Dia de São Martinho

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Dia de São Martinho
Dia de São Martinho
Procissão em honra de S. Martinho em Poznań, 2006
Outro(s) nome(s) Festa de São Martinho
Tipo Cristão
Data 11 de novembro
Tradições Magusto, água-pé, castanhas, fogueiras, procissões
Frequência Anual

O Dia de São Martinho é uma festa litúrgica em honra de Martinho de Tours celebrada anualmente a 11 de novembro.

Nascido na Hungria por volta do ano 316, São Martinho de Tours foi um soldado romano que, depois de receber o batismo e renunciar a milícia, fundou um mosteiro em Ligugé, França, onde seguiu a vida monástica. Mais tarde recebeu a ordem sacerdotal e foi eleito bispo. Morreu a 8 de novembro de 397.[1][2] A lenda mais conhecida indica que Tours encontrou-se com um mendigo durante uma tempestade de neve e, com a sua espada, cortou o seu manto ao meio para partilhar com o pedinte e resguardá-lo da chuva.[3] Nessa mesma noite, Martinho sonhou com Jesus vestido com a metade da sua capa e que, apontando para um grupo de anjos, lhe disse: "Foi São Martinho catecúmeno quem me agasalhou".

Celebrações no mundo[editar | editar código-fonte]

Suécia[editar | editar código-fonte]

Bolo de maçã sueco

Na Suécia, a festa de São Martinho – em sueco Mårtensafton ou Mårtensgås - é celebrada a 10 de novembro, na véspera do dia de comemoração do enterro do militar.[4] Antigamente este dia era aproveitado para o último grande jantar antes do período de recolhimento do Natal. Tradicionalmente, esta refeição começa com a sopa negrasvartsoppan, seguida de ganso assadostekt gås, e termina com um bolo de maçã típico sueco - skånsk äppelkaka.[5]

Portugal[editar | editar código-fonte]

Em Portugal, a data é comummente associada à celebração da maturação do vinho do ano, sendo tradicionalmente o primeiro dia em que o novo pode ser degustado. É tradição fazer-se um grande magusto, castanhas assadas sob as brasas da fogueira (às vezes figos secos e nozes), e beber-se uma bebida alcoólica local chamada água-pé, resultante da adição de água ao bagaço da uva, ou jeropiga (um licor doce obtido de forma muito semelhante, que inclui ainda aguardente).

O autor José Leite de Vasconcelos afirmou que o magusto representa um sacrifício em honra dos mortos, explicando que em tempos, nalguns locais, era tradição acender as fogueiras e preparar, à meia-noite, uma mesa com castanhas para os mortos da família irem comer.[6]

Um ditado típico português relacionado ao dia de São Martinho diz o seguinte:

Este período também é bastante popular devido ao bom tempo que ocorre em Portugal nesta época do ano, chamado de "verão de São Martinho".[7] A denominação está ligada ao milagre da lenda do soldado, que afirmava que o tempo manteve-se soalheiro durante três dias após a bênção de Jesus.

Referências

  1. Mark Bulik (1 de janeiro de 2015). The Sons of Molly Maguire: The Irish Roots of America's First Labor War (em inglês). [S.l.]: Fordham University Press. p. 43. ISBN 9780823262243 
  2. Thomas Carlyle (11 de novembro de 2010). The Works of Thomas Carlyle (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. p. 356. ISBN 9781108022354 
  3. «Sabe por que é que celebramos o São Martinho?». TVI 24. 11 de novembro de 2018. Consultado em 11 de novembro de 2018 
  4. «Mårtensgås» (em sueco). Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 15 de dezembro de 2014 
  5. «Mårten Gås» (em sueco). Sweden.SE. Consultado em 11 de novembro de 2018 
  6. Rita Cipriano (11 de novembro de 2014). «A história do São Martinho: castanhas porquê?». Observador. Consultado em 11 de novembro de 2018 
  7. Ana Margarida Oliveira. «Onde anda o verão de São Martinho?». RFM. Consultado em 11 de novembro de 2018 

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