Frei Betto

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Frei Betto
Frei Betto
Nome completo Carlos Alberto Libânio Christo
Nascimento 25 de agosto de 1944 (79 anos)
Belo Horizonte, MG, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Religioso, teólogo, jornalista e escritor
Prémios
Magnum opus Hotel Brasil

Carlos Alberto Libânio Christo, ou Frei Betto,[1] OP (Belo Horizonte, 25 de agosto de 1944) é um frade dominicano, jornalista graduado e escritor[2] brasileiro, filho do jornalista Antônio Carlos Vieira Christo e da escritora e culinarista Maria Stella Libanio Christo, autora do clássico "Fogão de Lenha - 300 anos de cozinha mineira" (Garamond).

Professou na Ordem Dominicana, em 10 de fevereiro de 1966, em São Paulo.

Adepto da Teologia da Libertação, é militante de movimentos pastorais e sociais, tendo ocupado a função de assessor especial do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2004. Foi coordenador de Mobilização Social do programa Fome Zero.

Em 1962, foi escolhido como dirigente nacional da Juventude Estudantil Católica (JEC).[3]

Esteve preso por duas vezes sob a ditadura militar: em 1964, por 15 dias; e entre 1969-1973.[4] Após cumprir quatro anos de prisão, teve sua sentença reduzida pelo STF para dois anos. Sua experiência na prisão está relatada nos livros "Cartas da Prisão" (Agir), "Diário de Fernando - nos cárceres da ditadura militar brasileira" (Rocco) e Batismo de Sangue (Rocco). Premiado com o Jabuti de 1983, traduzido na França e na Itália, Batismo de Sangue descreve os bastidores do regime militar, a participação dos frades dominicanos na resistência à ditadura, a morte de Carlos Marighella e as torturas sofridas por Frei Tito. Baseado no livro, o diretor mineiro Helvécio Ratton produziu o filme Batismo de Sangue, lançado em 2007.[5][6][7]

Após sair da prisão, foi trabalhar até o final da década de 1970, construindo Comunidades Eclesiais de Base CEB's na Arquidiocese de Vitória (Espírito Santo). Na década de 1980 foi para São Paulo para trabalhar como assessor da Pastoral Operária na Região de São Bernardo do Campo.[8]

Frei Betto recebeu vários prêmios por sua atuação em prol dos direitos humanos e a favor dos movimentos populares.[9]

Assessorou vários governos socialistas, em especial Cuba, nas relações Igreja Católica-Estado.[10][11]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • Prêmio Juca Pato, 1985, com "Batismo de Sangue".
  • Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, duas vezes: em 1982, pelo mesmo "Batismo de Sangue" e 2005, com "Típicos Tipos – perfis literários".
  • Intelectual do Ano, título dado pela União Brasileira de Escritores em 1986, por seu livro "Fidel e a Religião".
  • Prêmio de Direitos Humanos da Fundação Bruno Kreisky, em Viena, em 1987.
  • Melhor Obra Infanto-Juvenil, da Associação Paulista de Críticos de Arte, por seu livro "A noite em que Jesus nasceu", em 1988.
  • Troféu Sucesso Mineiro, em 1996, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
  • Prêmio Paolo E. Borsellino, na Itália, por seu trabalho em prol dos direitos humanos. Foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio, concedido em maio de 1998.
  • Prêmio CREA/RJ de Meio Ambiente, em 1998, do CREA/RJ.
  • Medalha Chico Mendes de Resistência, concedida pelo Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro em 1998.
  • Troféu Paulo Freire de Compromisso Social em 2000.
  • Medalha da Solidariedade do governo cubano, em 2000.
  • Uma das 13 Personalidades Cidadania 2005, numa iniciativa da UNESCO, Associação Brasileira de Imprensa e jornal Folha Dirigida.
  • Medalha do Mérito Dom Helder Câmara do Instituto Cidadão, pelos serviços prestados na preservação e fiscalização da gestão pública moral e legal, em 2006.
  • Título de Cidadão Honorário de Brasília, em 2007, concedido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal.
  • Ordem de Rio Branco, grau Comendador, em 2023.[12]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Publicou obras que abrangem diferentes gêneros:

  • Ficção: Hotel Brasil e Entre todos os homens
  • Literatura infanto-juvenil: Uala, o amor
  • Ficção juvenil: Alucinado som de tuba e O vencedor
  • Ensaio: A obra do artista - Uma visão holística do universo e Sinfonia universal- a cosmovisão de Teilhard de Chardin, Treze contos diabólicos e um Angélico
  • Memórias: A mosca azul, Batismo de sangue e Alfabetto: autobiografia escolar.
  • Fidel e a Religião[13]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Projetos relacionados[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. O PT trocou um projeto de Brasil por um projeto de poder, acesso em 13 de fevereiro de 2016.
  2. Ao meu irmão Frei Tito Arquivado em 10 de novembro de 2015, no Wayback Machine., acesso em 09 de março de 2016.
  3. Skidmore, Thomas E. (1990). The Politics of Military Rule in Brazil, 1964-1985. [S.l.]: Oxford University Press US. p. 355. ISBN 0-19-506316-3 
  4. Marcos Petrucelli (n.d.). «Batismo de Sangue (Batismo de Sangue, Brasil, 2006)». Consultado em 11 de Maio de 2012 
  5. Batismo de Sangue, acesso em 20 de julho de 2016.
  6. 'Batismo de Sangue' conta a história do envolvimento de frades dominicanos na luta contra o regime militar, acesso em 20 de julho de 2016.
  7. "Ação popular e Assembléia popular: continuidades e descontinuidades", Flávio Lyra, Revista de Teologia e Ciências da Religião da UNICAP/PE n. 1, v.1 - 2012
  8. Institucional. «Frei Betto recebe Prêmio Internacional José Martí 2013 da UNESCO por sua contribuição para a justiça social na América Latina». ONUBR. Consultado em 1 de novembro de 2014 
  9. Alan Riding (5 de fevereiro de 1989). «Brazil's Cardinal's Praise of Castro Stirs Protest». The New York Times. Consultado em 6 de fevereiro de 2008 
  10. Richard N. Ostling (30 de dezembro de 1985). «Castro Looks at Christianity». Time. Consultado em 6 de fevereiro de 2008 
  11. «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Nº 220, terça-feira, 21 de novembro de 2023». Imprensa Nacional. 21 de novembro de 2023. p. 11. Consultado em 25 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 21 de novembro de 2023 
  12. Fidel Castro volta a receber Frei Betto, acesso em 10 de setembro de 2015.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]