Caldas de Reis

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Espanha Caldas de Reis

Caldas de Reyes

 
  Município  
Balneáio Acuña, em Caldas de Reis
Balneáio Acuña, em Caldas de Reis
Balneáio Acuña, em Caldas de Reis
Símbolos
Brasão de armas de Caldas de Reis
Brasão de armas
Gentílico Caldense
Localização
Localização do município de Caldas de Reis na Galiza
Localização do município de Caldas de Reis na Galiza
Localização do município de Caldas de Reis na Galiza
Caldas de Reis está localizado em: Província de Pontevedra
Caldas de Reis
Localização de Caldas de Reis na província de Pontevedra
Caldas de Reis está localizado em: Espanha
Caldas de Reis
Localização de Caldas de Reis na Espanha
Coordenadas 42° 36' 15" N 8° 38' 30" O
País Espanha
Comunidade autónoma Galiza
Província Pontevedra
Comarca Caldas
Alcaide Juan Manuel Rey Rey (2011, PSdeG)
Características geográficas
Área total 68,2 km²
População total (2021) [1] 9 788 hab.
Densidade 143,5 hab./km²
Altitude 25 m
Código postal 36650
Código do INE 36005
Website www.caldasdereis.com

Caldas de Reis (em espanhol, Caldas de Reyes) é um município (concello em galego) da província de Pontevedra, Galiza, no noroeste de Espanha. Pertence à comarca de Caldas, tem 68,2 km² de área e em 2021 a população do município era de 9 788 habitantes (densidade: 143,5 hab./km²).[1]

Até meados do século XIX chamou-se simplesmente Caldas. Entre 1877 e 1981 chamou-se oficiamente Caldas de Reyes.

Geografia[editar | editar código-fonte]

A vila situa-se no noroeste da província de Pontevedra, no vale do rio Umia, no ponto em que tem origem o Vale do Salnés, cujas extensas veigas férteis se estendem até ao mar. Encontra-se num dos principais eixos rodoviários da Galiza, uma das estradas mais movimentadas de Espanha, a estrada N-550, que liga A Corunha a Vigo, a cerca de 22 km a norte de Pontevedra e 15 km a sul de Padrón. O município é atravessado pelo Caminho Português dos Caminhos de Santiago.

Limita com os concelhos de Catoira, Cuntis, Moraña, Portas, Valga, Vilagarcía de Arousa e Vilanova de Arousa.

O concelho está dividido em nove paróquias civis:

  • Arcos da Condesa (Santa Mariña)
  • Caldas de Reis (San Tomé)
  • Caldas de Reis (Santa María)
  • Carracedo (Santa Mariña)
  • Godos (Santa María)
  • Saiar (Santo Estevo)
  • San Clemente de Cesar
  • Santo André de Cesar
  • Vemil (Santa María)

Desde 1945 que Arcos da Condesa é uma entidade local menor.

O principal curso de água do concelho é o rio Umia, que o percorre de norte a sul e tem inúmeros afluentes e pequenos ribeiros com grande riqueza piscatória e um grande potencial para regadio. Nas margens do Umia, em pleno centro de Caldas, encontra-se uma das atrações turísticas locais, um jardim centenário com cerca de sessenta espécies de árvores e arbustos dos cinco continentes, que é considerado um dos conjuntos botânicos mais interessantes da província. A montante, a cerca de dois quilómetros, há uma grande cascata de grande beleza, a qual se encontra ameaçada de destruição devido aos planos para a construção de uma barragem.

Predominam os terrenos pouco inclinados, à exceção da parte leste, que é montanhoso e do Monte Xiabre, com 647 metros de altitude. Este tipo de relevo, combinado com as abundantes precipitações, está na origem de cheias com alguma frequência. O cima é temperado e húmido, com um período estival caraterizado por pouca chuva. As temperaturas médias oscilam entre os 12 e os 14 °C, com máximas de 20 °C em julho e mínimas de 7 °C em janeiro. A humidade média anual é de 80% e a precipitação 1 200 a 2 000 mm.

