Facino Cane

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Facino Cane
Autor(es) Balzac
Idioma Língua francesa
País  França
Série Scènes de la vie Parisienne
Lançamento 1837
Cronologia
Les Secrets de la princesse de Cadignan
Sarrasine

Facino Cane é um conto francês de Honoré de Balzac, publicado primeiramente em 1837 nas edições Delloye et Lecou, no tomo XII dos Estudos filosóficos, depois em 1843 sob o título Père Canet, antes de ser incluído, no ano seguinte, nas Cenas da vida parisiense da Comédia Humana, ao lado de A Missa do Ateu e de Sarrasine, no tomo X da edição Furne, na qual Balzac devolveu-lhe o título original. Na edição brasileira da série, pela editora Globo, se encontra no volume IX[1].

É uma das narrativas mais curtas da Comédia Humana. Assemelha-se, ao mesmo tempo, a um história de aventuras e um estudo de costumes. Sobre ela escreveu Paulo Rónai: "Achamos quase desnecessário assinalar aos leitores as belezas do conto, sobretudo o que há nele de intensidade e força. Com que arte o autor funde em harmoniosa unidade o episódio inicial de seus passeios nos bairros proletários da moderna Paris e a fulgurante história oriental do velho Facino Cane, tão condottiere, tão filho da Renascença![2]

Enredo[editar | editar código-fonte]

O narrador, convidado a uma festa de bodas, encontra lá uma orquestra que consiste em três músicos cegos. O que tocava clarinete, de nome Facino Cane, conta-lhe a história de sua vida: nobre originário de Veneza, apaixona-se em 1760 pela esposa de um senador. Facino mata o marido quando este surpreende os dois apaixonados; é condenado e encarcerado nas masmorras do palácio ducal. Quando tenta fugir cavando um túnel, ele descobre um tesouro oculto no palácio. Com a cumplicidade de um dos carcereiros, ele foge, levando consigo parte do tesouro. Durante alguns anos, leva uma vida de luxo nas capitais europeias, mas é acometido, em 1770, pela cegueira. Sua amante o trai e leva embora seu butim.

Facino se gaba de uma capacidade singular: pressentir a presença do ouro, sendo arrastado a ele quase que como um vício. Ele propõe ao narrador acompanhá-lo a Veneza para encontrarem juntos o tesouro do palácio ducal, projeto que não se realiza devido à morte súbita de Facino.

Referências

  1. Honoré de Balzac. "A comédia humana". Org. Paulo Rónai. Porto Alegre: Editora Globo, 1954. Volume IX
  2. Paulo Rónai, Prefácio a Facino Cane, em A Comédia Humana, vol. 9, Editora Globo.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • (it) Raffaele de Cesare, « Balzac e i temi italiani di Facino Cane », Mélanges à la mémoire de Franco Simone : France et Italie dans la culture européenne, III : XIXe et XXe siècles, Genève, Slatkine, 1984, p. 313-25.
  • (fr) Jacques-David Ebguy, « Le Récit comme vision : Balzac voyant dans Facino Cane », L'Année balzacienne, 1998, n° 19, p. 261-83.
  • (fr) Takao Kashiwagi, « La Poétique balzacienne dans Facino Cane », L’Année balzacienne, Dec 1999, n° 20 (2), p. 567-74.
  • (en) Joyce O. Lowrie, « Works Sighted in a Frame Narrative by Balzac: Facino Cane », French Forum, May 1990, n° 15 (2), p. 149-67.
  • (en) Esther Rashkin, « Phantom Legacies: Balzac’s Facino Cane », Romanic Review, Nov. 1989, n° 80 (4), p. 529-40.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]