Oksana Chusovitina

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Oksana Chusovitina
Oksana Chusovitina
Informações pessoais
Nome completo Oksana Aleksandrovna Chusovitina
Modalidade ginástica artística feminina
Especialidade salto
Representante União Soviética (1989–1991)
Alemanha (2006–2012)
Uzbequistão (1992–2006; 2013–atual)
Nascimento 19 de junho de 1975 (48 anos)
Bucara,  Uzbequistão
Nacionalidade Bandeira do Uzbequistão uzbeque
Alemanha alemã
Compleição Peso: 43 kg • Altura: 1,53 m
Nível sênior
Clube TTT Köln
Período em atividade 1988 - atualidade

Oksana Aleksandrovna Chusovitina (em cirílico: Оксана Александровна Чусовитина; Bucara, 19 de junho de 1975) é uma ginasta do Uzbequistão que compete em provas de ginástica artística. Ela é a segunda ginasta a competir nos Jogos por três bandeiras diferentes. Iniciou a carreira defendendo a extinta União Soviética até 1992; de 1993 a 2006, disputou pelo Uzbequistão; em 2006, naturalizou-se alemã, onde competiu até o fim de 2012; e, em 2013, voltou a representar o Uzbequistão.[1] Além de 8 participações em Jogos Olímpicos, ela ainda competiu em 10 Campeonatos Mundiais, 3 Jogos Asiáticos e 3 Jogos da Boa Vontade.

Oksana detém uma medalha de ouro olímpica, conquistada na disputa coletiva em Barcelona 1992, ao competir pela Equipe Unificada. Em 2008, nos Jogos Olímpicos de Pequim, disputou a final do salto e conquistou sua segunda medalha olímpica, de prata, ao superar a chinesa favorita da prova Cheng Fei.

Oksana é a única mulher na história da ginástica a competir em 8 Jogos Olímpicos. Ela é também a recordista de medalhas individuais num único evento em Campeonatos Mundiais (9, no salto).[2] Em fevereiro de 2023, a ginasta tornou-se a atleta mais velha a subir no pódio de uma etapa da Copa do Mundo de Ginástica Artística, em 2023, com o bronze conquistado no salto, na Alemanha, também sendo a atleta mais velha da ginástica artística a ter disputado uma edição dos Jogos Olímpicos.[3]

Chusovitina é uma das poucas mulheres, juntamente com a cubana Leyanet Gonzalez, a soviética Larisa Latynina, e a holandesa Suzanne Harmes, a competir em alto nível após tornar-se mãe.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida na extinta União Soviética, começou na modalidade artística aos oito anos de idade. Assim como seu irmão mais velho, Oksana decidiu começar a praticar o esporte mesmo sua mãe no inicio sendo contra.[4]

Oksana Chusovitina em 2011

Aos treze, Chusovitina já competia internacionalmente pelo bloco soviético. Logo após o desmembramento do país, competiu pela Equipe Unificada e pelo Uzbequistão. No ano de 2006, naturalizou-se alemã, onde também competiu. Oksaka casou-se em 1997, com o lutador greco-romano Bachadir Kurbanov, o que a fez abandonar o desporto aos 22 anos de idade. Dois anos mais tarde, teve seu filho, Alisher. Poucos meses depois voltou à ginástica e às competições internacionais nos Jogos Olímpicos de Sydney. Em 2004, Alisher foi diagnosticado com leucemia e aos 29, a atleta decidiu continuar a competir para pagar o caro tratamento do menino:

Oksana passou a viver na cidade de Colônia, onde Alisher faz seu tratamento contra a doença. Em 2009, anunciou sua aposentadoria oficial do esporte para depois do Mundial de Londres. Além disso, tornou-se técnica de seu país de origem, cuidando da equipe feminina nacional, da qual destaca-se a ucraniana naturalizada uzbeque Alina Kozich.[5] Contudo, em 2011 retornou às competições internacionais, posteriormente, anunciou novamente a aposentadoria algumas vezes mas sempre adiava para competir nos Jogos Olímpicos (precisamente mais três Olímpiadas depois do primeiro anúncio).

