Monumento de Ancira

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Ruínas do templo de Augusto e Roma em Ancara, Turquia.

Monumento de Ancira ou Monumento Ancirano (em latim: Monumentum Ancyranum) é um nome que refere-se ao Templo de Augusto e Roma em Ancira, hoje a cidade moderna de Ancara, na Turquia, ou à própria inscrição lá encontrada, a Res Gestae Divi Augusti, um texto relatando os feitos do primeiro imperador romano, Augusto. Alguns fragmentos do texto também foram encontrados em outros locais dentro do território do Império Romano, como em Apolônia e Antioquia, na Pisídia.[1] A inscrição de Ancara, no entanto, que se localiza nas paredes do templo, é a mais bem preservada.

Construção[editar | editar código-fonte]

O templo foi construído entre 25 a.C. e 20 d.C., após a conquista da Anatólia central pelo Império Romano e da formação da província da Galácia, cuja capital administrativa era Ancara.

As Res Gestae Divi Augusti[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Res Gestae Divi Augusti

Após a morte de Augusto, em 14 d.C., uma cópia do texto da Res Gestae Divi Augusti foi esculpida na parede interior do templo, dentro do pronau, em latim, com uma tradução em grego na parede externa da cela.

As inscrições são a principal fonte do texto que sobreviveu até nós, já que a inscrição original em pilares de bronze em frente ao Mausoléu de Augusto em Roma[2] se perdeu há muito tempo. As outras duas inscrições sobreviventes são apenas fragmentos.[3]

O Monumento de Ancira tornou-se conhecido em todo o mundo pela primeira vez por Ogier Ghiselin de Busbecq,[4] embaixador de Fernando I de Habsburgo, ao sultão Solimão, o Magnífico (1555–1562) em Amásia, na Ásia Menor. Busbecq leu a inscrição e identificou sua origem a partir de uma citação de Suetônio; ele publicou uma cópia de alguns trechos nas suas Cartas turcas [5].

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. PURCELL, Nicholas. Res Gestae. In: HORNBLOWER, S.; SPAWFORD, A. The Oxford Classical Dictionary. 3rd. ed. rev. Oxford: Oxford University Press, 2003, p. 1309.
  2. Mencionada em Suetônio, Vida de Augusto, 101.
  3. Diehl, editor das Res Gestae Divi Augusti na edição da Loeb Classical Library, observa que na época da morte do imperador, o documento original foi copiado nas paredes de vários templos dedicados a Augusto em todo o império, mas essas inscrições não sobreviveram.
  4. Diehl, na Loeb Classical Library, usa o nome Buysbecche; Busbecq também foi decisivo na introdução da flor de lilás nos jardins europeus, e provavelmente da tulipa, embora tenha enviado os bulbos a Carolus Clusius.
  5. Edward Seymour Forster, translator, The Turkish Letters of Ogier de Busbecq reprinted Louisiana State University 2005.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]