Estêvão José da Rocha

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Estêvão José da Rocha
Barão de Araruna
Nascimento 30 de março de 1805
  Fazenda Serra Branca, Paraíba, Brasil
Morte 30 de março de 1874 (69 anos)
  Bananeiras, Paraíba,
Brasil
Nome completo Estêvão José da Rocha
Cônjuge Maria Madalena das Dores
Rozaura Maria da Conceição
Pai Antônio Ferreira de Macedo
Mãe Ana de Arruda Câmara
Religião Católica

Estêvão José da Rocha, primeiro e único Barão da Araruna, foi um fazendeiro e militar brasileiro, tendo sido Coronel da Guarda Nacional[1].

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu na Fazenda Serra Branca, Paraíba, no ano de 1805 e faleceu no dia 30 de março de 1874 em Bananeiras, PB. Era de filho de Antônio Ferreira de Macedo e de Ana de Arruda Câmara.

Foi proprietário do Engenho Jardim em Bananeiras. Seu primeiro casamento foi com Maria Madalena das Dores com quem teve onze filhos. [2] No ano de 1852 casou-se pela segunda vez com Rozaura Maria da Conceição tendo mais uma filha. ( Rozaura era de família nobre aristocrata portuguesa. Detentora de vastas terras nos engenhos de Mamanguape ). Nos registros iniciais da cidade de Bananeiras (de 1836/1844) o Barão de Araruna aparece como capitão da Guarda Nacional. Além disso, ele foi Juiz dos Órfãos e Chefe da Mesa de Rendas.[3]


Por quase dois séculos, a família Rocha do Senhor Barão dominou a economia local com o poder latifundiário do café e açúcar.  [4]


Filhos[editar | editar código-fonte]

Nos livros paroquiais de Bananeiras, encontram-se registrados os filhos legítimos do Barão da Araruna com sua primeira esposa, Maria Madalena: Felinto Florentino da Rocha, Felisminia Maria dos Santos Peregrino, Anna da Conceição Ferreira da Rocha (batismo no dia 19/01/1847), Enéas Nomeriano da Rocha, João Clementino Ferreira da Rocha, Guilhermina Ferreira da Rocha, Targino Franklin da Rocha (batismo no dia 17/04/ 1842), Antônio Alves da Rocha, José Clementino da Rocha, Antônio da Piedade de Maria Ibiapina e Joaquim Clementino da Rocha.

Do casamento com Rozaura Maria da Conceição, em 1852, encontramos uma filha legítima registrada nos livros paroquiais de Bananeiras, no dia 7 de outubro de 1855: Josepha da Rocha. Embora o título de Barão fosse intransferível, a única filha de Estevão José da Rocha com Rozaura, era conhecida como a Baronesa de Araruna. Seus únicos descendentes vivem hoje em Natal, no Rio Grande do Norte. Josepha teve uma filha e deu-lhe o próprio nome. Mais tarde, depois do casamento, sua filha passou a assinar como Josepha Rocha Fagundes, conhecida como Sinhá. Casou-se com Cícero Rocha Fagundes ( poderoso fazendeiro da região do Trairí e Agreste Potiguar ). Tiveram uma única filha, Hilda Rocha Fagundes, falecida no dia 13 de maio de 1988. Josepha da Rocha, a "Sinhá", ( neta do Barão da Araruna e de Rozaura Maria ) e sua filha Hilda ( bisneta) estão sepultadas no jazigo da família no Cemitério do Alecrim, em Natal, Rio Grande do Norte.

Carta Imperial[editar | editar código-fonte]

O acervo do jornalista e escritor paraibano Maurílio Almeida [5] guarda a Carta Imperial que deu o titulo de Barão a Estevão José da Rocha: “ A Princesa Imperial Regente, em nome do Imperador o Sr. D. Pedro II, faz saber aos que esta Carta virem que, atendendo aos relevantes serviços que tem prestado Estevão José da Rocha, da Província da Paraíba do Norte, querendo distingui-lo e honrá-lo, há por bem fazer-se mercê do Titulo de Barão de Araruna e com o referido titulo goze de todas as honras, privilégios e isenções, liberdade e franquezas que hão e tem e de que se usou e sempre usaram os Barões, e que de direito lhe pertencerem.O por firmeza de tudo que dito é, lhe mandou dar esta Carta, por ela assinada e selada com selo das Armas Imperiais. Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 3 de junho de 1871, quinquagésimo da Independência e do Império.Princesa Isabel Regente e João Alfredo de Oliveira Correia”. . [6]

