Natureza

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Vista da lua crescente através do topo da atmosfera terrestre.
As Cataratas do Iguaçu, na fronteira entre o Brasil e a Argentina.

A natureza, em seu sentido mais amplo, é equivalente ao "mundo natural" ou "universo físico". O termo "natureza" faz referência aos fenômenos do mundo físico, e também à vida em geral. Geralmente não inclui os objetos construídos por humanos.

A palavra "natureza" provém da palavra latina natura, que significa "qualidade essencial, disposição inata, o curso das coisas e o próprio universo".[1] Natura é a tradução para o latim da palavra grega physis (φύσις), que em seu significado original fazia referência à forma inata que crescem espontaneamente plantas e animais. O conceito de natureza como um todo — o universo físico — é um conceito mais recente que adquiriu um uso cada vez mais amplo com o desenvolvimento do método científico moderno nos últimos séculos.[2][3]

Dentro dos diversos usos atuais desta palavra, "natureza" pode fazer referência ao domínio geral de diversos tipos de seres vivos, como plantas e animais, e em alguns casos aos processos associados com objetos inanimados - a forma em que existem os diversos tipos particulares de coisas e suas mudanças espontâneas, assim como o tempo atmosférico, a geologia da Terra e a matéria e energia estes entes possuem. Frequentemente se considera que significa "entorno natural": animais selvagens, rochas, bosques, praias, e em geral todas as coisas que não tenham sido alteradas substancialmente pelo ser humano, ou persistem apesar da intervenção humana. Este conceito mais tradicional das coisas naturais implica uma distinção entre o natural e o artificial, entendido este último como algo feito por uma mente ou uma consciência.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Latim, natura,[4] comp. pelo tema natus, p.pass. de nascere = nascer e urus = sufixo do particípio futuro de oritur = surgir, gerar, a força que gera.

Aquilo que surge, que se dá por nascimento. Aquilo que é e faz por nascimento segundo leis universais aplicadas a um preciso contexto.[5]

Ordem ou sistema de leis que precedem a existência das coisas e a sucessão dos seres. O conjunto de todos os seres que compõem o universo. Essência e qualidade ínsita de um ser. Também entendido como "qualidade, índole, gênio, tipo, caráter" de um ser.[4]

Uma imagem do espaço sideral.

Vida[editar | editar código-fonte]

Embora não haja consenso universal sobre a definição de vida, os cientistas geralmente aceitam que a manifestação biológica da vida é caracterizada pelos seguintes fatores ou funções: organização, metabolismo, crescimento, adaptação, resposta a estímulos e reprodução.[6] Os seres vivos (reinos das plantas, animais, fungos, protistas, archaea e bactérias) têm essas propriedades em comum: eles são constituídos por células têm uma organização complexa com base em água e metabolismo de carbono e têm a capacidade de crescer, responder a estímulos, e se reproduzir. Portanto, considera-se que uma entidade que satisfaz estas propriedades está viva.

A biosfera é a parte da camada mais externa do planeta Terra, incluindo o ar, a terra, rochas da superfície e da água, e é nesta parte onde a vida evoluiu, e onde eles são feitos e transformar os processos bióticos. A partir de uma visão muito ampla de geofísica, a biosfera é o sistema ecológico global que integra todos os seres vivos e seus relacionamentos, incluindo sua interação com os elementos da litosfera (rochas), hidrosfera (água), e atmosfera (ar). Atualmente, estima-se que a Terra contém cerca de 75 000 milhões de toneladas (7,5 kg x 1013) de biomassa, que está presente em vários ambientes dentro da biosfera.[7]

Cerca de nove décimos da biomassa total da Terra é a vida das plantas, de que a vida animal depende para a sobrevivência.[8] Até o momento já se identificaram mais 2 milhões de espécies de plantas e animais,[9] e estimativas sobre o número real de espécies existentes variam de alguns poucos milhões a até 50 milhões de espécies.[10][11][12]

Uma pata com seus filhotes.

O número de espécies existentes varia constantemente, já que surgem novas e outras deixam de existir em uma dinâmica contínua.[13][14] Atualmente, o número total de espécies está passando por um rápido declínio.[15][16][17]

Escala[editar | editar código-fonte]

A escala abrangida pela palavra natureza, dentro deste contexto, envolve desde o subatômico até o amplamente universal, como os planetas e estrelas. Tomando como o recorte a escala do homem, inclui basicamente o meio ambiente natural e normalmente exclui o meio ambiente construído, de forma a ser tradicionalmente associada à vida selvagem, aos fenômenos e recursos naturais e aos seus processos e dinâmicas próprios. Há também definições que incluem o meio ambiente alterado pelo homem como elemento da Natureza.

A associação mais popular que se faz à palavra "natureza" a confunde com a ideia de paisagem natural: a paisagem é o resultado dos processos complexos presentes em um determinado meio ambiente.

Realidade[editar | editar código-fonte]

A Terra vista do espaço. Fotografia tirada pela tripulação da Apollo 17.

O mundo natural costuma estar associado ao mundo real.