Demografia[editar | editar código-fonte]

População de de Caldas de Reis (1900 – 2021)
1900 193019501981199119962001200420092021
7 505 8 3198 7028 7029 1769 3079 4779 52210 0369 788
  Aumento 10,8% Aumento 4,6% Estável 0% Aumento 5,4% Aumento 1,4% Aumento 1,8% Aumento 0,5% Aumento 5,4% Baixa 2,5%

História[editar | editar código-fonte]

Os primeiros habitantes conhecidos na região foram os Cilenos. Os Romanos estabeleceram-se na área atraídos pelas fontes termais que estão na origem do nome (em latim: Aquae Celenae. A localidade aparece na Itinerário de Antonino, o mapa rodoviário do Império Romano do século III na Via XIX, a estrada que ligava Bracara Augusta (atual Braga) a Astúrica Augusta (atual Astorga).

Caldas foi sede episcopal até 569, ano em que esta foi transferida para Iria Flávia (atual Padrón). Nesse tempo foi agitada pelo priscilianismo e foi sede de um concílio de bispos galegos convocado pelo papa São Leão em 400.[a][necessário esclarecer]

Caldas denomina-se "de Reis" porque ali nasceu Afonso VII de Leão e Castela, filho de Urraca I e de Raimundo de Borgonha, conde da Galiza. O castelo que a rainha ali tinha foi derrubado e as suas pedras foram usadas na construção do igreja de São Tomás. Diz-se que esta igreja foi dedicada a São Tomás de Cantuária, que passou pela vila fazendo o Caminho de Santiago. Caldas de Reis foi declarada "vila de reguengo" por Filipe II (r. 1556–1598).

Património histórico-artístico e gastronomia[editar | editar código-fonte]

Ponte de Bermaña
Igreja de Santa Maria de Bemil

O principal achado arqueológico no concelho de Caldas é o chamado tesouro de Caldas, valiosíssimo conjunto de peças datadas do século XVI a.C., descoberto casualmente em 1940. Supõe-se que o tesouro era constituído por um total de 25 kg de ouro, dos quais só se conservam 14,9 kg no Museu de Pontevedra. Inclui um pente, três vasos, 31 lingotes (28 curvos e 3 barras) e seis pedações de uma lâmina de tiras, constituindo a maior acumulação de ouro de toda a Pré-história europeia. No Auditório de Caldas de Reis conserva-se uma reprodução.

No concelho há vários castros (Santa María, Bemil, Follente, Outeiro e Castelo), pazos [b] e casas grandes (solares) (Santa María de Caldas, Santa María de Bemil, Santo Andrés de Cesar, Santo Estevo de Saiar).

A ponte de Bermaña, no centro da capital municipal, é de origem romana e foi reformada na Idade Média (século XIV). É formada por três arcos de meio ponto, com dupla inclinação. Outras pontes medievais são as Castaños e de Segade.

Na gastronomia são famosas as empanadas de lampreia e o pão. O chamado pão de manteiga é muito popular no concelho; deve o seu nome ao facto de ser usada manteiga de vaca na sua preparação. O pão tem o miolo muito compacto, sem buracos, côdea suave e mole, e o sabor é muito ligeiramente gorduroso. É cozido em peças de um quilo ou em peças mais pequenas (chamadas moletes e cornechos). Na Semana Santa é popular o roscón, o qual tem uma curiosa forma antropomórfica.

Economia[editar | editar código-fonte]

As rias de Arousa e de Pontevedra têm um papel importante na economia local, onde o setor agrícola é preponderante. No entanto, o setor secundário ocupa metade da população, entre a indústria (química básica, leite e alimentação, metalurgia, móveis, etc.) e a construção. As termas atraem muitos turistas.

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

[a] ^ São Leão (Leão I) nasceu em 400 e foi papa entre 440 e 461, pelo que ou não foi ele que convocou o concílio ou então este foi convocado muito depois.


[b] ^ O pazo, literalmente paço ou palácio, que se pode traduzir por solar, é um tipo de habitação de nobres, de famílias abastadas ou de pessoas importantes na comunidade, típicas da Galiza.
  1. a b «Cifras oficiales de población resultantes de la revisión del Padrón municipal a 1 de enero» (ZIP). www.ine.es (em espanhol). Instituto Nacional de Estatística de Espanha. Consultado em 19 de abril de 2022  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "pop1" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Caldas de Reis
  • Site não oficial de Caldas de Reis (em galego, castelhano, inglês, alemão, francês e italiano). Néstor Fabián Ferreiro Caldas. www.nfabian.com. Página visitada em 5 de julho de 2013