Zona de desenvolvimento proximal: diferenças entre revisões

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Revisão das 01h29min de 26 de dezembro de 2007

Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) (зона ближайшего развития), é um conceito elaborado por Vygotsky, e define a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através de resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro. Quer dizer, é a série de informações que a pessoa tem a potencialidade de aprender mas ainda não completou o processo, conhecimentos fora de seu alcance atual, mas potencialmente atingíveis.

Esta idéia aproxima-se à de Jim Cummins, de informação mais um (ou i + 1), que afirma que o indivíduo não pode construir conhecimento novo sem uma estrutura, um fundamento, de aprendizagem prévia. Lev Vygotsky diz que o indivíduo não pode transpor um expediente de aprendizagem sem algum um conhecimento anterior cognitivamente relacionado, a fim de conectar e suportar a nova informação.

Os níveis de desenvolvimento

Vygotsky descreve dois níveis de desenvolvimento, denominados desenvolvimento real e desenvolvimento potencial. O desenvolvimento real é aquele que já foi consolidado pelo indivíduo, de forma a torná-lo capaz de resolver situações utilizando seu conhecimento de forma autônoma. O nível de desenvolvimento real é dinâmico, aumenta dialeticamente com os movimentos do processo de aprendizagem. O desenvolvimento potencial é determinado pelas habilidades que o indivíduo já construiu, porém encontram-se em processo. Isto significa que a dialética da aprendizagem que gerou o desenvolvimento real, gerou também habilidades que se encontram em um nível menos elaborado que o já consolidado. Desta forma, o desenvolvimento potencial é aquele que o sujeito poderá construir.

A zona proximal

A ZDP muitas vezes é tomada como um dos níveis de desenvolvimento, porém, trata-se precisamente do campo intermediário do processo. Sendo o desenvolvimento potencial uma incógnita, já que não foi ainda atingido, Vygotsky postula sua identificação através do entendimento da ZDP. Tomando-se como premissa o desenvolvimento real como aquilo que o sujeito consolidou de forma autônoma, o potencial pode ser inferido com base no que o indivíduo consegue resolver com ajuda. Assim, a zona proximal fornece os indícios do potencial, permitindo que os processos educativos atuem de forma sistemática e individualizada.

Analisando o conceito de ZDP

Palincsar (1998), um estudante que fez trabalho considerável, casando a ZDP com o constructo de "scaffolding", afirma que “… [a ZDP] é talvez um dos mais usados e menos compreendidos constructos que aparecem na literatura educacional contemporânea” (Palincsar, 1998, pág. 370). Entre os principais motivos para essa afirmação está o fato das pessoas terem retirado a ZPD de sua estrutura teórica original (passando a ser usada mais como ferramenta explanatória - desconsiderado o seu poder descritivo), e a interpretação literal da idéia de capacidade, através da qual as pessoas tendem a criar espaços, para a performance assistida, ao invés de olhar para a gama de possibilidades de artefatos culturais (inclusive elementos da própria tarefa), que estão presentes na aprendendizagem, e que mediam a aprendizagem na ZPD (Palincsar, 1998).

Segundo Chaiklin, a interpretação comum da ZDP (Chaiklin, 2003, pág. 41) compreende três suposições: suposição de generalidade - por meio da qual se assume a aplicabilidade universal da ZDP; suposição de ajuda – semelhante ao argumento de Palincsar sobre a ZPD ter sido realinhada para assumir que a aprendizagem requer a intervenção de um especialista; e suposição potencial – por meio da qual a ZPD é vista como um tipo de propriedade natural do estudante, que permite a melhor aprendizagem com menor dificuldade.

Chaiklin (2003) critica a interpretação comum em três fundamentos. Primeiro, a ZPD deve estar relacionada ao desenvolvimento global ao longo do tempo, ao invés de tratar da aprendizagem de qualquer habilidade específica; segundo, é fato aceito que uma criança pode fazer mais se houver a direção e colaboração de uma pessoa mais capaz. O que muitos pesquisadores evitam é entender o significado da assistência provida, em relação à aprendizagem de habilidades e o desenvolvimento global do estudante. Finalmente, o potencial de um estudante não é propriedade de uma criança (como em “nesta fase ela está em sua Zona de Desenvolvimento Proximal”), pelo contrário, a ZDP é uma indicação de presença de imaturidade, ou do processo de amadurecimento, como se queira, funções psicológicas que podem ser um trampolim para intervenções significantes.

Chaiklin (2003) conclui seu ensaio com vários assuntos para discussão futura (inclusive as relações entre a ZPD e o "scaffolding"), e nos estimula a revisar o constructo teórico original em seu contexto histórico e cultural, antes de afastá-lo das intenções originais de Vigotski.


(a) Vigotski estava tentando levantar uma série de temas que não foram adequadamente confrontadas na literatura contemporânea que recorre a este conceito;

(b) muitas das “resoluções” ou “desenvolvimentos novos” que diversos autores propuseram parecem ser uma diluição destes assuntos teóricos gerais, em lugar de uma clarificação ou aprofundamento; e

(c) muitos dos argumentos, críticas e preocupações que foram levantados estão explicitamente errados ou não apontaram para a perspectiva teórica de Vygotsky. Pessoas que querem usar a zona de conceito de desenvolvimento de proximal devem, no mínimo, tentar entender os problemas teóricos e conceituais particulares a que Vygotsky tentava se referir quando formulou este conceito. (Chaiklin, 2003, pág. 59).


Este artigo tem trechos que são tradução de Zone of proximal development.

Referências

  • Kozulin, Gindis, Ageyev, Miller, (2003), Vygotsky’s Educational Theory in Cultural Context, Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0521528836.
  • Chaiklin, S., (2003) The Zone of Proximal Development in Vygotsky’s Analysis of Learning and Instruction in Kozulin et. al, (2003)
  • Palincsar, A.S., (1999) Keeping the Metaphor of Scaffolding Fresh – A Response to C. Addison Stone’s “The Metaphor of Scaffolding: It’s Utility for the Field of Learning Disabilities, Journal of Learning Disabilities, Vol. 31, No. 4, July/August, pp. 370-373
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