Estudo da natureza[editar | editar código-fonte]

O estudo sistematizado dos elementos da natureza, seus processos, actividades e consequências se dá através das Ciências naturais.

Biologia[editar | editar código-fonte]

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Ciências da Terra[editar | editar código-fonte]

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Ecologia[editar | editar código-fonte]

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Física[editar | editar código-fonte]

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Geologia[editar | editar código-fonte]

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Geografia[editar | editar código-fonte]

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Matemática[editar | editar código-fonte]

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Química[editar | editar código-fonte]

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Natureza e o ser humano[editar | editar código-fonte]

O crescimento das populações, o aumento do consumo ligado às inovações tecnológicas, à escala global, uma proliferação de resíduos que contaminam o ambiente, afectam os ecossistemas, pondo em causa a natureza.

No sentido de permitir um desenvolvimento sustentável, o Homem tem vindo a desenvolver práticas que permitem a proteção e a conservação da Natureza. Dessas práticas podem destacar-se:

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Harper, Douglas. «Nature». Online Etymology Dictionary. Consultado em 23 de setembro de 2006 
  2. O título do livro Philosophiae Naturalis Principia Mathematica de Isaac Newton (1687), por exemplo, se traduz por "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural", e reflete o uso frequente, naquela época, do termo "filosofia natural", que equivale ao "estudo sistemático da natureza".
  3. A etimologia da palavra "física" revela seu uso como sinônimo de "natural" em meados do século XV: Harper, Douglas. «Physical». Online Etymology Dictionary. Consultado em 20 de setembro de 2006 
  4. a b Etimologia: Natureza. Vocabolario Etimologico de Francesco Bonomi
  5. MENEGHETTI, Antonio. Dicionário de Ontopsicologia. 2.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice, 2008.
  6. «Definition of Life». California Academy of Sciences. 2006. Consultado em 7 de janeiro de 2007 
  7. Veja-se, por exemplo, Leckie, Stephen (1999). «How Meat-centred Eating Patterns Affect Food Security and the Environment». For hunger-proof cities: sustainable urban food systems. Ottawa: International Development Research Centre. ISBN 0-88936-882-1. Consultado em 10 de julho de 2014. Arquivado do original em 13 de novembro de 2010 , e tomado como o número total de pessoas de média de peso 60 kg, a biomassa total humana é o peso médio multiplicado pela população humana de atualmente aproximadamente 7 bilhões (veja-se, por exemplo, «World Population Information». U.S. Census Bureau. Consultado em 28 de setembro de 2006 ): A biomassa total de toda classe de seres vivos é estimada em cerca de 6.8 x 1013 kg (75 bilhões de toneladas)
  8. Sengbusch, Peter V. University of Hamburg Department of Biology, ed. «The Flow of Energy in Ecosystems - Productivity, Food Chain, and Trophic Level». Botany online 
  9. Pidwirny, Michael (2006). «Introduction to the Biosphere: Species Diversity and Biodiversity». Fundamentals of Physical Geography (2nd Edition) 
  10. «How Many Species are There?». Extinction Web Page Class Notes. Consultado em 10 de julho de 2014. Arquivado do original em 9 de setembro de 2006 
  11. "Animal." World Book Encyclopedia. 16 vols. Chicago: World Book, 2003.
  12. «Just How Many Species Are There, Anyway?». Science Daily. Maio de 2003 
  13. Withers, Mark A.; et al. (1998). «Changing Patterns in the Number of Species in North American Floras». Land Use History of North America. Consultado em 10 de julho de 2014. Arquivado do original em 21 de agosto de 2011  Site baseado nos conteúdos do livro: Sisk, T.D., ed., ed. (1998). Perspectives on the land use history of North America: a context for understanding our changing environment Setembro de 1999 ed. [S.l.]: U.S. Geological Survey, Biological Resources Division. USGS/BRD/BSR-1998-0003 
  14. «Tropical Scientists Find Fewer Species Than Expected». Science Daily. Abril de 2002 
  15. Bunker, Daniel E.; et al. «Species Loss and Aboveground Carbon Storage in a Tropical Forest». Science. 310: 1029-31. doi: 10.1126/science.1117682 
  16. Wilcox, Bruce A. (março de 2006). «Amphibian Decline: More Support for Biocomplexity as a Research Paradigm» (PDF). 3 (1): 1-2. doi 10.1007/s10393-005-0013-5. Consultado em 10 de julho de 2014. Arquivado do original (PDF) em 21 de setembro de 2006 
  17. Clarke, Robin, Robert Lamb, Dilys Roe Ward, eds. (2002). «Decline and loss of species». Global environment outlook 3 : past, present and future perspectives. Londres; Sterling, VA: Nairobi, Kenya : UNEP. ISBN 92-807-2087-2 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • KAHN, Fritz; Livro da natureza : a imagem do universo à luz da ciência moderna, numa exposição acessível a todos; São Paulo : Melhoramentos, 1965.
  • MOREIRA, Iara Verocai Dias (org.); Vocabulário básico de meio ambiente; Rio de Janeiro : Serviço de Comunicação Social da Petrobrás, 1990.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]