Acordo de Munique

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Da esquerda para direita: Chamberlain, Daladier, Hitler, Mussolini e Ciano após a assinatura do Acordo de Munique
Partição da Checoslováquia (1938)

O Acordo de Munique (em tcheco/checo: Mnichovská dohoda; em eslovaco: Mníchovská dohoda; em alemão: Münchner Abkommen) foi um tratado datado de 29 de setembro de 1938, na cidade de Munique, na Alemanha, entre os líderes das maiores potências da Europa à época, Inglaterra, Itália e Alemanha. O tratado foi a conclusão de uma conferência organizada por Adolf Hitler, o líder do governo nazista da Alemanha, com o objetivo de discutir a situação da Checoslováquia após a Crise dos Sudetos.[1]

Pacto de 1938[editar | editar código-fonte]

De 1919 a 1938, período da dissolução do Império Alemão, mais de 3 milhões de alemães étnicos viviam na parte checa do recém criado Estado da Checoslováquia.

O objetivo da conferência era a discussão do futuro da Checoslováquia e terminou com a capitulação das nações democráticas perante a Alemanha Nazi de Adolf Hitler.[1] Este episódio ilustra melhor do que outros o significado da "política de apaziguamento".

A Checoslováquia não foi convidada para a conferência. A conferência é vulgarmente conhecida na República Checa como a "Sentença de Munique". A frase "traição de Munique" também é usada frequentemente, uma vez que as alianças militares em vigor entre a Checoslováquia, Reino Unido e França foram ignoradas.

Foi alcançado cerca de uma hora e meia da manhã um acordo, assinado a 30 de setembro mas datado de 29 de setembro de 1938.[1] Adolf Hitler, Neville Chamberlain, Édouard Daladier e Benito Mussolini foram os políticos que assinaram o Acordo de Munique.[2] O ajuste dava à Alemanha os Sudetos (Sudetenland), começando em 10 de outubro, e o controle efetivo do resto da Checoslováquia, desde que Hitler prometesse que esta seria a última reivindicação territorial da Alemanha.

Chamberlain foi recebido como um herói à sua chegada ao Reino Unido. No aeroporto de Heston, ele fez o famoso discurso, agora inglório, "peace for our time" (paz para o nosso tempo) e acenou com a folha de papel branca para uma multidão em delírio. Embora alguns do Reino Unido ainda tivessem questões diplomáticas mal resolvidas para esclarecer, a população em geral era a favor do tratado.[3]

A ocupação alemã dos quatro distritos seria feita faseadamente entre 1 de outubro e 7 de outubro. Outros territórios de predominância de população germânica seriam especificados por uma comissão internacional composta por delegados de França, Reino Unido, Itália, Alemanha e Checoslováquia. A comissão internacional conduziria também eleições nos territórios em disputa.

Winston Churchill disse sobre Chamberlain quanto a este acordo: "Entre a desonra e a guerra, escolheste a desonra, e terás a guerra".

A 10 de março de 1939, Hitler, desrespeitando o tratado, ordena a invasão do resto da Checoslováquia e as tropas alemãs ocupam Praga.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «Acordos de Munique». Porto Editora. Infopédia. Consultado em 29 de setembro de 2012 
  2. Gilbert, Martin & Gott, Richard, 1967 p.178.
  3. Gilbert, Martin & Gott, Richard, 1967 p.178.</

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • Madeleine Albright com Bill Woodward, Prague Winter: A personal Story of Remembrance and War, 1937–1948, Harper, 2012
  • Peter Bugge, Czech Democracy 1918–1938. Paragon or Parody?, em Bohemia, Vol 47, no. 1 2006/2007
  • Cole, Robert A. "Appeasing Hitler: The Munich Crisis of 1938: A Teaching and Learning Resource," New England Journal of History (2010) 66#2 pp 1–30.
  • Gilbert, Martin & Gott, Richard. The Appeasers (em inglês). Londres: Weidenfeld & Nicholson 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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