Como membro de honra da Classe de 2017, Oksana Chusovitina fez história sendo a única ginasta a ser introduzida no Hall da Fama da Ginástica Internacional ainda ativa competitivamente.[6]

Aos 43 anos e 65 dias, ela se tornou a atleta mais velha a ganhar uma medalha na ginástica artística, isso ocorreu nos Jogos Asiáticos quando Oksana conquistou a prata no salto nos Jogos de 2018 na Indonésia.[4]

Ela se tornou a primeira ginasta a ter aparecido em oito edições dos Jogos Olímpicos, quando competiu nos Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio.[4] Após sua despedida de Tóquio ela disse:[4]

Carreira[editar | editar código-fonte]

URS Júnior[editar | editar código-fonte]

Na categoria júnior nacional, a atleta passou três anos, o último deles disputando as duas categorias (júnior e sênior) simultaneamente. Sua primeira disputa foi no Campeonato Nacional Soviético Júnior, no qual conquistou duas medalhas de ouro - solo e individual geral, e foi candidata ao prêmio "Master os Sports" da categoria. No ano seguinte, competindo internacionalmente, participou do Cottbus International, no qual, sem subir ao pódio, foi a nona colocada geral.[7]

Em 1990, disputou como sênior, os Jogos da Boa Vontade, em Seattle, nos Estados Unidos. Neles, foi bimedalhista de ouro: salto sobre o cavalo e equipe. No Europeu Júnior, fora campeã coletiva novamente e segunda colocada no concurso geral. Em campeonatos nacionais, atingiu três êxitos: ouro no salto e no solo da Copa Suíça e prata no Campeonato Soviético.[7]

URS / UZB / GER Sênior[editar | editar código-fonte]

Chusovitina começou carreira na ginástica internacional no ano de 1991, representando a extinta União Soviética e já participando de um Campeonato Mundial. No ano seguinte, representou a Equipe Unificada e em 1993, passou a competir por sua terra natal, o Uzbequistão. Em 1994, competiu nos Jogos Asiáticos de Hiroshima, do qual saiu medalhista de bronze nas provas do salto sobre a mesa e das barras assimétricas. Competidora internacional nos dois anos seguintes, interrompeu a carreira para formar uma família: casou-se e teve um filho. Quatro anos mais tarde retornou para disputar uma edição olímpica. Em 2002, em nova edição dos Jogos Asiáticos, foi a vice-campeã do individual geral. Quatro anos mais tarde, após tornar-se cidadã alemã, passou a competir por esta nação.[7] No Campeonato Europeu de Amsterdã em 2007, conquistou uma medalha de prata no salto. Em 2011, após dois anos desde sua aposentadoria oficial, voltou a competir no Europeu, no qual foi novamente medalhista de prata.

Jogos Islâmicos de Solidariedade 2021

Campeonato Mundial de Ginástica Artística[editar | editar código-fonte]

A sua primeira participação em mundiais foi em Indianápolis, Estados Unidos, em 1991. Ao longo dos campeonatos que participou seus resultados mantiveram-se estáveis.

Estreando em Campeonatos Mundiais aos 16 anos de idade e competindo pela União Soviética, Oksana foi a três finais em Indianápolis: Conquistou a medalha de ouro por equipes após superar as norte-americanas e romenas, prata e bronze. Nas finais individuais que disputou, salto e solo, encerrou como vice-campeã e campeã, respectivamente.[7]

No ano seguinte, agora competindo pela Equipe Unificada, a ginasta disputou o Campeonato Mundial de Paris, no qual terminou com o bronze no salto sobre a mesa. Na edição seguinte, agora representando o Uzbequistão, a atleta terminou mais uma vez com a medalha de bronze no salto, superada por Svetlana Boginskaya e Henrietta Onodi. Em sua terceira participação em mundiais, Oskana novamente terminou o evento com a medalha de bronze em sua especialidade: o salto, atrás da romena Lavinia Milosovici, da bielorrussa Elena Piskun.[7]

Após anos fora das competições, devido a seu casamento e gravidez, voltou aos mundiais em 2001. Nesse retorno classificou-se para duas finais: No concurso geral terminou na décima nona colocação entre as 24 competidoras; Nos aparelhos, foi medalhista de prata na prova do salto, superada por Svetlana Khorkina.[7]

Em mais uma edição do Mundial, essa que não contou com a prova por equipes, Chusovitina foi a três finais: salto, solo e trave. No salto terminou com a medalha de bronze, atrás das russas Elena Zamolodchikova e Natalia Ziganshina; Na trave foi oitava, e no solo, sexta colocada. Em sua sexta participação em mundiais, aos 28 anos de idade, conquistou o título no salto, superando a campeã mundial e olímpica no aparelho Elena Zamolodchikova, que terminou com a medalha de prata.[7]

