Michael Balint

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Michael Balint (em húngaro, Bálint Mihály; Budapeste, 3 de dezembro de 1896 - Bristol, 31 de dezembro de 1970) foi um psicanalista húngaro.

O Médico, Seu Paciente e a Doença (1984) é sua mais importante obra. Versa sobre a relação médico-paciente.

Seus grupos de discussão acerca das experiências na prática clínica tornaram-se referência no meio acadêmico. Segundo Balint, a personalidade do médico é o primeiro "medicamento" que se administra aos pacientes.[1]

Em O médico, seu paciente e a doença, Balint utiliza a expressão "conluio do anonimato" para se referir a uma espécie de acordo tácito para diluir a responsabilidade do médico, mediante sucessivos encaminhamentos do paciente a uma série de especialistas, sem que afinal seja dada qualquer solução para seus problemas.[2] A relação médico-paciente torna-se, então, uma relação entre a instituição médica e a doença, não existindo espaço para os sujeitos (o médico e o paciente). Nas palavras de Balint, ocorre na assistência médica um conluio do anonimato, onde a responsabilidade pelas condutas adotadas é diluída por encaminhamentos e opiniões de especialistas - um fenômeno amplamente observado nos serviços de saúde. [3]

Referências

  1. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Princípios, formação e prática, 2 Vol.: GUSSO, Gustavo; CERATTI, José Mauro. Porto Alegre:Artmed, 2012. Capítulo 18. "Grupos Balint".
  2. Grupos Balint: suas especificidades e seus potenciais para uma clínica das relações do trabalho. Por Juan Adolfo Brandt. Revista da SPAGESP, vol. 10 n°1. Ribeirão Preto, jun. 2009 ISSN 1677-2970.
  3. A quem interessa a relação médico paciente ?. Por João Claudio Lara Fernandes. Cadernos de Saúde Pública vol.9 n°1. Rio de Janeiro, jan.- mar. 1993. ISSN 0102-311X

Baseado nas suas observações foram criados gurupos de médicos que se reunem para discutir casos de pacientes abordando os vários aspectos da relação médico-paciente. Estes grupos ,que foram chamados de gurpo Balint, funcionam como uma terapia de grupo, para aprimoramento da prática terpêutica. O livro também aborda diversas questões relacionadas ao discurso do paciente e à sua linguagem não falada que podem expressar angústias e traumas, os quais estão na base dos sintomas investigados pelo terapêuta.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • BALINT, M. O Médico, seu Paciente e a Doença. Rio de Janeiro: Atheneu, 1984. ISBN: 8573797436


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