Meme (Internet)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Fenômeno da internet)
 Nota: Para o termo cunhado por Richard Dawkins, veja meme.

O meme de Internet é uma expressão usada para descrever uma ideia/mensagem geralmente relacionado ao humor que se espalha via Internet usando imagem (estática ou GIF) e vídeos.[1] O termo é uma referência ao conceito de memes, que se refere a uma teoria ampla de informações culturais criada por Richard Dawkins em seu best-seller o livro O Gene Egoísta (1976).[2][3]

Descrição[editar | editar código-fonte]

"O RLY?", um dos mais conhecidos memes de Internet entre 2005 e 2006
Fotos de cães Shiba Inus com textos em Comic Sans em inglês macarrônico perfazem Doge, um dos maiores memes de 2013[4]

Na sua forma mais básica, meme é tudo aquilo que os utilizadores da Internet repetem, simplesmente uma ideia que é propagada através da World Wide Web. Esta ideia pode assumir a forma de um hiperlink, vídeo, imagem, website, hashtag, ou mesmo apenas uma palavra ou frase. Este meme pode espalhar-se via compartilhamento de pessoa à pessoa através de redes sociais/mensageiros, blogs, e-mail direto, fontes de notícias e outros serviços baseados na web tornando-se geralmente um fenômeno viral.

Um meme de Internet pode permanecer o mesmo ou pode evoluir ao longo do tempo, por acaso ou por meio de comentários, imitações, paródia, ou mesmo através da recolha de relatos na imprensa sobre si mesmo. Memes de Internet podem evoluir e se espalhar mais rapidamente, chegando às vezes a popularidade em todo o mundo e desaparecendo completamente em poucos dias. Eles estão distribuídos de forma orgânica, voluntariamente, e peer-to-peer, ao invés de por meio predeterminado ou automatizado. Uma importante característica de um meme é poder ser recriado ou reutilizado por qualquer pessoa.

Seu rápido crescimento e impacto chamou a atenção de pesquisadores e da indústria.[5] Os pesquisadores criaram modelos para explicar como eles evoluem e prever quais os memes que vão sobreviver e se espalhar pela web. Comercialmente, eles são usados ​​ativamente no marketing viral, visto como uma forma livre de publicidade de massa. A comunidade da Internet em si tem cultivado métodos para estimular a geração e a divulgação de memes bem sucedidos (exemplos: TED Talks, digg, hashtags).[carece de fontes?]

Usos[editar | editar código-fonte]

Relações públicas, publicidade e profissionais de marketing têm abraçado memes da Internet como uma forma de marketing viral e marketing de guerrilha para criar buzz marketing para seu produto ou serviço. Memes de Internet são usados em razão do seu custo-benefício, e porque eles são uma moda (às vezes autoconsciente), eles também são utilizados como uma forma de criar uma imagem de inteligência ou modismo.

Os comerciantes, por exemplo, usam memes da Internet para criar interesse em filmes que de outra forma não gerar publicidade positiva entre os críticos. O filme de 2006 Snakes in a Plane gerou muita publicidade através deste método.[6]

Usado no contexto de relações públicas, o termo seria mais um chavão publicitário de um meme próprio da internet, embora não haja ainda uma implicação de que o interesse em o conteúdo é para fins de trivialidades, coisas efêmeras, ou leviandade ao invés de simples publicidade e novidades.[7]

Uma forma comum de meme de internet é criada quando uma pessoa, empresa, grupo, musical, ou o gosto é promovido na internet com o valor da cultura pop. Sites de humor, por exemplo, estão entre os maiores utilizadores desse tipo de recurso cômico.

