Felisberto Caldeira Brant Pontes de Oliveira Horta

O Marquês de Barbacena | |
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Nome completo | Felisberto Caldeira Brant Pontes de Oliveira Horta |
Dados pessoais | |
Nascimento | 19 de setembro de 1772 Mariana, Minas Gerais,![]() |
Morte | 13 de junho de 1842 (69 anos) ![]() |
Vida militar | |
Força | Exército Português Exército Brasileiro |
Batalhas | Guerra da Cisplatina |
Felisberto Caldeira Brant Pontes de Oliveira Horta, Marquês de Barbacena, (Mariana, 19 de setembro de 1772 — 13 de junho de 1842) foi um militar, diplomata e político brasileiro.
Era filho do coronel Gregório Caldeira Brant e de sua mulher D. Ana Francisca de Oliveira Horta.[1]
Estudou na Academia Real dos Guardas-Marinhas, em Lisboa, e logo a seguir foi enviado para Angola, como ajudante de ordens do governador. Sua presença naquele continente estava ligada à tentativa de travessia da África incumbida pela coroa portuguesa a seu ex-professor, o astrônomo paulista Francisco José de Lacerda e Almeida.
Veio para o Brasil em 1807 junto com a corte de Dom João VI, episódio conhecido como a tranferência da corte portuguesa para o Brasil. Foi pioneiro da navegação a vapor, em 1818, tendo recebido de D. João VI o privilégio de explorar o negócio com exclusividade por catorze anos [2].
Nomeado por José Bonifácio de Andrada e Silva em 12 de agosto de 1822, encarregado de negócios do Brasil em Londres, para tratar do reconhecimento da independência do Brasil pelo Reino Unido, com instruções para procurar contactos com «o benemérito brasileiro Hipólito José da Costa». Em outra missão, também em Londres, tentou obter um empréstimo para a recém nascida nação. Apesar da sua habilidade nenhum desses objetivos foi então conseguido.
Foi depois ministro da Fazenda, ministro do Império, deputado geral e senador do Império do Brasil de 1826 a 1842.
Enviado como comandante-chefe das tropas brasileiras na guerra Cisplatina, substituiu Francisco de Paula Massena Rosado, encontrou uma tropa em frangalhos que conseguiu recuperar com sucesso. Atuou bravamente na batalha do Passo do Rosário em 27 de Fevereiro de 1827 onde, apesar da derrota, o exército brasileiro não sofreu um revés considerável e as tropas argentinas retornaram à província Cisplatina, atual Uruguai.
Encarregado de encontrar uma noiva para o imperador Dom Pedro I, estava na Europa com D. Maria II (que ia entregar ao avô materno, o imperador da Áustria) quando soube da usurpação de D. Miguel I em Portugal, este irmão de Dom Pedro I, patrocinada pelo Império Austríaco, de modo que preferiu trazê-la com D. Amélia de Leuchtenberg para o Brasil em outubro de 1829.
Já em dezembro lhe coube organizar o ministério e fez reformas salutares. Por ter influência sobre D. Pedro I, conseguiu a partida de Rocha Pinto e do Chalaça, Francisco Gomes da Silva. Há historiadores que o elogiam como o mais inteligente dos cortesãos de D. Pedro. Teve a idéia de aprumar o governo pela simples prática do regime, ou seja, pelo único expediente compatível com a monarquia constitucional: o de dar satisfações ao Parlamento. Atacou logo o "gabinete secreto", afastou os eternos validos Francisco Gomes e Rocha Pinto, enviados a passear na Europa. Seu programa parecia ser o de tornar D. Pedro um imperador constitucional.
Índice do seu prestígio, era admirado pela Astréia, órgão da oposição liberal, muitas vezes chamado a júri por excessos contra a liberdade de imprensa, que defendia agora o governo e José Bonifácio, envolto em intriga que lhe atribuía incríveis projetos republicanos. Quando o que havia de novo, dizia o jornal, era uma administração limpa, diferente das anteriores, que estancava a ladroagem e geria as finanças com honra e probidade, combatendo pela mudança de alguns presidentes de província, todos arreganhos do neo-absolutismo. Mas o jornal denunciava também o que chamava "questão portuguesa": e Barbacena procurava satisfazer a corrente que não tolerava tais negociações, anunciava-se que o Imperador deixava à discrição dos soberanos da Europa a decisão dos negócios de sua filha.
Sua queda foi decisiva para o Primeiro Reinado, tendo seu gabinete sido a última oportunidade para D. Pedro I que, em dezembro de 1830, despediria o velho amigo. Afrontosamente derrubado, não baixou a cabeça e escreveu ao imperador: «Um dos tios-avós de V. M. I. acabou seus dias em uma prisão em Sintra. V. M. I. poderá acabar os seus em alguma prisão em Minas, a título de doido, e realmente só um doido sacrifica os interesses de uma nação, da sua família, da realeza em geral, aos caprichos e seduções de criados caixeiros portugueses, que aliás constituem a escória do que há de mais vil e ignorante na Europa civilizada.» Barbacena também foi quem introduziu as máquinas a vapor no Brasil.
Referências
- ↑ Felisberto Caldeira Brant, Marquês de Barbarcena
- ↑ GOMES, Laurentino. 1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo : Editora Planeta do Brasil, 2007, p.190.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Precedido por Estêvão Ribeiro de Resende |
Ministro dos Negócios do Império do Brasil e Administrador do Rio de Janeiro 1825 |
Sucedido por José Feliciano Fernandes Pinheiro |
Precedido por Mariano José Pereira da Fonseca |
Ministro da Fazenda do Brasil 1825 — 1826 |
Sucedido por Antônio Luís Pereira da Cunha |
Precedido por Miguel Calmon du Pin e Almeida |
Ministro da Fazenda do Brasil 1829 — 1830 |
Sucedido por José Antônio Lisboa |
- Nascidos em 1772
- Mortos em 1842
- Ministros do Império do Brasil
- Ministros da Fazenda do Brasil (Império)
- Governadores do Rio de Janeiro (Império)
- Deputados do Império do Brasil
- Senadores do Império do Brasil por Alagoas
- Marquesados do Brasil
- Viscondes de Barbacena (Brasil)
- Família Caldeira Brant
- Pessoas da Guerra da Cisplatina
- Naturais de Mariana
- Deputados provinciais da Assembleia Nacional Constituinte de 1823