Estação Ferroviária de Serpins
Serpins
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Linha(s): | Ramal da Lousã (PK 35,008) | ||
Coordenadas: | 40°9′21.58″N × 8°12′33.39″W (=+40.15599;−8.20928) | ||
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Município: | Lousã | ||
Serviços: | sem serviços | ||
Inauguração: | 10 de agosto de 1930 (há 94 anos) | ||
Encerramento: | 1 de dezembro de 2009 (há 14 anos) |
A Estação Ferroviária de Serpins é uma interface encerrada do Ramal da Lousã, que servia a localidade de Serpins, no Distrito de Coimbra, em Portugal.
História
[editar | editar código-fonte]Antecedentes, planeamento e inauguração
[editar | editar código-fonte]Já em 1870, tinha sido planeada uma linha de Coimbra a Arganil,[1] e em 22 de Fevereiro de 1889 foi assinada a escritura para construção deste caminho de ferro.[2] Um dos principais objectivos era servir aquela vila, que estava muito isolada em relação aos transportes terrestres.[3]
Um alvará de 10 de Setembro de 1887 autorizou a companhia Fonsecas, Santos e Viana a construir um caminho de ferro de via estreita de Coimbra a Arganil, mas no ano seguinte a Companhia do Mondego tomou a construção como uma linha de via larga.[4] A empresa entrou em falência por uma sentença de 17 de Fevereiro de 1897, pelo que a licença para a construção e exploração da linha foram transferidas para a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses em 22 de Novembro de 1904, que concluiu a linha até à Lousã.[4] O Decreto 8:910, de 8 de Junho de 1923, autorizou a Companhia do Mondego a terminar a linha até Arganil, que passou novamente a sua concessão para a C.P.[4] Assim, o lanço entre Lousã e Serpins entrou ao serviço no dia 10 de Agosto de 1930, pela C.P..[5] Arganil passou a ser servida pela estação de Serpins após a sua inauguração, embora ainda se situasse a cerca de 30 km de distância.[3]
No entanto, logo em 19 de Maio de 1933, os comboios de passageiros entre Coimbra e Serpins foram substituídos por carreiras rodoviárias.[6]
Continuação do ramal
[editar | editar código-fonte]Em Setembro de 1948, já se tinham feitas todas as expropriações necessárias, e várias terraplanagens e obras de arte no troço entre Serpins e Arganil, que teria pouco mais de 20 km de extensão.[3] Nessa altura, a continuação do ramal já tinha sido pedida ao Ministro das Obras Públicas por várias entidades de Arganil e pela sua Casa em Lisboa.[3] No entanto, esta obra não chegou a ser concluída, tendo Serpins permanecido como a estação terminal do ramal.[7][4]
Século XXI
[editar | editar código-fonte]Em Fevereiro de 2009, a circulação no Ramal da Lousã foi temporariamente suspensa para a realização de obras, tendo os serviços sido substituídos por autocarros.[8]
O troço entre Serpins e Miranda do Corvo foi encerrado em 1 de Dezembro de 2009, para as obras de construção do Metro Mondego.[9][10] Já em 2007, o projeto apresentado para o Metro Mondego (entretanto nunca construído) preconizava a inclusão de Serpins como uma das 14 interfaces do Ramal da Lousã a manter como estação/paragem do novo sistema.[11]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ SERRÃO, 1986:238
- ↑ MARTINS et al, 1996:249
- ↑ a b c d «Arganil» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 60 (1457). 1 de Setembro de 1948. p. 495-496. Consultado em 4 de Abril de 2016
- ↑ a b c d AGUILAR, Busquets de (1 de Junho de 1949). «A Evolução História dos Transportes Terrestres em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1475). p. 383-393. Consultado em 10 de Outubro de 2018
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 19 de Dezembro de 2015
- ↑ MARTINS et al, 1996:259
- ↑ BORGES, 1987:217
- ↑ «Obras condicionam circulação de comboios na Linha da Lousã este fim-de-semana». Público. 6 de Fevereiro de 2009. Consultado em 12 de Outubro de 2013
- ↑ «Ramal da Lousã: Utentes manifestam-se "revoltados" com encerramento do troço Serpins-Miranda a partir de quarta-feira». Expresso. 1 de Dezembro de 2009. Consultado em 19 de Dezembro de 2015
- ↑ ALEXANDRE, Jorge (2 de Dezembro de 2009). «Misto de emoções na despedida do comboio». Trevim. Consultado em 12 de Outubro de 2013. Arquivado do original em 6 de outubro de 2013
- ↑ Metro Mondego (2007). «SMM 7». Consultado em 11 de novembro de 2021. Arquivado do original em 4 de outubro de 2007
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- BORGES, Nelson (1987). Coimbra e Região 1.ª ed. Lisboa: Editoral Presença. 259 páginas
- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- SERRÃO, Joaquim (1986). História de Portugal. O Terceiro Liberalismo (1851-1890). 9. volumes 19. Lisboa: Verbo. 423 páginas