Fátima Bezerra
Fátima Bezerra | |
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56.ª Governadora do Rio Grande do Norte | |
Período | 1 de janeiro de 2019 até a atualidade |
Vice-governador | Antenor Roberto |
Antecessor | Robinson Faria |
Senadora pelo Rio Grande do Norte | |
Período | 1 de fevereiro de 2015 até 31 de dezembro de 2018 |
Deputada Federal pelo Rio Grande do Norte | |
Período | 1 de fevereiro de 2003 até 1 de fevereiro de 2015 |
Deputada Estadual pelo Rio Grande do Norte | |
Período | 1 de janeiro de 1995 até 31 de dezembro de 2002 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Maria de Fátima Bezerra |
Nascimento | 19 de maio de 1955 (65 anos) Nova Palmeira, Paraíba |
Nacionalidade | Brasileira |
Partido | PT (1981-presente) |
Profissão | Pedagoga |
Maria de Fátima Bezerra (Nova Palmeira, 19 de maio de 1955) é uma pedagoga e política brasileira. Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), é a 56.ª e atual governadora do Rio Grande do Norte. Atualmente, é a única mulher a governar um estado brasileiro.[1]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Filha de Severino Bezerra de Medeiros e de Luzia Mercês do Amaral, Fátima Bezerra nasceu em Nova Palmeira, na Paraíba, mas mudou-se para Natal, no Rio Grande do Norte, ainda adolescente.[2]
Em 1980, formou-se em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),[3][4] tornando-se, logo em seguida, professora da rede pública na prefeitura de Natal e no governo estadual.[2]
Além disso, foi vice-presidente (1980-1982) e presidente (1982-1985) da Associação dos Orientadores Educacionais, secretária-geral da Associação dos Professores (1985-1987), secretária-geral (1989-1991) e presidente (1991-1994) do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, todos no estado do Rio Grande do Norte.[4]
Trajetória política[editar | editar código-fonte]
Deputada Estadual[editar | editar código-fonte]
Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 1981, Fátima Bezerra elegeu-se deputada estadual do Rio Grande do Norte por dois mandatos: em 1994, com 8.347 votos;[5] e em 1998, com 30.697 votos.[6]
Durante o tempo em que permaneceu na Assembleia Legislativa potiguar (ALRN), foi presidente da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Interior.[2] Também representou o Poder Legislativo potiguar no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania e no Conselho Estadual do Meio Ambiente.[2] Ainda como parlamentar, foi delegada na IV Conferência Mundial sobre a Mulher (Beijing, 1995) e no I e II Fórum Social Mundial (Porto Alegre, 2001 e 2002), e participou do Encontro Internacional em Solidariedade às Mulheres Cubanas (Havana, 1998).[2]
Além disso, nos anos de 1996, 2000, 2004 e 2008, Fátima Bezerra foi candidata à prefeitura municipal de Natal, perdendo, respectivamente, para Wilma de Faria (duas Vezes), Carlos Eduardo Alves e Micarla de Sousa, até que, no ano de 2012, desistiu de concorrer ao cargo e lançou a candidatura de Fernando Mineiro (PT), que também perdeu o pleito em 2012 e 2016.[2]
Deputada Federal[editar | editar código-fonte]
No ano de 2002, Fátima Bezerra candidatou-se ao cargo de deputada federal pelo Rio Grande do Norte e conseguiu eleger-se com a melhor votação de seu estado, alcançando a soma de 161.875 votos.[7][2] Em 2006, foi reeleita com 116.243 votos e, em 2010, com 220.355 votos, ano em que obteve a quinta melhor votação proporcional do país, além de ter alcançado a maior votação que um deputado já recebeu no Rio Grande do Norte.[2]
Durante o primeiro mandato na Câmara dos Deputados, em agosto de 2003, votou a favor da proposta para a Reforma da Previdência apresentada pelo Governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2007), aprovada em dois turnos no Congresso e encaminhada ao Senado Federal.[2] Em dezembro do mesmo ano, a emenda constitucional que alterava o sistema previdenciário do país foi promulgada pelo então presidente do Senado, José Sarney (PMDB).[2]
Em 2004, Fátima Bezerra atuou como titular da Comissão especial do Ano da Mulher, em 2005, foi escolhida como presidente da Comissão de Legislação Participativa e, em março de 2006, tornou-se titular da Comissão Permanente de Educação, Cultura e Desporto.[2] Ainda nesse último ano, atuou como segundo vice-presidente da comissão especial para a PEC que criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro.[2]
Já durante o seu último mandato na Câmara Federal, em 2011, Fátima Bezerra ocupou a presidência da Comissão de Educação, além de atuar na Comissão Especial que discutiu o Projeto de Lei 8035/10, referente ao Plano Nacional de Educação (PNE) responsável pelo estabelecimento de diretrizes para a educação brasileira até o ano de 2020.[2]
Senadora[editar | editar código-fonte]
Em 2014, candidatou-se ao cargo de senadora pelo Rio Grande do Norte na chapa que apoiava Robinson Faria do PSD para governador. Vencendo a ex-governadora Wilma de Faria do PSB, Fátima Bezerra conseguiu eleger-se com a soma de 808.055 votos, representando 54,84% dos votos válidos.[8]
Em outubro de 2017, Bezerra votou a contra a manutenção do mandato do senador Aécio Neves mostrando-se favorável a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo em que ele é acusado de corrupção e obstrução da justiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário Joesley Batista.[9][10]
Com sua eleição ao governo do Estado, seu primeiro-suplente, Jean-Paul Prates (PT) assume a titularidade do mandato.
