Estação Ferroviária de Silves

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Silves
Estação Ferroviária de Silves
a estação de Silves, em 2018
Identificação: 90183 SIL (Silves)[1]
Denominação: Estação Satélite de Silves
Administração: Infraestruturas de Portugal (sul)[2]
Classificação: ES (estação satélite)[1]
Tipologia: C [2]
Linha(s): Linha do Algarve (PK 319+181)
Altitude: 50 m (a.n.m)
Coordenadas: 37°10′32.34″N × 8°26′26.14″W

(=+37.17565;−8.44059)

Mapa

(mais mapas: 37° 10′ 32,34″ N, 8° 26′ 26,14″ O; IGeoE)
Município: border link=Silves (Portugal)Silves
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Alcantarilha
Faro
  R   Estômb.-Lag.
Lagos
Poço Barreto
Faro
   

Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
113
Equipamentos: Acesso para pessoas de mobilidade reduzida
Endereço: Largo da Estação, s/n
PT-8300-051 Silves
Inauguração: 1 de fevereiro de 1902 (há 122 anos)
Website:
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Ferroviária de Sines, Apeadeiro de Silva, Apeadeiro de Silvã-Feiteira, Apeadeiro de Silvalde ou Apeadeiro de Silvalde-Vouga.

A Estação Ferroviária de Silves é uma interface da Linha do Algarve que serve a cidade de Silves, no Distrito de Faro, em Portugal.

Aspeto da gare, em 2023.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Vista da estação de Silves, em 2008.

Localização e acessos[editar | editar código-fonte]

A Estação Ferroviária de Silves situa-se no arrabalde de Silves-Gare e dista 2,1 km (desnível acumulado de +52−61 m) do centro da localidade epónima (Largo J. Osório).[3]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Esta interface apresenta apenas duas vias de circulação (I e II), ambas com 203 m de extensão e cada uma acessível por plataforma de 110 m de comprimento e 685 mm de altura.[2] O edifício de passageiros situa-se do lado norte da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Vila Real de Santo António).[4][5]

Serviços[editar | editar código-fonte]

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo regional tipicamente com nove circulações diárias em cada sentido entre Lagos e Faro.[6]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: História da Linha do Algarve
Passagem de nível na estação de Silves, em 2018.

Planeamento, construção e inauguração[editar | editar código-fonte]

Em Novembro de 1897, o Conselho Superior de Obras Públicas e Minas já tinha aprovado o projecto até à estação provisória de Portimão do troço entre Tunes e Lagos, então denominado de Ramal de Portimão.[7] Este projecto incluía a construção de uma gare ferroviária servindo Silves, que se iria situar a cerca de 1 km da cidade, e junto à estrada de Silves a Lagoa.[7] O motivo pelo qual esta gare ficou tão longe da cidade prendeu-se com razões geográficas, uma vez que um traçado pela margem direita do Rio Arade permitiria uma localização mais cómoda para a estação, mas ficaria demasiado longe do importante concelho de Lagoa, e devido ao acidentado relevo naquela zona, forçaria à construção de vários túneis, e de pontes sobre o Rio Arade e as Ribeiras de Boina e Odelouca.[8] Por outro lado, o traçado que foi escolhido também facilitaria a construção de um ramal ferroviário para o Porto de Abrigo da Ponta do Altar, que estava então a ser planeado.[8]

O troço entre esta estação e Poço Barreto entrou ao serviço em 1 de Fevereiro de 1902, pela operadora Caminhos de Ferro do Estado, não tendo sido feitos quaisquer festejos por ordem da direcção.[9][10] No período em que foi inaugurada, esta estação já estava totalmente construída.[9] Em Junho de 1902, estava programada a criação de comboios entre esta estação e Faro, além daquele que já existia de manhã, prevendo-se que os novos comboios iriam entroncar na estação de Tunes com o Misto de Beja para Faro.[11]

Tabela de 1905 com os descontos de Portimão a Vila Real de Santo António, onde se faz referência a esta estação.

