Português: Ata de instalação da Vila de Campo Maior, na então Capitania de São José do Piauí, Brasil, por João Pereira Caldas em 8 de agosto de 1762. Também inclui o auto de ereção do pelourinho que era um símbolo de cidades na cultura lusófona.

Transcrição do documento:

Ata da Criação da Vila de Campo Maior e do Levantamento do Pelourinho

              “ Auto que mandou fazer o Ilustríssimo Senhor João Pereira Caldas, governador desta Capitania de São José do Piauí, sobre a ereção da nossa Vila que Sua Majestade manda criar nesta Freguesia de Santo Antônio do Surubim. Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e sessenta e dois, aos oito dias do mês de agosto do dito ano, nesta povoação de Santo Antônio do Surubim, aonde sendo presente o Senhor Conselheiro do Conselho Ultramarino, Francisco Marcelino de Gouveia, o Ilustríssimo Senhor Governador desta Capitania, João Pereira Caldas e o Desembargador Ouvidor Geral dela, Luís José Duarte Freire, pelo referido Senhor Governador foi dito que , em observância das reais ordens de Sua Majestade Fidelíssima, vinha erigir uma Vila na situação da dita Freguesia, que pelas pessoas mais consideráveis dela fosse elegida para a sua fundação e que devendo preceder a esta diligência e eleição da sobredita situação, ordenava aqueles dos referidos moradores, que sobre ela dessem seus votos, e sendo estes sucessivamente tomados, decidisse logo o sobredito Senhor Governador a favor da uniformidade deles, determinando que a predita Vila fosse ereta neste mesmo lugar, depois de também nisto concordar o sobredito Senhor Conselheiro, e de tudo ordenou finalmente o mesmo Senhor Governador ao referido Desembargador Ouvidor Geral, se fizesse esse outro que ele mandou lavrar por mim escrivão, e assinou depois com o sobredito Senhor Conselheiro, e Governador e com aquelas pessoas que na dita forma foram admitidos a votarem, de que dou fé. Eu Manuel Francisco Ribeiro escrivão das Comissões que escrevi.
Francisco Marcelino de Gouveia, João Pereira Caldas, Luís José Duarte Freire, o Vigário, Sebastião Vieira Sobral, Antônio Pinto da Costa, Augusto (1) Ribeiro Nunes de Brito, Francisco Cunha e Silva de Castelo Branco, Manuel Azevedo de Araújo, José de Sousa Aguiar, Antônio Vieira de Couto, Manuel Gomes Figueiredo, Carlos Luís de Castelo Branco, Vicente de Torres da Costa, Antônio Pinto da Costa, Antônio Sousa de Carvalho, João de Torres da Costa, João Ferreira de Melo, João Rodrigues de Aguiar, José Paulo Afonso Sardinha, Bernardo Sousa de Macêdo. Antônio Gonçalves da Costa, José de Sousa Macêdo.
              “ Auto de levantamento do Pelourinho e declaração desta nova Vila de Campo Maior, que mandou fazer o Ilustríssimo Senhor João Pereira Caldas, Governador desta Capitania.
              Ano do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo de mil, setecentos e sessenta e dois, aos oitos dias do mês de Agosto do dito ano, nesta povoação de Santo Antônio do Surubim, aonde sendo presentes o Senhor conselheiro do Conselho Ultramarino Francisco Marcelino de Gouveia, o Ilustríssimo Senhor Governador desta Capitania de São José do Piauí, João Pereira Caldas e o Desembargador Ouvidor Geral dela, Luís Duarte Freire e outrossim o Sargento-mor do Regimento de Cavalaria Auxiliar da mesma Capitania Joaquim Antônio de Barros Vasconcelos, o capitão da Companhia de Dragões Clemente Pereira de Azevedo Coutinho e Melo, o Reverendo Padre capelão Frei José Antônio de Freitas, Religioso de Nossa Senhora das Mercês, o Tenente de Dragões, Fernando José Veloso de Miranda e Sousa, o Alferes da mesma companhia de Dragões, Joaquim Antunes e Furriel dela Miguel José, os Capitães de cavalos Agostinho Ribeiro Nunes de Brito e Domingos Francisco Cunha e Silva de Castelo Branco e o Alferes da mesma Cavalaria, o licenciado José Antônio Monteiro, o Reverendo Vigário desta Freguesia Sebastião Vieira Sobral, o Capitão Mor das Ordenanças Manuel Alves de Araújo, o Sargento Mor delas José de Sousa Aguiar, e os Capitães Vieira de Couto e Antônio Pinto da Costa, como também os moradores, o povo da dita Povoação e de toda a Freguesia que por pluralidade de votos das pessoas mais consideráveis dela, fosse erigido para a sua fundação e que tendo – se assentado pela maior parte daqueles moradores que para ela era mais própria situação a deste lugar, determinava que nele se erigisse a referida Vila com o nome de Campo Maior, e ordenou a ele dito Desembargador Ouvidor Geral, mandasse proceder o outro levantamento do Pelourinho, que se devia levantar, como com efeito foi levantado, no lugar da Praça mais pública desse mesmo lugar que de novo passa a ser Vila com a sobredita denominação de Campo Maior e logo pelo mesmo Senhor Governador, o referido Senhor Conselheiro e Desembargador Ouvidor Geral, com as mais pessoas moradores e povo que presente se achavam foi por três vezes dito em voz alta viva El Rei de Portugal. E de tudo ordenou finalmente o dito, Senhor Governador ao mesmo Desembargador Ouvidor Geral se fizesse este auto de que dou fé. Eu Manuel Francisco Ribeiro, escrivão das comunicações que escrevi.

Francisco Marcelino de Gouveia, João Pereira Caldas, Luís José Duarte Freire Joaquim Antônio de Barros Vasconcelos, Clemente Pereira de Azevedo Coutinho de Melo, Fernando José Veloso de Miranda e Sousa, Frei José Antônio de Freitas, o Vigário Sebastião Vieira Sobral, Joaquim Antunes, Miguel José, Augusto Ribeiro Nunes de Brito, Belchior de Castelo Branco, Carlos Luís de Castelo Branco, Miguel Alvares de Araújo, Antônio Pinto da Costa, Vicente de Sousa Aguiar, Antônio Vieira de Couto, Manuel Gomes de Figueiredo, João Rodrigues de Aguiar, José Antônio Monteiro, Antônio Gonçalves da Costa, João Ferreira de Melo (2) Manuel Pereira de Carvalho, João Paulo Afonso Sardinha, José de Sousa de Macêdo, Bernardo Sousa de Macêdo, Bernardo da Rocha Pinto, Inácio da Rocha Lima, Pedro Marinho de Melo, Manuel da Silva Pereira, Antônio de Castro Lima, Bernardo Pereira da Rocha, João Pereira da Rocha, Félix Correria da Costa, Manuel Pereira de Macedo, Virginio Antunes de Sousa, Vicente Ferreira de Lima, Antônio de Melo Sousa. (Fonte: MELO, Padre Cláudio. Primórdios de nossa história. Teresina. Editora da Universidade Federal do Piauí, 1986. páginas 177 a 183)