Macaca silenus

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaMacaco-cauda-de-leão[1]

Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Família: Cercopithecidae
Gênero: Macaca
Espécie: M. silenus
Nome binomial
Macaca silenus
(Linnaeus, 1758)[3]
Distribuição geográfica

Sinónimos

O macaco-cauda-de-leão (Macaca silenus), é um Macaco do Velho Mundo da subfamília Cercopithecinae e gênero Macaca, endêmico dos Gates Ocidentais, na Índia do Sul.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Macho exibindo seus caninos

O pelo do macaco-cauda-de-leão é preto. Possui uma juba de cor cinzenta-prateada caraterística, que cobre todo o redor da face, dando a este primata, o nome popular em alemão: Bartaffe - ou "grande macaco barbado".A face é sem pelos e de cor preta. O comprimento do corpo é entre 41 e 62 cm e pesa entre 2 e 10 kg. A cauda é de porte médio, tendo até 25 cm, e possui um tufo preto na ponta, similar à cauda de um leão. Esse tufo na cauda é mais desenvolvido nos machos.

A gestação é de aproximadamente seis meses e o filhote é cuidado por cerca de um ano. A maturidade sexual é alcançada com quatro anos, pelas fêmeas, e seis anos pelos machos. A expectativa de vida em liberdade é de aproximadamente 20 anos, mas em cativeiro podem viver até 30 anos.[4]

Ecologia e comportamento[editar | editar código-fonte]

É um animal diurno que habita florestas chuvosas. É um bom escalador e passa a maior parte do tempo na copa das árvores, na floresta ombrófila densa. Ao contrário de outros do mesmo gênero, evita seres humanos. O comportamento dentro do grupo é como de outros do gênero Macaca: são grupos com hierarquia, com 10 a 20 animais, que consistem de poucos machos para muitas fêmeas. São territoriais, e defendem o território com vocalizações.

Dieta[editar | editar código-fonte]

Se alimentam de frutos, e mantêm grandes distância entre os indivíduos enquanto se alimenta, e gastam bastante tempo do dia forrageando e se alimentando.[5] Ingere principalmente frutos, folhas, insetos, e pequenos vertebrados em florestas primárias, mas podem se adaptar a áreas perturbadas pelo homem, como corte seletivo de madeira, mudando as escolhas na hora de se alimentar.[5]

M. silenus nas Colinas Anamalai

Conservação[editar | editar código-fonte]

Um recente trabalho da IUCN reporta que existem entre 3000 e 3500 animais vivendo em áreas isoladas de Karnataka, Kerala e Tamil Nadu.[6] É um dos mais primatas mais ameaçados e raros do mundo. Sua distribuição geográfica foi se tornando fragmentada por conta da expansão da agricultura de chá, café e cinchona, construção de represas para irrigação e geração de energia, e surgimento de assentamentos humanos. Não se alimentam ou vivem em plantações. Destruição de seu habitat e sua evitação da proximidade com humanos levou a uma rápida diminuição das populações.

Entre 1977 e 1980, a preocupação pública a cerca do estado de conservação da espécie tornou-se foco da associação Save Silent Valley. Entre 1993 e 1996, 14 grupos foram observados no Parque Nacional Silent Valley, Kerala, um dos habitats menos perturbados pelo homem.[7]

Uma população autossustentável de 32 grupos ocorre em A self-sustainable single population of 32 groups of lion-tailed macaques occurred in Sirsi-Honnavara, Karnataka, a população mais ao norte conhecida da espécie.[8] Um censo local concluído em 2007, conduzido no Distrito de Theni de Tamil Nadu, estimou cerca de 250 indivíduos, o que foi encorajador, já que pensava-se que não havia nenhum indivíduo da espécie no local.[9] Muitos zoológicos mantêm programas de reprodução que asseguram a sobrevivência da espécie. Cerca de 338 indivíduos vivem em zoológicos.[4]

Referências

  1. Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. 164 páginas. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  2. Kumar, A., Singh, M. & Molur, S. (2008). Macaca silenus (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 05 de abril de 2013..
  3. Linne´, Carl von (1758). Systema naturæ. Regnum animale. 10 ed. [S.l.: s.n.] p. 26. Consultado em 19 de novembro de 2012 
  4. a b Lion-tailed Macaque «Article - World Association of Zoos and Aquariums (WAZA), Virtual Zoo» Verifique valor |url= (ajuda) 
  5. a b Singh Mewa and Kaumanns Werner (10 de outubro de 2005). «Behavioural studies: A necessity for wildlife management» (PDF). Current Science. 89 (7). 1233 páginas 
  6. Molur S, D Brandon-Jones, W Dittus, A. Eudey, A. Kumar, M. Singh, M.M. Feeroz, M. Chalise, P. Priya & S. Walker (2003). Status of South Asian Primates: Conservation Assessment and Management Plan (C.A.M.P.) Workshop Report, 2003. Zoo Outreach Organization/CBSG-South Asia, Coimbatore
  7. Ramachandran, K. K.; Joseph, Gigi, K. (2001). «Distribution and demography of diurnal primates in Silent Valley National Park and adjacent areas, Kerala, India». Journal of the Bombay Natural History Society. 98 (2): 191–196 
  8. Singh Mewa and Kaumanns Werner (outubro de 2004). «Distribution and Abundance of Primates in Rain Forests of the Western Ghats, Karnataka, India and the Conservation of Macaca silenus». International Journal of Primatology. 25 (5): abstract. doi:10.1023/B:IJOP.0000043348.06255.7f 
  9. «Article-"Nilgiri Tahr, lion-tailed macaque sighted in Theni district"». The Hindu. Chennai, India. 9 de maio de 2007 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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