Continuação até Portimão[editar | editar código-fonte]

Em Dezembro de 1902, previa-se que o troço seguinte, até Portimão, iria ser em breve inspeccionado e depois aberto ao serviço.[11] Com efeito, foi inaugurado em 15 de Fevereiro de 1903,[12] pelo que esta estação perdeu o seu estatuto como gare terminal, prevendo-se que seria, então, requalificada para estação de segunda classe.[9] Esta medida provocou vários protestos por parte da população.[13]

Após a abertura à exploração, a zona da estação passou a ser um dos principais pólos de atracção urbanos fora da localidade de Silves, tendo sido construídas várias habitações junto à estação para os funcionários dos caminhos de ferro.[14] Este aglomerado populacional, denominado Bairro da Estação, foi dotada de boas ligações por estrada com a cidade de Silves.[14] A gare da estação foi várias vezes utilizada para bailes populares, o que contribuiu para aumentar a animação naquela zona.[14] Em 1913, a estação era servida por carreiras de diligências até Silves e Lagoa.[15] Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses realizou obras de reparação e de melhoramentos nesta estação,[16] e no ano seguinte fez obras de restauro em toda a estação.[17]

Vista da estação, em 2006.

Um diploma da Direcção Geral de Caminhos de Ferro, publicado no Diário do Governo n.º 286, II Série, de 8 de Dezembro de 1937, ordenou que o condutor de via e obras Caetano Alberto da Cruz Jorge Ribeiro outorgasse na escritura de uma parcela de terreno junto à estação, com a Federação Nacional dos Produtores de Trigo.[18] Após a Segunda Guerra Mundial, a Empresa de Viação do Algarve estabeleceu uma carreira de autocarros entre a estação e a cidade de Silves[19] (equivalente a parte da atual 113).

Ligação projectada a Monchique[editar | editar código-fonte]

Em finais de 1892, foi pedida a concessão para uma linha férrea ligando esta estação a Monchique.[20]

Século XXI[editar | editar código-fonte]

Em 2004, esta estação possuía a tipologia D da Rede Ferroviária Nacional,[21] que manteve até 2021,[22] tendo já tipologia C em 2022.[2]

Em 2009, esta estação apresentava duas linhas, ambas com 198 m de extensão, e duas plataformas, a primeira com 117 m de comprimento, e a segunda 91 m; ambas as plataformas tinham 40 cm de altura.[23] Em 2011, ambas as duas linhas já tinham sido aumentadas até aos 205 m, tal como as plataformas, que passaram a apresentar, correspondentemente, 125 e 197 m de comprimento; não se verificaram modificações na altura das plataformas;[24] estes valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.[2]

Aspetos do armazém anexo à estação de Silves, em desuso ferroviário.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b c d Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  3. OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal». Consultado em 21 de abril de 2022 
  4. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  5. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  6. Horário dos Comboios : Vila Real de S. António ⇄ Lagos («horário em vigor desde 2022.12.11»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
  7. a b «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1198). 16 de Novembro de 1937. p. 541-542. Consultado em 5 de Fevereiro de 2012 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  8. a b «Silves a Portimão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (361). 1 de Janeiro de 1903. p. 3-4. Consultado em 5 de Fevereiro de 2012 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  9. a b c «O Ramal de Portimão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (339). 1 de Fevereiro de 1902. p. 35-36. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 
  10. «Ramal de Portimão». Fundação Mário Soares. Consultado em 5 de Fevereiro de 2012 
  11. a b «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1227). 1 de Fevereiro de 1939. p. 111-114. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  12. «Silves a Portimão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (364). 16 de Fevereiro de 1903. p. 56. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  13. GOES, 1998:43
  14. a b c GOES, 1998:137
  15. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 15 de Março de 2018 
  16. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  17. «O que se fez nos Caminhos de Ferro Portugueses, durante o ano de 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1130). 16 de Janeiro de 1935. p. 50-51. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  18. «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1200). 16 de Dezembro de 1937. p. 591-593. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  19. GUERREIRO, 1983:146
  20. «Efemérides 1888 - 1938» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1225). 1 de Janeiro de 1939. p. 43-48. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 
  21. «Classificação de Estações e Apeadeiros de acordo com a sua utilização». Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005. Rede Ferroviária Nacional. 13 de Outubro de 2004. p. 81-83 
  22. Diretório da Rede 2021. I.P.: 2019.12
  23. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2010. Rede Ferroviária Nacional. 22 de Janeiro de 2009. p. 67-90 
  24. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • GOES, Maria das Dores Jorge (1998). Silves Naquele Tempo... e Agora (1956-1997). Silves: Câmara Municipal de Silves. 103 páginas. ISBN 972-96677-9-9 
  • GUERREIRO, Aníbal C. (1983). História da Camionagem Algarvia (de passageiros) 1925-1975. Da origem à nacionalização. Vila Real de Santo António: Edição do autor. 233 páginas 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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