No ano seguinte a sua quarta participação em Olimpíadas, a ginasta foi à final de mais uma prova do salto sobre a mesa, na qual encerrou como medalhista de prata, após ser superada pela chinesa Cheng Fei.[7] Sua oitava participação foi na Dinamarca. No evento, terminou em nono no geral individual, e o bronze no salto sobre a mesa, atrás da americana Alicia Sacramone (prata) e novamente Cheng Fei, que terminou com o ouro, e o bicampeonato no aparelho. No ano seguinte, em Stuttgart, na Alemanha, conquistou a vaga para os Jogos Olímpicos de Pequim. Classificada também para a final do salto, caiu, e terminou na sexta colocação. A vencedora da prova foi novamente a chinesa Cheng Fei.

Oksana eventualmente participou das finais de salto dos próximos mundiais de Ginástica (2013, 2015 e 2017) sendo o Campeonato Mundial de Ginástica Artística de 2018 em Doha sua ultima participação em uma final por aparelho na qual ficou em 4ª lugar na final do Salto.[8] Sua ultima participação em um mundial foi o Campeonato Mundial de Ginástica Artística de 2019, em Stuttgart, onde não conseguiu se classificar pra final do salto terminando em 12ª lugar nas classificatórias.[9]

Jogos Olímpicos[editar | editar código-fonte]

Oksana estreou Nos Jogos Olímpicos de Verão de 1992, representando a Equipe Unificada. Foram ao todo cinco participações. Em total de medalhas, foram duas: uma de ouro e uma de prata. Competindo pela Equipe Unificada em Barcelona, conquistou a medalha de ouro por equipes, ao lado de Svetlana Boginskaya, Tatiana Gutsu, Tatiana Lysenko, Rozalia Galiyeva e Elena Grudneva, superando as campeãs olímpicas romenas, e as americanas.

Em sua segunda aparição olímpica, nos Jogos Olímpicos de Verão de 1996 em Atlanta, classificou-se para uma final, a do individual geral, na qual terminou em décimo lugar em prova vencida pela ucraniana Lilia Podkopayeva.

Nas Olimpíadas de 2000, em Sydney, sem classificar-se para nenhuma final, encerrou no quadro geral como a 45ª colocada.[7]

Chusovitina em um selo uzbeque de 2001

Em sua quarta aparição olímpica, nos Jogos Olímpicos de Verão de 2004 na Grécia, participou apenas da prova do salto nas preliminares, sendo 97.ª colocada no evento.

Sua aparente última participação olímpica, nos Jogos Olímpicos de Verão de 2008, em Pequim, aos 33 anos de idade, classificou-se para a final do individual geral, conquistou a nona colocação, a melhor de sua carreira em Olimpíadas; Na final do salto, terminou a frente da tricampeã mundial favorita da prova Cheng Fei, e atrás da norte coreana Hong Un Jong ganhando assim a medalha de prata.[10]

Nos Jogos Olímpicos de Verão de 2012, em Londres, conseguiu se classificar para a final do salto e terminou a competição na 5ª colocação.[11]

A presença de Chusovitina nos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 do Rio, tornou a uzbeque a primeira ginasta a participar de sete jogos consecutivos. Ela chegou na final do salto mais uma vez e terminou na 7ª colocação, após cair ao tentar um Produnova vault.[12]

Em Tóquio, em 2020, Chusovitina defendeu pela quinta vez em Olimpíadas as cores do Uzbequistão, onde sua fama é tão grande que existe um selo com o seu rosto estampado,[13] aumentou seu recorde para 8 Olímpiadas consecutivas. Na competição, ela não se classificou para a final, porém foi ovacionada de pé em sua despedida por todos no estádio.[14]

Depois de 8 Olimpíadas, Chusovitina que já havia anunciado que se aposentaria após os Jogos Olímpicos de Verão de 2020 em Toquio,[15] decidiu adiar mais uma vez sua despedida das competições, dessa vez para 2022, após anunciar em uma postagem nas suas redes sociais que pretende disputar os Jogos Asiáticos em Hangzhou na China.[16]

"Eu quero anunciar a todos que decidi me preparar para os Jogos Asiáticos de 2022. Eu apenas não consigo encerrar minha carreira sem uma medalha para o Uzbequistão".[16]