Além disso, o meme pode ser usado como um indicador de opiniões populacionais. Quando qualquer grande acontecimento ocorre, é comum que usuários da internet façam memes para, muito além de fazer humor, criticar, comentar, demonstrar espanto e até mesmo indignação com o acontecido.[8]

Tipos e composição[editar | editar código-fonte]

Os memes podem ser de vários tipos, como um desenho, geralmente em preto e branco. Alguns são caricaturas, como o Trollface,[9] \o/, alguns são "homens palitos", como o Fuck Yeah, e alguns são claramente uma fotografia adaptada para um desenho, como o Are You Serious Face.[10][11]

Também podem estar em forma de frases, geralmente acompanhada de um desenho, as frases são sujeitas a alterações e trocadilhos. Um exemplo é o Forever Alone, usado em situações de solidão ou desapontamento com a vida, que pode se tornar Forever a Scone, para efeito humorístico.[12]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Na internet as pessoas são tratadas como objetos, sendo compartilhadas como piadas nas redes sociais na forma de "meme", conteúdos íntimos expostos sem o permissão dos envolvidos.[13] Embora exista o direito da liberdade de expressão, é preciso controlar os excessos na internet que podem virar atos criminosos de cyberbullying de acordo com as leis brasileiras 11 841 e[14][15] e 14 811 (2024).[16]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Dawkins, Richard (1989), The Selfish Gene, ISBN 0-19-286092-5 (em inglês) 2 ed. , Oxford University Press, p. 192, We need a name for the new replicator, a noun that conveys the idea of a unit of cultural transmission, or a unit of imitation. 'Mimeme' comes from a suitable Greek root, but I want a monosyllable that sounds a bit like 'gene'. I hope my classicist friends will forgive me if I abbreviate mimeme to meme. If it is any consolation, it could alternatively be thought of as being related to 'memory', or to the French word même. It should be pronounced to rhyme with 'cream'. 
  2. Karl Hodge (10 de agosto de 2000). «It's all in the memes» (em inglês). The Guardian. Consultado em 5 de julho de 2007 
  3. Ricardo Monteiro e Thiago Quadros (29 de abril de 2017). «Epidemias culturais». Nexo Jornal. Consultado em 1 de março de 2018 
  4. Watercutter, Angela (13 de dezembro de 2013). «The 10 Best Memes of 2013». Wired (em inglês). Consultado em 17 de outubro de 2018 
  5. Kempe, David and Kleinberg, Jon and Tardos (2003). «Maximizing the spread of influence through a social network» (em inglês). ACM 
  6. David Carr. «Hollywood bypassing critics and print as digital gets hotter» (em inglês). New York Times. Consultado em 5 de julho de 2007 
  7. «Internet Meme» (em inglês). 8 de agosto de 2007. Arquivado do original em 13 de janeiro de 2014 
  8. Guerra, Christiane; Botta, Mariana Giacomini (21 de setembro de 2018). «O meme como gênero discursivo nativo do meio digital:». Domínios de Lingu@gem (3): 1859–1877. ISSN 1980-5799. doi:10.14393/DL35-v12n3a2018-17. Consultado em 13 de outubro de 2021 
  9. «Trollface / Problem?» (em inglês). Know Your Meme. Consultado em 25 de junho de 2017 
  10. «Are You Serious Face / Seriously?» (em inglês). Know Your Meme. Consultado em 25 de junho de 2017 
  11. «American Atheists Accepts the Meme» (em inglês). Patheos. 27 de junho de 2011 
  12. «Forever Alone» (em inglês). Know Your Meme. Consultado em 25 de junho de 2017 
  13. Basso, Fabrício Siqueira (2016). «Reflexões sobre a internet à luz da Gestalt-terapiaReflections on the internet in the light of Gestalt therapy». IGT na Rede ISSN 1807-2526 (25). ISSN 1807-2526. Consultado em 12 de abril de 2024 
  14. «Ofensas pela internet e celular é crime e pode acarretar em processo». Jusbrasil. Consultado em 12 de abril de 2024 
  15. «Lei cria medidas para proteção a vítimas de bullying e cyberbullying». Consultor Jurídico. Consultado em 12 de abril de 2024 
  16. «Lei nº 14.811 de 12 de janeiro de 2024». www.planalto.gov.br. Consultado em 12 de abril de 2024 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Gerson, Jen. "Meme's the word." Toronto Star Tuesday, 22 de agosto de 2006. LIFE, page C01.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Meme (Internet)