Fernão Salles

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Fernão Salles
Fernão Salles
Nome completo Fernão de Morais Salles
Nascimento 20 de maio de 1888
Campinas, São Paulo, Brasil
Morte 21 de julho de 1932 (44 anos)
Pouso Alegre, Minas Gerais, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Maria Izabel Cantinho Salles
Pai: José Pedroso de Morais Salles
Cônjuge Lucilia Freire de Morais Salles
Ocupação Empresário
Fazendeiro

Fernão de Morais Salles (Campinas, 20 de maio de 1888Pouso Alegre, 21 de julho de 1932) foi um empresário brasileiro. Tornou-se notório por conta de sua participação na Revolução Constitucionalista de 1932.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Fernão de Moraes Salles nasceu em Campinas no dia 20 de maio de 1888, filho de José Pedroso de Morais Salles e de Maria Izabel Cantinho Salles. Tinha como irmãos: Mario, Octavio, Laura, Julieta, Ibanez, Ruth, José e Rubens. Era casado com Lucilia Freire de Morais Salles. O seu irmão Rubens Salles foi um renomado futebolista no país e também foi o primeiro treinador do São Paulo Futebol Clube.[1][2]

Atuava como empresário e fazendeiro na região de Campinas, porém, ele bem como a sua família eram notórios e influentes na alta sociedade paulistana da época.[1]

Participou da deflagração da Revolução Constitucionalista de 1932, ocorrida em 9 de julho na capital paulista. Salles se alista como voluntário logo nos primeiros dias de recrutamento, se incorporando em 11 de julho. Foi comissionado tenente e passou a comandar o 1º pelotão da 1º companhia do Batalhão "Paes Leme" que reunia civis voluntários, sendo designado a rumar com seus homens para o então denominado "setor leste", na região de Campinas e Mogi Mirim. Em 15 de julho, recebe ordens do capitão Antônio Pietscher, comandante do Batalhão, para tomar Pouso Alegre.[1][3][4][5]

Contudo, em 20 de julho, tropas federais que estavam nos arredores daquela cidade avançaram e lançaram de súbito uma ofensiva contra a companhia de Fernão Salles, na altura de Borda da Matta. Embora tendo de improvisar a sua defesa, os paulistas conseguiram resistir por várias horas a ofensiva feita por meio do bombardeio de artilharia e da fuzilaria de infantaria. Em 21 de julho, pela manhã, quando a ofensiva inimiga amenizou, a companhia de Fernão Salles tentou um avanço, levando o adversário a recuar mais de três quilômetros, porém, durante essa investida foi atingido na cabeça por projétil de fuzil e morreu instantaneamente. Após horas de combate, naquele dia prevaleceram naquela batalha as tropas federais, que deixaram um saldo de várias baixas entre os paulistas, somando feridos e mortos, incluindo o próprio comandante daquela companhia.[1][3][4]

Segundo depoimento de seu irmão, Ibanez de Moraes Salles, Fernão foi morto por uma bala perdida em um ligeiro momento em que deixou de se abrigar do fogo de inquietação dos adversários.[5]

O corpo de Fernão Salles foi trazido para São Paulo e em 22 de julho foi organizado um funeral com amplas homenagens e honras militares. Houve carreata fúnebre da Praça do Patriarca até o Cemitério da Consolação, onde foi então sepultado.[6]

Em 1956, com a inauguração do Obelisco do Ibirapuera e Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932, seus restos mortais foram trasladados para esse local.[7]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Ainda durante aquele conflito, em sua homenagem foi criado o “Batalhão Fernão Salles” que atuou na Frente Sul, na região de Itapetininga, combatendo tropas federais gaúchas.[1][8]

Atualmente há várias referências em São Paulo em memória ao combatente de 1932, entre elas, a Rua Fernão Salles em Sorocaba, Ribeirão Preto.[9][10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Montenegro, Benedicto (1936). Cruzes Paulistas. São Paulo: Civilização brasileira. pp. 293–293 
  2. Correio Paulistano (SP) (22 de julho de 1934). «Faleceu hontem o grande esportista Rubens Salles». memoria.bn.br. Consultado em 28 de fevereiro de 2018 
  3. a b «Movimento Constitucionalista de 1932». mmdc.itapetininga.com.br. Consultado em 4 de agosto de 2017 
  4. a b Donato, Hernâni (1982). A Revolução de 32. Rio de Janeiro:: Circulo do Livro. 224 páginas 
  5. a b Moraes Salles, Ibanez (9 de julho de 1959). «Bala perdida matou Fernão de Moraes Salles». Estado de S. Paulo: página 9. Consultado em 25 de fevereiro de 2019 
  6. De Assunção, Paulo (2013). A Revolução de 1932: o princípio de um fim... o relato de José Amaral Palmeira (Joral). São Paulo: Clube dos Autores. pp. 38–39 e 64–65 
  7. «Comemorações constróem memória do Movimento de 1932». 4 de julho de 2002 
  8. «Revolução Constitucionalista com participação de Botucatu, completa 85 anos». Alpha Notícias. 7 de agosto de 2017 
  9. «Busca CEP Rua Fernao Salles em São Paulo - SP». www.achecep.com.br. Consultado em 4 de agosto de 2017 
  10. «Legislação Municipal». www.ribeiraopreto.sp.gov.br. Consultado em 4 de agosto de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]