Movimentos[editar | editar código-fonte]

Oksana tem no total cinco movimentos nomeados com seu nome no Código Internacional de Pontuação da Ginástica, dois movimentos nas barras assimétricas, dois no salto (sua especialidade) e um no solo.[6] Os dois no salto incluem o layout frontal em balanço com uma torção e meia, já nas barras assimétricas são uma pirueta completa com salto e uma desmontagem completa e no solo trata-se das costas dobradas com uma torção completa no segundo salto.[6]

Principais resultados[editar | editar código-fonte]

Ano Evento AA Equipe Salto sobre o cavalo Trave Barras assimétricas Solo
1991 Campeonato Mundial de Ginástica Artística Medalha de ouro Medalha de prata Medalha de ouro
1992 Campeonato Mundial de Ginástica Artística Medalha de bronze
Jogos Olímpicos Medalha de ouro
1993 Campeonato Mundial de Ginástica Artística Medalha de bronze
1996 Jogos Olímpicos 10º
2000 Jogos Olímpicos 45º
2001 Campeonato Mundial de Ginástica Artística 19º Medalha de prata
2002 Campeonato Mundial de Ginástica Artística Medalha de bronze
2003 Campeonato Mundial de Ginástica Artística Medalha de ouro
2004 Jogos Olímpicos 97º
2005 Campeonato Mundial de Ginástica Artística Medalha de prata
2006 Campeonato Mundial de Ginástica Artística Medalha de bronze
2007 Campeonato Europeu Medalha de prata
Campeonato Mundial de Ginástica Artística 10º
2008 Campeonato Europeu Medalha de ouro
Jogos Olímpicos 12º Medalha de prata
2011 Campeonato Europeu Medalha de prata
Campeonato Mundial de Ginástica Artística Medalha de prata
2012 Campeonato Europeu Medalha de prata
Jogos Olímpicos
2017 Campeonato Mundial de Ginástica Artística
2018 Campeonato Mundial de Ginástica Artística

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «'Reborn' Chusovitina Celebrates 38th Birthday». intlgymnast.com. 19 de junho de 2013. Consultado em 27 de dezembro de 2013 
  2. «Estreou-se há três décadas. Oksana Chusovitina despede-se agora do palco maior do desporto mundial». 25 de julho de 2021. Consultado em 25 de julho de 2021 
  3. Estadão (25 de fevereiro de 2023). «Ginasta do Uzbequistão de 47 anos entra para a história com o bronze na etapa da Copa do Mundo». Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  4. a b c d «Oksana Chusovitina FIG Athlete profile». Consultado em 3 de novembro de 2021 
  5. Change of Plans?. Normile, Dwight. International Gymnast, pág. 10, julho/agosto 2009, Estados Unidos
  6. a b c «OKSANA CHUSOVITINA». International Gymnastics Hall of Fame. Dezembro de 2017. Consultado em 31 de outubro de 2021 
  7. a b c d e f g h i «Oksana Chusovitina» (em inglês). Gymn-forum. Consultado em 3 de janeiro de 2010 
  8. «Women's Vault Final» (PDF). 2 de novembro de 2018. Consultado em 2 de novembro de 2021 
  9. «2019 World Championships Results». Consultado em 2 de novembro de 2021 
  10. Evans, Hilary; Gjerde, Arild; Heijmans, Jeroen; Mallon, Bill; et al. «Oksana Chusovitina». Sports Reference LLC (em inglês). Olympics em Sports-Reference.com. Consultado em 20 de maio de 2011. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2016 
  11. «Final - Vault» (PDF). Consultado em 31 de outubro de 2021 
  12. «Rio 2016 vault women results». Consultado em 31 de outubro de 2021 
  13. «Velhos são os trapos. Oksana Chusovitina vai disputar os Jogos Olímpicos pela 8ª e última vez aos 44 anos» 
  14. «Ginasta de 46 anos é ovacionada ao encerrar trajetória de 8 Olimpíadas». Consultado em 31 de outubro de 2021 
  15. «Após oito Jogos Olímpicos, Oksana Chusovitina diz que vai se aposentar após Tóquio 2020». Outubro de 2019. Consultado em 31 de outubro de 2021 
  16. a b «Oksana Chusovitina adia aposentadoria para 2022». Setembro de 2021. Consultado em 31 de outubro de 2021 

Fontes[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]