Governadora do Rio Grande do Norte[editar | editar código-fonte]
Nas eleições estaduais de 2018, Fátima Bezerra candidatou-se ao governo do Rio Grande do Norte pela coligação Do Lado Certo composta pelo PT, PC do B e PHS, tendo como vice o advogado Antenor Roberto. No primeiro turno, ficou em 1° lugar ao alcançar 748.150 votos (46,17% dos votos válidos), derrotando o então governador Robinson Faria (3°) e ficando à frente do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (2°), com quem disputou o segundo turno. No segundo turno, foi eleita governadora do Estado com a soma de 1.022.910 (57,60% dos votos válidos), tornando-se a detentora da maior votação dentre todos os governadores eleitos na história do Rio Grande do Norte.[11]
Desempenho em eleições[editar | editar código-fonte]
Ano | Eleição | Cargo | Partido | Coligação | Vice/Suplente | Votos | % | Resultado |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1994 | Estaduais no Rio Grande do Norte | Deputada Estadual | PT | — | 8.347 | 1,03% | Eleita [12] | |
1996 | Municipal de Natal | Prefeita | Frente Popular de Natal
(PT,PCdoB,PPS) |
George Câmara
(PCdoB) |
127.531 | 48,32% | Não eleito [13]
2º turno | |
1998 | Estaduais no Rio Grande do Norte | Deputada Estadual | Frente Popular | — | 30.697 | 2,73% | Eleita [12] | |
2000 | Municipal de Natal | Prefeita | Coligação Frente Popular de Natal
(PT,PDT,PCdoB,PCB,PHS,PTdoB) |
Leonardo Arruda
(PDT) |
90.630 | 29,38% | Não eleita [14]
2º lugar | |
2002 | Estaduais no Rio Grande do Norte | Deputada Federal | Coligação Frente Popular Potiguar
(PT,PCdoB,PMN,PL) |
— | 161.875 | 11,08% | Eleita [12] | |
2004 | Municipal de Natal | Prefeita | Frente Popular de Natal
(PT,PCB,PTdoB) |
Adelmaro
(PT) |
27.331 | 7,40% | Não eleita [15]
4º lugar | |
2006 | Estaduais no Rio Grande do Norte | Deputada Federal | Vitória do povo I | — | 116.243 | 7,16% | Eleita [12] | |
2008 | Municipal de Natal | Prefeita | União por Natal
(PSB,PT,PDT,PTN,PHS,PMDB,PRB,PCdoB,PCB) |
Luiz Eduardo
Carneiro (PMDB) |
139.946 | 36,82% | Não eleita [16]
2º lugar | |
2010 | Estaduais no Rio Grande do Norte | Deputada Federal | Vitória do povo | — | 220.355 | 13,33% | Eleita [17] | |
2014 | Estaduais no Rio Grande do Norte | Senadora | Liderados pelo povo
(PSD,PCdoB,PT,PP,PTC,PEN,PRTB,PPL,PTdoB) |
Jean-Paul Prates
(PT) |
808.055 | 54,84% | Eleita [18] | |
2018 | Estaduais no Rio Grande do Norte | Governadora | Do lado certo
(PT,PCdoB,PHS) |
Antenor Roberto
(PCdoB) |
1.022.910 | 57,60% | Eleita [19]
2º turno |
Controvérsias[editar | editar código-fonte]
Pedido de Cassação[editar | editar código-fonte]
Fátima Bezerra e Antenor Roberto foram alvos de uma ação do Ministério Público Eleitoral que pede a cassação ou suspensão da chapa com a reprovação de suas contas que já foram aprovadas com ressalvas pelo TRE. O pedido é baseado no fato que os recursos usados para a promoção de candidaturas femininas foram usados na campanha de 25 homens e em uma empresa contratada por Fátima que foi criada três dias antes de apresentar a primeira nota fiscal à campanha da governadora. A sua defesa afirmou que essas suspeitas já foram analisadas pela Justiça Eleitoral quando ocorreu a aprovação das contas, que a empresa contratada foi criada em cima da hora por questões tributárias e que os recursos da campanha das mulheres foram passados pelo PCdoB para a governadora.[20]
Processo contra ataques[editar | editar código-fonte]
Em meio a pandemia da COVID-19, o médico Nelson Geraldo Freire Neto, primo do ex-governador do Rio Grande do Norte, Fernando Freire, foi condenado a excluir quatro posts feitos no Facebook e no Instagram em que atacava Fátima Bezerra em um ato em prol do Presidente Jair Bolsonaro em Brasília. Nas publicações, Nelson chamou a governadora de traficante de drogas e macumbeira, além ter afirmado que Fátima fazia vodu contra o Presidente da República.[21][22]
