Sem Olhos em Gaza

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Sem Olhos em Gaza
Autor Aldous Huxley
Data de publicação 1936
Editora Chatto & Windus

Sem Olhos em Gaza (no original, em inglês: Eyeless in Gaza) é um romance de Aldous Huxley, publicado pela primeira vez em 1936. O título se refere a uma frase tirada de Sansão Agonista, tragédia em versos de John Milton:[1]

... A promessa foi que eu
Livraria Israel do jugo filisteu;
Perguntai agora por esse grande libertador, e encontrai-o
Sem olhos em Gaza no moinho com escravos ...

O título do livro, assim como o poema de Milton, alude à história bíblica de Sansão, que foi capturado pelos filisteus, teve os olhos queimados e levado a Gaza, onde foi forçado a trabalhar na moagem de grãos, em um moinho.

Trama[editar | editar código-fonte]

O romance trata da vida do socialite Anthony Beavis, apresenta quatro períodos de sua vida, sem ordem cronológica, desde quando era um menino na década de 1890, até 1936. O romance descreve Beavis enquanto ele frequentava a escola, faculdade e seus vários casos românticos, sondando a vida sem sentido da classe alta desse período. O romance descreve a desilusão gradual de Beavis com a alta sociedade, culminada pelo suicídio de seu amigo. Nesse ponto, ele começa a buscar algum sentido para sua vida, o que parece alcançar quando descobre o pacifismo e depois o misticismo.[2]

Recepção critica[editar | editar código-fonte]

Para o jornalista inglês Simon Heffer, Sem Olhos em Gaza é o único "grande romance" de Huxley, e seu melhor livro. Ainda em sua análise, ressalta que o livro remonta às primeiras sátiras de Huxley e se conecta às preocupações mais sérias e filosóficas de seus romances posteriores. Formalmente, afirma que o romance apresenta uma abordagem modernista de fluxo de consciência, mas se baseando em fatos, ao contrário de Woolf, Proust e Joyce, que usam memórias não confiáveis. A tensão entre guerra e pacifismo é explorada no romance de uma forma particularmente produtiva. Heffer conclui escrevendo que Huxley é um “Homem inglês das letras sofisticado e original" que merece uma reavaliação e que esse romance é um bom lugar para começar.[3] Heffer também cita Sem Olhos em Gaza em Inglês Estreito, de sua autoria, mencionando o domínio único de Huxley sobre o uso parênteses e travessões.[4] O blogueiro Josh Ronsen criou uma tabela para quem deseja ler o romance em ordem cronológica.[5]

Adaptação[editar | editar código-fonte]

Foi adaptado por Robin Chapman como uma minissérie da BBC em cinco episódios, exibida em 1971.[6]

Referências

  1. No original: "... Promise was that I/Should Israel from Philistian yoke deliver;/Ask for this great deliverer now, and find him/ Eyeless in Gaza at the Mill with slaves ..."
  2. Wasserman, Jerry (inverno de 1980). «Huxley's Either/Or: The Case for "Eyeless in Gaza"». Novel: A Forum on Fiction. 13 (2): 188–203. JSTOR 1345309. doi:10.2307/1345309 
  3. Heffer, Simon, (20 October, 2018). Aldous Huxley did write a great novel - but it was not Brave New World. The Daily Telegraph.
  4. Heffer, Simon (2011). Strictly English: The Correct Way to Write... and Why It Matters. Random House. pp.33-34. ISBN 9780099537939
  5. Ronsen, Josh (August, 2010). LITERATURE: A Better Way to Read Aldous Huxley's Eyeless in Gaza. MonkMinkPinkPunk. Issue 17.
  6. «Eyeless in Gaza (TV Series 1971– )» 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bleiler, Everett (1948). The Checklist of Fantastic Literature. Chicago: Shasta Publishers 
  • Bedford, Sybille, Aldous Huxley: Uma biografia - 1973 - a biografia autorizada padrão em dois volumes de Huxley