Farol da Ponta da Barca

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Farol da Ponta da Barca
Mapa
Localização
Coordenadas
Banhado por
Localização
Localização
Altitude
71 m
História
Inauguração
Automatização
Estatuto patrimonial
sem protecção legal (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Arquitetura
Altura
23
Material
Altura focal
71 m
Material
Equipamento
Intensidade luminosa
1 000 W
Alcance luz
20 NM
Luz característica
Fl W 7s
Identificadores
№ Faróis de Portugal
797
internacional
D2676
№ da ARLHS
№ da NGA
113-23500
MarineTraffic

O Farol da Ponta da Barca localiza-se na elevação da Ponta da Barca, sobranceira à Baía da Ponta da Barca, na costa noroeste da ilha Graciosa, nos Açores. O farol é constituído por um edifício simétrico, de um só piso, do qual se eleva uma torre cilíndrica central, de cor branca com listas cinzentas, com 23 metros de altura, o que, somado com a altura da falésia sobre a qual foi construído, coloca a sua luz a 71 metros de altitude acima do nível médio do mar. O farol é de segunda ordem, tendo entrado em funcionamento a 1 de Fevereiro de 1930.

Características e história[editar | editar código-fonte]

O farol, que tem o número nacional 797 e o número internacional D-2676, está equipado com um aparelho lenticular dióptrico catadióptrico girante de 3.ª ordem, de grande modelo, com 500 mm de distância focal (fabricado em 1927) e tem as seguintes características técnicas: altura da torre - 23 m; altitude - 71 m; luz - Fl W 7 s; alcance - 20 milhas náuticas.

Inicialmente a rotação da óptica era produzida por uma máquina de relojoaria, produzindo um relâmpago simples de 5 em 5 segundos, sendo a fonte luminosa a incandescência pelo vapor de petróleo, tendo como reserva um eclipsor a gás BBT. Estava também equipado com um sistema de emergência constituído por um candeeiro de nível constante de 4 torcidas.

O Plano Geral de Farolagem de 1883 previa a instalação do farol de 2.ª ordem no topo do Pico Negro, um cone vulcânico costeiro sito cerca de 500 m a SE da Ponta da Barca. Dificuldades no acesso e na implantação da obra, resultantes da elevada pendente e da natureza friável da bagacina que constitui o cone, levaram a que o farol fosse localizado na Ponta da Barca, o que facilitou em muito a construção do farol, embora criando sectores relativamente extensos no quadrante ESE em que a interposição do Pico Negro não permite a observação visual do farol.

Apesar dos inconvenientes resultantes da interposição do Pico Negro, esta nova escolha de lugar mereceu parecer positivo da Comissão de Farolagem, a qual, em 1902, concluiu: "à Comissão satisfaz a proposta para ser instalado nesta ponta um aparelho de quinta ordem, mostrando grupos de cinco clarões brancos…, embora entendendo que face à escassa navegação que vinha do norte da ilha, chegava um aparelho de quinta ou, quando muito, de terceira ordem, pequeno modelo, no que se podia fazer uma grande economia."[1]

Farol da Ponta da Barca, Baía da Ponta da Barca, outra vista.
A famosa baleia de pedra da Ponta da Barca (um dique basáltico que resistiu à abrasão marinha).

Apesar de incluído no Plano de 1883 e de ter a sua localização aprovada em 1902, apenas em 1927 foram adquiridos em França, por 804 200 francos franceses (na altura 72.378$00 escudos), os equipamentos de relojoaria, a óptica e a lanterna que a aloja.

Isolado na costa noroeste, apenas em 1935 foi construída pela Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo a estrada que liga o farol a Santa Cruz da Graciosa, tendo a Direcção de Faróis de comparticipar com 6.000$00 escudos.

O edifício inicial tinha apenas duas habitações para faroleiros, mas em 1952 foi construída mais uma habitação, à qual alguns anos depois seria adicionada uma quarta, permitindo que a lotação do farol passasse a ser de quatro faroleiros.

Em 1958 o farol foi electrificado através da instalação de dois grupos electrogéneos, passando a fonte luminosa a ser uma lâmpada de 3000 W, a 110 V, o que permitia um alcance luminoso de 41 milhas náuticas, ficando como reserva a incandescência pelo vapor de petróleo. Na década de 1980, a lâmpada foi substituída por uma de 1000 W, funcionando ainda a 120 V, o que reduziu o alcance luminoso do farol para as actuais 20 milhas náuticas. Em 1999 passou a ser abastecido com energia da rede pública e foi automatizado com o sistema modelo DF.[1]

O farol da Ponta da Barca tem hoje a torre mais alta dos faróis dos Açores, encontrando-se numa zona muito exposta às intempéries, o que exige cuidada manutenção. Em 1978 uma trovoada causou grandes estragos no farol e nas habitações dos faroleiros.

Frente ao farol situa-se a famosa baleia de pedra, uma curiosa formação rochosa em forma de baleia vista de perfil, criada pela erosão diferencial de um dique de basalto.

Notas

  1. a b «Farol da Ponta da Barca». Revista da Armada. Marinha de Guerra Portuguesa. Dezembro de 2005. Consultado em 17 de julho de 2007 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FURTADO. Eduardo Carvalho Vieira. Guardiães do Mar dos Açores: uma viagem pelas ilhas do Atlântico. s.l.: s.e., 2005. 298p. mapas, fotos. ISBN 972-9060-47-9

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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