Referências
- ↑ Jácome 2018.
- ↑ a b c d e f g h i j k l m FGV 2014.
- ↑ Senado Federal 2019.
- ↑ a b Câmara dos Deputados 2019.
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral 1994.
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral 1998.
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral 2002.
- ↑ PT 2019.
- ↑ G1 2017.
- ↑ Richter 2017.
- ↑ Santos 2019.
- ↑ a b c d «Tribunal Superior Eleitoral». www.tse.jus.br. Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ «Resultados das Eleições». www.tse.jus.br. Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ «Resultado da Eleição 2000». www.tse.jus.br. Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ «Resultado da eleição 2004». www.tse.jus.br. Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ «Terra | Buscador». Terra. Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ «Apuração 1° turno - Rio Grande do Norte | G1 - Eleições 2010». g1.globo.com. Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ «Resultado das Apurações dos votos do 2º turno das Eleições 2014 no Rio Grande do Norte para Governador, Senador, Deputados Federais e Deputados Estaduais». Eleições 2014 no RN. Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ RN, Do G1 (5 de outubro de 2014). «Fátima, do PT, é eleita senadora pelo Rio Grande do Norte». Eleições 2014 no Rio Grande do Norte. Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ «MP Eleitoral pede cassação dos diplomas de Fátima Bezerra e do vice-governador eleito no RN». G1. Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ «Médico bolsonarista é condenado por chamar Fátima Bezerra, governadora do RN, de traficante». Revista Fórum. 19 de maio de 2020. Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ «Justiça pune médico que acusa governadora do PT de fazer vodu de Bolsonaro | Radar». VEJA. Consultado em 23 de maio de 2020
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Câmara dos Deputados (2019). «FÁTIMA BEZERRA - Biografia». Consultado em 15 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2019
- FGV (2014). «Verbete - Maria de Fátima Bezerra». Consultado em 16 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 16 de agosto de 2019
- G1 (2017). «Veja como votou cada senador na sessão que derrubou afastamento de Aécio». Consultado em 17 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2019
- Jácome, Igor (2018). «Fátima Bezerra (PT) é eleita governadora do Rio Grande do Norte». G1 RN. Consultado em 15 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2019
- PT (2019). «Fátima Bezerra». Consultado em 16 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 16 de agosto de 2019
- Richter, André (2017). «Janot denuncia Aécio Neves ao STF por corrupção e obstrução da Justiça». EBC Agência Brasil. Consultado em 17 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2019
- Santos, Isabela (2019). «Quem é Fátima Bezerra, a única mulher eleita para governar um estado no Brasil». Saiba Mais. Consultado em 16 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 16 de agosto de 2019
- Senado Federal (2019). «RN (Fora de Exercício)». Consultado em 15 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2019
- Tribunal Superior Eleitoral (1994). «Resultados das Eleições 1994 - Rio Grande do Norte - deputado estadual». Consultado em 15 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2019
- Tribunal Superior Eleitoral (1998). «Resultado da eleição de 1998». Consultado em 1 de fevereiro de 2013. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2019
- Tribunal Superior Eleitoral (2002). «Resultado da eleição 2002». Consultado em 1 de fevereiro de 2013. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2019
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