Faunus ater

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaFaunus ater
Conchas de quatro espécimes de F. ater (Linnaeus, 1758).
Conchas de quatro espécimes de F. ater (Linnaeus, 1758).
Mapa da região indo-malaia, área de distribuição da espécie F. ater (Linnaeus, 1758), podendo chegar até a Nova Guiné e norte da Austrália.
Mapa da região indo-malaia, área de distribuição da espécie F. ater (Linnaeus, 1758), podendo chegar até a Nova Guiné e norte da Austrália.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Ordem: Caenogastropoda
Superfamília: Cerithioidea
Família: Pachychilidae
Género: Faunus
Montfort, 1810[1]
Espécie: F. ater
Nome binomial
Faunus ater
(Linnaeus, 1758)[1]
Sinónimos
Strombus ater Linnaeus, 1758
Turritella fuscata Link, 1807
Faunus melanopsis Montfort, 1810
Pirena terebralis Lamarck, 1822
Melanopsis princeps Lea, 1837
(WoRMS)[1]

Faunus ater (denominada, em inglês, black Faunus.[2] ou devil snail;[3] na tradução para o português, "Faunus negro" ou "caramujo Diabo") é uma espécie de molusco gastrópode marinho litorâneo, distribuído pela região indo-malaia, pertencente à família Pachychilidae (outrora entre os Cerithiidae; Thiaridae; Melanopsidae e Potamididae).[1][4] Foi classificada por Carolus Linnaeus, em 1758, e nomeada Strombus ater (no gênero Strombus) em sua obra Systema Naturae.[1] É a única espécie não-fóssil pertencente ao gênero Faunus Montfort, 1810.[5]

Descrição da concha e hábitos[editar | editar código-fonte]

Concha turriforme de coloração castanha, mais ou menos escurecida, com comprimento entre 5[2] e 7 centímetros,[6] quando desenvolvida; de voltas mais ou menos arredondadas e com superfície lisa e brilhante. Seu lábio externo forma uma aba, entre o canal sifonal e sua junção com a espiral[7], o que a fez, inicialmente, ser classificada entre os Strombidae por Linnaeus.[1] Interior e columela brancos, com mancha escurecida interna. Protoconcha geralmente danificada, carcomida e de coloração mais clara.[7]

É encontrada em águas rasas da zona entremarés, em ambientes de água doce ou salobra como mangues, lagos litorâneos ou a foz de rios, em estuários, onde chega a ser abundante (com estudo, por Rocktim Ramen Das et al., revelando de 100 a 640 espécimes por metro quadrado).[2][3][4][8]

Distribuição geográfica e uso[editar | editar código-fonte]

Faunus ater é amplamente distribuído na Índia, Sri Lanka, ilhas Andamão, costa da China, Myanmar, ambos os lados da península Malaia da Indochina, até Cingapura; Indonésia, Filipinas, Nova Guiné, ilhas ocidentais e meridionais do oceano Pacífico até o norte da Austrália. Esta espécie é conhecida por ser consumida como alimento por humanos nas Filipinas e na Tailândia, onde são vendidos em mercados (Houbrick, 1991).[4]

Bioindicador[editar | editar código-fonte]

Estes gastrópodes estuarinos, coletados em Kelantan, Perak e Johor (Malásia), por Franklin Berandah Edward et al., mostraram concentrações de cádmio (Cd), cobre (Cu), níquel (Ni) e chumbo (Pb) em seus tecidos moles, como ceco digestivo, , músculos, e também no seu opérculo e concha. As suas partes dissecadas foram analisados para Cd, Cu, Ni e Pb. Verificou-se que o ceco digestivo e o restante acumularam altas e variáveis concentrações de Cu. Demonstrou-se que sua concha acumula Pb, Ni e Cd. Segundo o estudo, "os presentes resultados sugerem que F. ater poderia ser usado como um potencial biomonitor (ou bioindicador) de contaminação por metais pesados. No entanto, mais estudos ainda são necessários para validar o uso de F. ater como um bom biomonitor da poluição por metais pesados".[9]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f «Faunus ater (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 5 de março de 2019 
  2. a b c ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 64. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  3. a b Das, Rocktim Ramen; Jeevamani, Jeyapaul Joyson Joe; Sankar, Rethinavelu; Kumar, Deepak Samuel Vijay; Krishnan, Pandian; Ramachandran, Purvaja; Ramachandran, Ramesh (15 de fevereiro de 2017). «Limited distribution of Devil snail Faunus ater (Linnaeus, 1758) in tropical mangrove habitats of India» (em inglês). Indian Journal of Geo-Marine Sciences 47(10). (ResearchGate). 1 páginas. Consultado em 5 de março de 2019 
  4. a b c Francis, Alvin; Lok, S. L.; Ang, Wee Foong; Tan, Siong Kiat (26 de maio de 2011). «Status and distribution of Faunus ater (Linnaeus, 1758) (Mollusca: Cerithoidea) in Singapure» (em inglês). Department of Biological Sciences, National University of Singapore / Raffles Museum of Biodiversity Research (ResearchGate). 1 páginas. Consultado em 5 de março de 2019 
  5. «Faunus Montfort, 1810» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 5 de março de 2019 
  6. «Faunus ater» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 5 de março de 2019. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  7. a b Tan, Siong Kiat (maio de 2011). «Ventral view of Faunus ater. (Photograph by: Alvin Francis Lok Siew Loon); in status and distribution of Faunus ater (Linnaeus, 1758) (Mollusca: Cerithoidea) in Singapure / Raffles Museum of Biodiversity Research» (em inglês). Department of Biological Sciences, National University of Singapore / Raffles Museum of Biodiversity Research (ResearchGate). 1 páginas. Consultado em 5 de março de 2019 
  8. «Faunus ater (Linnaeus, 1758)» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 5 de março de 2019 
  9. Yap; Hisyam; Edward, Franklin Berandah; cheng; Cheng, Hee; Tan, S. G. (fevereiro de 2010). «Concentrations of Heavy Metal in different Parts of the Gastropod, Faunus ater (Linnaeus), collected from Intertidal Areas of Peninsular Malaysia» (em inglês). Pertanika Journal of Tropical Agricultural Science 33(1). (ResearchGate). 1 páginas. Consultado em 5 de março de 2019