mataram 41 civis e 84 soldados israelenses[5].

Os ataques têm sido perpetrados contra os redutos das milícias do Hizbollah instaladas em zonas predominantemente povoadas por civis (maioria xiita) no sul do Líbano. Este é um motivo pelo qual civis são atingidos, embora Israel comunique por meio de panfletos os locais e a hora dos ataques.

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IDF: Panfleto israelense alertando aos cidadãos que evacuem as vilas.

O panfleto lançado sobre o Líbano em 25 de julho tinha o seguinte texto:

"A todos os cidadãos ao sul do Rio Litani: Devido às atividades executadas contra o Estado de Israel de dentro das suas vilas e casas, as Forças de Defesa de Israel são forçadas a responder imediatamente contra tais atividades, mesmo que dentro das suas vilas. Para as suas seguranças! Nós solicitamos que vocês evacuem suas vilas e rumem ao norte do Rio Litani".[6]

O bombardeio foi executado em sincronia por baterias terrestres e navais. Segundo o exército israelense, o ataque visa o desmantelamento da ala armada do Hizbollah, que controla o sul do Líbano - à revelia do direito internacional e do próprio estado Libanês — constituindo assim uma forte ameaça à segurança ao norte de Israel e figurando como um Estado dentro do Estado libanês.

Tzipora Rimon, embaixadora de Israel no Brasil, alerta que "o Hezbollah tem milhares de mísseis dotados de extrema potência e alcance com capacidade para atingir Tel-Aviv. Assim, a intensidade da reação de Israel é paralela ao nível da ameaça".

No dia 11 de Agosto, após 30 dias de conflitos entre as partes o Conselho de Segurança da ONU oficializa -após alguns dias de discussão- a resolução que visa pôr um término no conflito. Os 15 membros do CS aprovaram por unanimidade o projeto de resolução apresentado. A resolução 1701 elaborado pelos EUA e pela França visa ao fim de todos os ataques do Hizbollah ,atribuindo igualmente indicações para que Israel retire os seus 10 mil soldados que estão em território libanês. Prevê igualmente o reforço - pela distribuição ao longo da fontreira do Sul do Libano - da missão da ONU ,a FINUL, auxiliada por tropas do exército reconhecido do Líbano. Este reforço do contigente dos capacetes azuis,será efectuado com o envio de 15000 soldados para a zona de fronteira no sul no Líbano. A resolução apela, igualmente, ao libertamento incondicional dos dois soldados israelitas raptados pelo Hezbollah apontado como o "casus beli" deste conflito.

Histórico entre os dois países

A história do conflito entre Israel e Líbano começou em 1947, quando o Primeiro Ministro libanês Riad as-Solh respondeu hesitante à decisão da Liga Árabe de entrar na Guerra Árabe-Israelense de 1948 e enviou seu exército para a Palestina. O exército foi derrotado e retornou ao Líbano. Posteriormente os Paises assinaram um armistício que durou até a guerra de 1967, a Guerra dos Seis Dias. Após a guerra, e do seguido Setembro Negro na Jordânia, mais de cento e dez mil refugiados palestinos migraram para o Líbano, contabilizando mais de quatrocentos mil refugiados hoje em dia. Em 1975, eles eram mais de trezentos mil, criando um estado informal dentro do estado no sul do Líbano. A OLP tornou-se poderosa força e figurou importante na guerra civil libanesa. Em resposta aos numerosos ataques lançados do sul do Líbano, Israel invadiu o Líbano em 1978, com vistas a combater os ataques palestinos. Como um resultado, as Nações Unidas passaram as resoluções 425 e 426, que pediram uma retirada imediata das forças israelenses e o fim das atividades militares no sul do Líbano. Ao final da operação, as forças israelenses retiraram-se do Líbano, deixando a UNIFIL. Quatro anos mais tarde, Israel novamente invadiu o Líbano (1982), expulsando as forças da OLP para fora do Líbano (a maioria para a Tunísia), e Israel ocupou a porção sul do país. Um tratado de paz intermediado pelos Estados Unidos foi ratificado pelo parlamento libanês em 1979, mas o presidente Amine Gemayel opôs-se a sua assinatura em 1984. Em 1985, Israel retirou suas forças de partes do Líbano e permaneceu em uma área de 4–6 quilômetros (2,5–3,75 mi) no sul do Líbano, chamada de Zona de Segurança por Israel como medida de de proteção aos foguetes Katyusha lançados às suas cidades. Em 24 de maio de 2000, o exército israelense desocupou a porção sul do Líbano, finalmente respeitando as resoluções 425 e 426 das Nações Unidas (1978), que estabeleciam a retirada imediata das forças estrangeiras e o fim das ações militares na região.

Cronologia do Conflito israelo-libanês de 2006

Julho

  • 12 de Julho - o Hizbollah seqüestra dois militares israelenses para serem trocados por prisioneiros, em uma ação que matou oitos soldados israelenses e dois membros da milícia islâmica.
  • 13 de Julho - Israel promove cerca de quarenta ataques aéreos contra o Líbano, atingindo, entre alvos, o aeroporto internacional de Beirute e 21 posições do Hizbollah e do exército libanês, causando 46 mortes. O Hizbollah dispara vários mísseis contra Israel e mata 3 civis.
  • 14 de Julho - ataques aéreos israelenses atingem o subúrbio sul de Beirute. O Hizbollah dispara mais de 100 foguetes Katyusha contra Israel, que matam 2 civis. O Hizbollah atinge com um míssel uma fragata israelense na costa do Líbano, em que quatro marinheiros israelenses morrem. O premiê israelense Ehud Olmert impõe como condições para um cessar-fogo a libertação dos soldados, o fim dos disparos de foguetes e a aplicação da resolução 1559/2004 da ONU, que prevê o desarmamento da milícia e a restauração da soberania do governo libanês. O líder do Hizbollah, Hassan Nasrallah, declara guerra a Israel.
  • 29 de Julho - ataques aéreos israelenses atingem o subúrbio sul de Beirute, ceifando a vida de 33 crianças e 4 adultos Libaneses, a Comunidade Internacional condenou prevemente o ataque Israelita, que informou desconhecer quem esteve na origem destas ordens e iria ser alvo de um inquérito interno.

Evacuação de estrangeiros

Apesar da história de conflitos no Líbano, o acontecimento foi inesperado para muitos governos. A estratégia de bloqueio dos israeleses, incluindo portos marítimos, o aeroporto de Beirute e as principais estradas e pontes, fazem com que as rotas de escape fiquem praticamente indisponíveis. O Líbano tem apenas fronteiras territoriais com a Síria e Israel. Os governos da Alemanha, Armênia, Austrália, Brasil, Canada, Eslováquia, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Grécia, Países Baixos, Irlanda, Itália, México, Noruega, República Tcheca, Reino Unido, Romênia, Suécia, Venezuela e Portugal esforçam-se para evacuar seus cidadãos de barco para Chipre e de ônibus para a Síria.

Povoamentos atingidos

Em Israel

Porção norte de Israel.

Haifa, Nazaré, Tiberíades, Afula, Qiriat-Chemoná, Maalot, Nahariya, Safed, Hatzor na Galiléia, Rosh Pina, e Carmiel, algumas vilas de agricultores (kibutzim e moshavim) e vilas drusas e árabes foram atingidas pelos Katyushas libaneses[7].


No Líbano

Os bombardeios em Beirute, a batalha de Bint Jbeil e os ataques a Qana figuram entre os mais relevantes no conflito.

Ligações externas

Referências

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