Alberto Seixas Santos: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Linha 5: Linha 5:
Pertencente a uma geração de cineclubistas, Seixas Santos, cineasta do movimento do [[Cinema Novo Português]], começou por filmar documentários - ''A Arte e o Ofício de Ourives'' e ''Indústria Cervejeira em Portugal'' (1968). Foi, em [[1970]], um dos fundadores do [[Centro Português de Cinema]].
Pertencente a uma geração de cineclubistas, Seixas Santos, cineasta do movimento do [[Cinema Novo Português]], começou por filmar documentários - ''A Arte e o Ofício de Ourives'' e ''Indústria Cervejeira em Portugal'' (1968). Foi, em [[1970]], um dos fundadores do [[Centro Português de Cinema]].


''Brandos Costumes'', a sua primeira longa-metragem, rodada entre [[1972]] e [[1975]] e escrita em parceria com os escritores [[Luíza Neto Jorge]] e [[Nuno Júdice]], traça um paralelo entre o quotidiano de uma família da média burguesia e o trajecto do regime emanado do golpe militar de [[28 de Maio]] de [[1926]]. Este filme foi seleccionado, em competição, para o [[Festival de Berlim|Festival de Cinema de Berlim]].
''Brandos Costumes'', a sua primeira longa-metragem, rodada entre [[1972]] e [[1975]] e escrita em parceria com os escritores [[Luísa Neto Jorge]] e [[Nuno Júdice]], traça um paralelo entre o quotidiano de uma família da média burguesia e o trajecto do regime emanado do golpe militar de [[28 de Maio]] de [[1926]]. Este filme foi seleccionado, em competição, para o [[Festival de Berlim|Festival de Cinema de Berlim]].


Foi um dos realizadores de ''As Armas e o Povo'', também de 1975, filme colectivo que retrata a primeira semana de [[Revolução dos Cravos]], cobrindo os acontecimentos do [[25 de Abril]] ao [[1 de Maio]] de [[1974]]. Seguindo a mesma linha política, realizou em [[1976]] o filme, também colectivo, ''A Lei da Terra'', exibido no [[Festival de Leipzig]], que tem como tema o processo de reforma agrária então em curso. Neste mesmo ano foi nomeado presidente do IPC – [[Instituto Português de Cinema]]. Foi um dos fundadores da cooperativa Grupo Zero, à qual pertenceram cineastas como [[João César Monteiro]], [[Jorge Silva Melo]], [[Ricardo Costa]], [[Margarida Gil]], [[Solveig Nordlund]] e o director de fotografia [[Acácio de Almeida]].
Foi um dos realizadores de ''As Armas e o Povo'', também de 1975, filme colectivo que retrata a primeira semana de [[Revolução dos Cravos]], cobrindo os acontecimentos do [[25 de Abril]] ao [[1 de Maio]] de [[1974]]. Seguindo a mesma linha política, realizou em [[1976]] o filme, também colectivo, ''A Lei da Terra'', exibido no [[Festival de Leipzig]], que tem como tema o processo de reforma agrária então em curso. Neste mesmo ano foi nomeado presidente do [[Instituto Português de Cinema]] (IPC). Foi um dos fundadores da cooperativa Grupo Zero, à qual pertenceram cineastas como [[João César Monteiro]], [[Jorge Silva Melo]], [[Ricardo Costa]], [[Margarida Gil]], [[Solveig Nordlund]] e o director de fotografia [[Acácio de Almeida]].


''Gestos e Fragmentos'', de [[1982]], aborda a relação entre os militares e o poder em Portugal, baseando-se nas vivências do célebre capitão de Abril, [[Otelo Saraiva de Carvalho]], nos pontos de vista do filósofo e ensaísta [[Eduardo Lourenço]] e do jornalista e realizador americano [http://www.windwalk.net/ Robert Kramer]. Esta longa metragem participou no [[Festival de Veneza]] desse mesmo ano.
''Gestos e Fragmentos'', de [[1982]], aborda a relação entre os militares e o poder em Portugal, baseando-se nas vivências do célebre capitão de Abril, [[Otelo Saraiva de Carvalho]], nos pontos de vista do filósofo e ensaísta [[Eduardo Lourenço]] e do jornalista e realizador americano [http://www.windwalk.net/ Robert Kramer]. Esta longa metragem participou no [[Festival de Veneza]] desse mesmo ano.
Linha 30: Linha 30:
* ''A Rapariga da Mão Morta'' (2005)
* ''A Rapariga da Mão Morta'' (2005)


=={{Ver também}}==
*[[Cinema de Portugal]]


{{biografias}}
{{biografias}}

Revisão das 20h36min de 21 de julho de 2007

Alberto Seixas Santos (Lisboa, 1936) é um cineasta português.

Frequentou o Curso de Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A partir de 1958 trabalhou como crítico de cinema em diversas publicações. Em 1962 estudou em Paris, frequentando o Institut d'Hautes Études Cinématographiques e, no ano seguinte, a London Film School.

Pertencente a uma geração de cineclubistas, Seixas Santos, cineasta do movimento do Cinema Novo Português, começou por filmar documentários - A Arte e o Ofício de Ourives e Indústria Cervejeira em Portugal (1968). Foi, em 1970, um dos fundadores do Centro Português de Cinema.

Brandos Costumes, a sua primeira longa-metragem, rodada entre 1972 e 1975 e escrita em parceria com os escritores Luísa Neto Jorge e Nuno Júdice, traça um paralelo entre o quotidiano de uma família da média burguesia e o trajecto do regime emanado do golpe militar de 28 de Maio de 1926. Este filme foi seleccionado, em competição, para o Festival de Cinema de Berlim.

Foi um dos realizadores de As Armas e o Povo, também de 1975, filme colectivo que retrata a primeira semana de Revolução dos Cravos, cobrindo os acontecimentos do 25 de Abril ao 1 de Maio de 1974. Seguindo a mesma linha política, realizou em 1976 o filme, também colectivo, A Lei da Terra, exibido no Festival de Leipzig, que tem como tema o processo de reforma agrária então em curso. Neste mesmo ano foi nomeado presidente do Instituto Português de Cinema (IPC). Foi um dos fundadores da cooperativa Grupo Zero, à qual pertenceram cineastas como João César Monteiro, Jorge Silva Melo, Ricardo Costa, Margarida Gil, Solveig Nordlund e o director de fotografia Acácio de Almeida.

Gestos e Fragmentos, de 1982, aborda a relação entre os militares e o poder em Portugal, baseando-se nas vivências do célebre capitão de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho, nos pontos de vista do filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço e do jornalista e realizador americano Robert Kramer. Esta longa metragem participou no Festival de Veneza desse mesmo ano.

De 1980 a 2002 foi professor na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) e, a partir de 1985, por algum tempo, director de programas da Rádio Televisão Portuguesa.

A sua última longa-metragem, Mal, de 1999, foi apresentada no Festival de Veneza. Nestas duas ultimas obras privilegiou a ficção, valorizando a psicologia das personagens e o rigor técnico.

Em 2005 terminou a curta metragem A Rapariga da Mão Morta, que teve estreia mundial no 13º Festival de Curtas-Metragens de Vila do Conde.


Filmografia

  • A Arte e Ofício de Ourives (1968)
  • Indústria Cervejeira em Portugal (1968)
  • Brandos Costumes (1975)
  • As Armas e o Povo (1975)
  • A Lei da Terra (1977)
  • Gestos e Fragmentos - Ensaio Sobre os Militares e o Poder (1982)
  • Paraíso Perdido (1992-1995)
  • Mal (1999)
  • A Rapariga da Mão Morta (2005)