Rio Lima

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Rio Lima
Rio Lima
Rio Lima, em Ponte de Lima
Comprimento 135 km
Nascente monte Talariño, Espanha
Altitude da nascente 975 m
Foz Viana do Castelo, Atlântico
Altitude da foz 0 m
Área da bacia 2370 km²
Afluentes
principais
Rio Vez e rio Castro Laboreiro
País(es) Espanha
Portugal Portugal

O rio Lima (em galego Limia) é um curso de água internacional que nasce a uma altitude de 950 m no monte Talariño, na serra de São Mamede, na província de Ourense, na Galiza, Espanha, e que atravessa o Alto Minho, no Norte de Portugal.[1]

No seu percurso galego, de 41 km, o rio é muitas vezes designado por nomes locais, como Talariño, Freixo ou Mourenzo, apesar da designação oficial galega ser Limia; aí passa, entre outras povoações da província de Ourense, por Xinzo de Limia, à qual dá o nome.

Entra em Portugal, próximo do Lindoso e de Soajo, e passa por Ponte da Barca e Ponte de Lima, até desaguar no oceano Atlântico junto a Viana do Castelo, após percorrer um total de 108 km[1] com um caudal médio de 324 600 m3/s.

Pertence à bacia hidrográfica do rio Lima e à região hidrográfica do Minho e Lima. O seu contorno a norte é formado pela serra do Soajo e linha divisória do rio Minho até à serra de Arga e desta até ao Oceano Atlântico pelas serras de Perre e Santa Luzia; ao sul pelas serras da Amarela, Nora e Faro[2].

Em Portugal, tem um comprimento aproximado 66,9 km e uma área de bacia de aproximadamente 2370 km².[3]

Mitologia e história[editar | editar código-fonte]

Recriação histórica da travessia do Rio Lima por Décimo Júnio Bruto, na "Festa do Esquecimento", em Xinzo.

Este rio foi indicado como sendo o mitológico Lete por Estrabão e fabulado profusamente na mitologia greco-romana como o rio do esquecimento, da dissimulação. Também era chamado de Belion.[4]


Mitologia e geografia cruzaram-se num momento histórico, em 138 a.C., durante a conquista romana da Península Ibérica. Quando o general romano Décimo Júnio Bruto Galaico dispõe-se a derrubar o mito, já que o rio impedia a progressão da sua campanha militar na região. Atravessou o Lima só e, da outra margem, chamou os seus soldados, um por um, pelos seus nomes. Os seus soldados, espantados pelo facto do seu general manter a memória, atravessaram então o rio, sem medo, claudicando o mito do Lete. Este evento histórico é recriado em Xinzo, Espanha, numa festa chamada "Festa do Esquecimento".[5]

Afluentes mais importantes[editar | editar código-fonte]

Da nascente para a foz, estes são os afluentes mais importantes do rio Lima, em território português:

Margem do Rio Lima

Pontes sobre o rio Lima[editar | editar código-fonte]

Sobre o rio Lima, podemos encontrar várias pontes, algumas com importância histórica, das quais se destacam:

Rio Lima; à esquerda a Várzea e a serra do Soajo

Barragens no rio Lima[editar | editar código-fonte]

Pirogas do Rio Lima[editar | editar código-fonte]

No município de Viana do Castelo, no leito do rio Lima, foram encontradas entre 1985 e 2008 seis pirogas monóxilas (embarcações feitas a partir de um tronco de árvore, escavado para o efeito que são conhecidas, na Europa, desde o período neolítico).

As pirogas encontram-se numeradas de 1 a 6, de acordo com a sequência em que foram encontradas, provêm sobretudo do Lugar da Passagem (na altura, freguesia de Moreira de Geraz do Lima), Lugar da Passagem (Lanheses) e Mazarefes, e datam dos séculos IV/III a.C. (Idade do Ferro), dos séculos VIII/IX (Período da Reconquista) e século XI (Idade Média).

Em Abril de 2021, foi aprovado em Conselho de Ministros a classificação como interesse nacional com a designação de “tesouro nacional” das seis pirogas monóxilas[6].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. a b Bacia Hidrográfica do Lima, em Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção de Albufeira
  2. O Minho pittoresco, de José Augusto Vieira, Lisboa: Livraria de António Maria Pereira, 1886-1887, 1º volume
  3. a b «Atlas da Água». Classificação Decimal das Linhas de Água. SNIRH. Consultado em 12 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 20 de junho de 2007 
  4. Tranoy, Alain (1981). Diffusion de Boccard, ed. La Galice romaine (em francês). Paris: [s.n.] p. 30 
  5. «Festa do Esquecemento». Asociación Española de Fiestas y Recreaciones Historicas (em espanhol). 15 de abril de 2017. Consultado em 24 de junho de 2020 
  6. «Pirogas do Rio Lima classificadas como "tesouro nacional"» 
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