Reino Florístico Neotropical

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Reinos florísticos
Bromélias epífitas sobre ciprestes (Taxodium ascendens) no Parque Nacional das Everglades.
Heliconia rostrata. O género Heliconia é característico do Neotropis.
Deserto florido do centro-norte do Chile.

Reino Florístico Neotropical (também Neotropis ou Região Fitogeográfica Neotropical) é um dos seis reinos florísticos (ou fitocórios) do sistema fitogeográfico proposto por Ronald Good e posteriormente desenvolvido por Armen Takhtajan, caracterizado pela presença de uma flora específica que está presente numa vasta região que abarca territórios desde o sul da América do Norte, grande parte da América Central, as Caraíbas e quase toda a América do Sul (com excepção do sector sudoeste).

Descrição[editar | editar código-fonte]

O reino Florístico Neotropical inclui o sul da América do Norte, grande parte da América Central e Caribe e quase toda a América do Sul, com excepção do sector sudoeste do subcontinente, aonde ocorrem bosques montanos, e dos arquipélagos e ilhas subantárticos. Abarca também as duas faixas costeiras mexicanas e o sul da Califórnia e o sul da Flórida. O limite sul alcança o norte da Ilha Grande da Terra do Fogo.

As altitudes vão desde o nível médio do mar até acima dos 6 000 m acima daquele nível na região andina.

A composição florística do Neotropis está claramente relacionada com a da região fitogeográfica denominada Reino Florístico Paleotropical (Palaeotropis), embora apresenta importantes famílias endémicas ou muito diversificadas, ausentes ou pobremente representadas em outras regiões fitogeográficas.[1]

A flora neotropical é caracterizado pela abundância de elementos tropicais, como arecáceas, aráceas, lauráceas e orquidáceas, variando muito a vegetação dependendo de cada região. Merece especialmente destaque a família Orchidaceae, sendo que o inventario da orquideoflora neotropical, apesar de ainda não estar completo, já tem descritas mais de 11 000 espécies.

No Reino Florístico Neotropical existem pelo menos 3500 géneros endémicos e 25 famílias endémicas ou quase endémicas. As famílias mais características são Bromeliaceae, Cactaceae, Malesherbiaceae, Solanaceae e Tropaeolaceae.

Armen Takhtajan subdividiu o Reino Florístico Neotropical (que apelidou de Neotropis) em 5 regiões florísticas: (1) Região Florística Caríbica; (2) Região Florística Montano-Guayânica; (3) Região Florística Amazónica; (4) Região Florística Brasileira; e (5) Região Florística Andina.[2] Também é comum incluir uma região extra, denominada Região Florística Madreano (da Sierra Madre), embora muitos autores a incluam nos domínios do Neártico ou Holártico.

Outros autores subdividem também o Reino Neotropical em 5 domínios fitogeográficos: (1) Domínio Fitogeográfico Caribenho; (2) Domínio Fitogeográfico Amazónico; (3) Domínio Fitogeográfico Guayano; (4) Domínio Fitogeográfico Chaqueño; e (5) Domínio Fitogeográfico Andino-Patagónico.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Cabrera, A. L.; Willink, W. (1980). Colección de Monografías Científicas de la Secretaría General de la Organización de los Estados Americanos, Programa Regional de Desarrollo Científico y Tecnológico, ed. Biogeografía de América Latina (em espanhol) Segunda edición corregida ed. Washington D.C.: [s.n.] 
  2. Takhtajan, A; Th J Crovello; A Cronquist. 1986. Floristic Regions of the World. University of California Press, Berkeley.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Cabrera, A.L. 1951. Territorios fitogeográficos de la República Argentina. Boletín de la Sociedad Argentina de Botánica 4: 21-65.
  • Cabrera, A.L. 1958. Fitogeografía. En: En: F. de Aparicio y H. A. Difrieri (directores), La Argentina: Suma de Geografía, Tomo. III, Buenos Aires, Ediciones Peuser, pp. 101–207.
  • Cabrera, A.L. 1970. La vegetación del Paraguay en el cuadro fitogeográfico de América del Sur. 9º Jornadas Argentinas de Botánica, Tucumán. Boletín Sociedad Argentina de Botánica 11 (Suplemento): 121-131.
  • Cabrera, A.L. 1971.Fitogeografía de la República Argentina. Boletín de la Sociedad Argentina de Botánica 14: 1-42.
  • Cabrera, A. L.; 1976. Regiones fitogeográficas argentinas. En Kugler, W.F. (director) Enciclopedia Argentina de Agricultura y Jardinería, Tomo II Fs. 1. Ed. ACME. Bs. As. Argentina. 1-85 pp.
  • Cabrera, A. L. y Willink, W.; 1980. Biogeografía de América Latina. Segunda edición corregida. Colección de Monografías Científicas de la Secretaría General de la Organización de los Estados Americanos, Programa Regional de Desarrollo Científico y Tecnológico, Washington D.C.,
  • Chebataroff, J. 1942. La vegetación del Uruguay y sus relaciones fitogeográficas con el resto de América del Sur. Revista del Instituto Panamericano de Geografía e Historia 2:49-90.
  • Engler, A. & Diels, L. 1936. Syllabus der Pflanzenfamilien. Aufl. 11. Berlin.
  • Frenguelli, J. (1941). Rasgos principales de fitogeografía Argentina.. Rev. Mus. La Plata (Nueva Serie), 3, Sec. Bot.. pp. 65–181.
  • Grela, Iván. Distribución geográfica de especies leñosas de Uruguay y los vínculos florísticos a nivel regional.
  • Humboldt, A. 1807. Ideas sobre una geografía de las plantas: escrito sobre la fitogeografía de América del Sur, México y Cuba. JJC-02466. Colección Trigésima Séptima.
  • Mattick, F. 1964. Übersicht über die Florenreiche und Florengebiete der Erde, pp. 626–629. En: Engler, A., Syllabus der Pflazenfamilien, II. Gebrüder,. Borntraeger, Berlín.
  • Takhtajan, A; Th J Crovello; A Cronquist. 1986. Floristic Regions of the World. University of California Press, Berkeley.
  • Weber, H. (1969). Zur Natürlichen Vegetationsgliederung von Südamerika. In: Biogeography and Ecology in South America, Fittkau et al., eds. The Hague, W. Junk N. V. Publ., v. 2, pp. 475–518.
  • Zuloaga, F. O., O. Morrone & M. J. Belgrano (eds.). 2008. Catálogo de las Plantas Vasculares del Cono Sur (Argentina, sur de Brasil, Chile, Paraguay y Uruguay). I. Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 107: 1-983.