Fonte de corrente

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Uma fonte de corrente é um dispositivo elétrico ou eletrônico que mantém uma corrente elétrica constante entre seus terminais independente da carga, ou seja, dos demais dispositivos a serem alimentados pela fonte.[1]

Fonte de corrente ideal e real[editar | editar código-fonte]

Representação de uma fonte de corrente real, constituída de uma fonte de corrente ideal, I, de um resistor interno, R, e gerando tensão V. Os dispositivos são ligados em paralelo com a fonte de corrente e seu resistor interno.

Uma fonte de corrente é um modelo matemático, ou seja, um dispositivo ideal, visto que não há fontes de corrente capazes de manter sua intensidade de forma independente dos dispositivos a ela conectados. O símbolo de uma fonte de corrente ideal é representado por uma seta no interior de um círculo, com dois terminais para conexão. As fontes de corrente reais, portanto, sempre apresentam perda de corrente conforme aumenta-se a resistência. Uma fonte de corrente real é geralmente representada pelo símbolo de uma fonte de corrente ideal, em paralelo com a resistência interna desta fonte.[1]

Valores máximos de corrente e potência[editar | editar código-fonte]

A máxima corrente disponível nos terminais externos da fonte real é equivalente à corrente nominal da fonte ideal, sendo obtida quando há um curto-circuito nos terminais externos, não havendo pois corrente em seu resistor interno. Trata-se da máxima corrente que a fonte é capaz de fornecer, sendo esta designada por corrente de curto-circuito.

A máxima potência que uma fonte de corrente real é capaz de fornecer a um dispositivo externo ocorre quando a resistência equivalente desse dispositivo iguala-se à resistência interna da fonte. Nesse caso o produto da tensão pela corrente sobre o dispositivo externo é máximo, e a fonte dissipa internamente potência equivalente à que entrega ao dispositivo. Quando, além de dispositivos resistivos há também dispositivos reativos no circuito, geralmente o caso em se tratando de corrente alternada, o Teorema de máxima transferência de potência prevê que a impedância elétrica do circuito conectado à fonte deve igualar-se ao conjugado da impedância interna da fonte.

Aplicações[editar | editar código-fonte]

Utilização de carregadores de baterias e controladores de carga, alimentados por painéis fotovoltaicos ou usinas eólicas.[2]

Fontes de corrente constante são circuitos de grande utilidade. Alguns exemplos de sua utilização na indústria são:

  • Carregadores de baterias e controladores de carga, que podem ser usados para o abastecimento de eletrodomésticos de uma residência, por exemplo;[2]
  • Controles de motores;
  • Controles de brilho de LEDs;
  • Lâmpadas, entre outras aplicações semelhantes.[3]

Transformação de fontes de tensão em fontes de corrente[editar | editar código-fonte]

Uma fonte de tensão com tensão nominal equivalente à tensão de circuito aberto medida para uma fonte de corrente, quando em série com um resistor equivalente de mesmo valor do que o encontrado nesta última, é para todos os efeitos equivalente à fonte de corrente real em consideração. A fim de facilitar a análise de um circuito, muitas vezes é interessante transformar uma fonte de tensão em fonte de corrente ou vice-versa. Para tal, devem ser usadas as Leis de Kirchhoff, sendo necessário que o par de variáveis (tensão, corrente) seja comum a ambos os circuitos, tornando irrelevante o tipo de fonte responsável pelo seu estabelecimento.[4]

Diferença entre fonte de corrente e fonte de tensão e fórmulas para conversão.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b FILHO, Diolino José dos Santos. MARUYAMA, Newton. Eletrônica Analógica Parte I. Escola Politécnica da USP. São Paulo. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4887910/mod_resource/content/1/EletronicaAnalogica_ParteI_DJSF_NM-1.pdf>. Acesso em: 18 jun. de 2020.
  2. a b CARI, Elmer. Eletricidade I. Escola de Engenharia de São Carlos. São Carlos. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1709001/mod_resource/content/1/Aula-1-%20Eletricidade1_2016_1%20%5BModo%20de%20Compatibilidade%5D.pdf>. Acesso em: 2 de jul. de 2020.
  3. BRAGA, Newton. Fontes de corrente constante. Instituto NCB. São Paulo. Disponível em: <http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/circuitos-simulados/fontes/144-fonte-de-corrente-constante-ne0011>. Acesso em: 18 de jun. de 2020.
  4. DIAS, Victor da Fonte. Sebenta Multimédia de Análise de Circuitos Elétricos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/eng04030/Aulas/teoria/cap_04/transfon.htm>. Acesso em: 18 de jun. de 2020.
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