Televisão e Literatura[editar | editar código-fonte]

O Barão de Araruna também virou figura de obra de ficção. Personagem de Maria Dezonne Pacheco Fernandes no seu romance de maior sucesso, “Sinhá Moça” publicado em 1950. Mas a personalidade do homem rude e ruim do romance pouco se aproxima do verdadeiro Estevão José da Rocha. Há, porém, algumas coincidências: a atividade política do Barão da literatura e da televisão desenvolveu-se na cidade de Araras, topônimo que muito se aproxima de Araruna. A atividade econômica desenvolvida pelo trabalho escravo era o café, mesmo ramo de negócio do verdadeiro Barão[7].

O Barão da novela de Benedito Ruy Barbosa , sucesso em 1986 e 2006 da Rede Globo, teve sua vida retratada entre 1840 e 1850 . O verdadeiro Barão foi agraciado pela Princesa Isabel em 1871 e faleceu em 1874, em Bananeiras, onde ocupou quase todo o território plantando café. Nasceu na Casa Grande da Fazenda Serra Branca, no então Distrito de Pedra Lavrada, hoje município desmembrado de Cuité. O Barão é “sangue dos Arruda Câmara do Piancó e Ferreira de Macedo, de Picuí” relata [8]Câmara Cascudo. Por razões desconhecidas, Estevão José da Rocha recebeu esse nome, excluindo sua ascendência paterna. Deveria chamar-se Estevão José Ferreira de Macedo. O Barão da ficção é chamado de Coronel José Ferreira e foi interpretado pelos atores Rubens de Falco em 1986 e Osmar Prado em 2006.

Títulos nobiliárquicos[editar | editar código-fonte]

Barão da Araruna

Título conferido por D. Pedro II (imperador na época) [9]por decreto imperial em 17 de abril de 1871. Faz referência à Serra da Araruna, na Paraíba. Em tupi significa arara preta, fazendo menção à arara-azul-grande, comum na região de Araruna, onde o barão possuía muitas terras. No período do Império 875 pessoas receberam título de nobreza no Brasil.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • COUTINHO, Afrânio. Brasil e brasileiros de hoje. Rio de Janeiro: Sul Americana, 1961.
  • MENEZES, Raimundo de. Dicionário literário brasileiro. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978.

Referências

  1. Silva, Wellignton Rafael . (1967). Análise das Transformações no Espaço Urbano na cidade de Araruna. [S.l.: s.n.] ISBN Guarabira- PB Verifique |isbn= (ajuda) 
  2. Lins Rodrigues, Janete (1993). Catilha Paraibana; Aspectos Geo-históricos e folclóricos. [S.l.: s.n.] ISBN Ed. Gafset; João Pessoa; Verifique |isbn= (ajuda) 
  3. da Silva, Wellignton Rafael (2010). Desenvolvimento Urbano e Regional da cidade de Araruna. [S.l.: s.n.] ISBN UEPB Verifique |isbn= (ajuda) 
  4. Fonseca de Lucena, Humberto (1996). O Velho Mercado de Araruna e seus Arredores. [S.l.: s.n.] ISBN Emporio dos Livros Verifique |isbn= (ajuda) 
  5. Almeida, Maurilio (1978). O Barao de Araruna e sua Prole. [S.l.: s.n.] ISBN Local Verifique |isbn= (ajuda) 
  6. Coelho de Miranda Freire, Carmem (1974). História da Paraíba,Período Colonial e Reino. [S.l.: s.n.] ISBN Gráfica Universal; João Pessoa; Verifique |isbn= (ajuda) 
  7. O Barão de Araruna existiu! ExpressoPB. Pesquisa em 20/01/16
  8. da Câmara Cascudo, Luís (1968). Nomes da Terra. [S.l.: s.n.] ISBN Fundação José Augusto, Natal, Verifique |isbn= (ajuda) 
  9. Bueno, Eduardo (2000). Brasil: uma história. [S.l.: s.n.] ISBN Ática Verifique |isbn= (ajuda)