Finanças verdes
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Finanças verdes, também conhecido como finanças climáticas ou finanças sustentáveis são o conjunto de práticas, instrumentos e políticas financeiras destinadas a mobilizar e direcionar recursos — públicos e privados — para atividades que geram benefícios ambientais, como mitigação e adaptação às mudanças climáticas, proteção da biodiversidade, economia circular e uso eficiente de recursos.[1] O PNUMA distingue três conceitos frequentemente usados como sinônimos: financiamento climático, finanças verdes e finanças sustentáveis.[1] Enquanto o financiamento climático refere-se a fluxos destinados à mitigação e adaptação às mudanças climáticas, as finanças verdes costumam ser tratadas como um subconjunto operacional das finanças sustentáveis: o "verde" enfatiza resultados ambientais explícitos e projetos com impacto ambiental mensurável, já o campo mais amplo das finanças sustentáveis incorpora também objetivos sociais e de governança, integrando critérios ESG aos processos de decisão financeira.[1] Na prática, a expressão abrange desde títulos verdes até mecanismos de política pública e instrumentos de mercado que visam reduzir o custo do capital para projetos ambientalmente favoráveis e aumentar a transparência sobre impactos ambientais.[2][3]
A importância das finanças verdes cresceu com a necessidade de grandes fluxos de investimento — na casa dos trilhões de dólares anuais — para viabilizar a transição energética e a adaptação a um clima em mudança, metas reforçadas por compromissos multilaterais como o Acordo de Paris.[4][5] Esse papel mobilizador pode vir tanto de fontes públicas quanto, de forma decisiva, do setor financeiro privado: bancos, mercados de capitais e investidores institucionais são vistos como vetores essenciais para a realocação de capitais.[6] Ao mesmo tempo, limitações práticas — como percepções de risco, falta de projetos "bancáveis" em mercados emergentes e incoerência nas definições e critérios — têm impedido que o potencial dos mercados seja plenamente realizado, impulsionando iniciativas internacionais de coordenação, taxonomias e padrões de reporte.[7][8]
No plano regulatório e de mercado, as finanças verdes envolvem esforços para padronizar elegibilidades e relatórios, quadros de divulgação e instrumentos financeiros rotulados, bem como debates sobre medidas de incentivo — entre elas propostas de descontos prudenciais para ativos verdes e ajustes no tratamento de colateral e compras de ativos por bancos centrais.[3][9][10][11] Ao mesmo tempo, o crescimento do mercado trouxe desafios significativos, como o risco de greenwashing e a necessidade de verificação externa e padronização para conferir credibilidade às ações e reduzir alegações enganosas.[12][13]
As finanças verdes interagem com questões corporativas e macroprudenciais: estudos empíricos indicam que a incorporação de critérios ambientais pode afetar a avaliação das empresas de maneira não linear, com benefícios até certo ponto e potenciais retornos marginais decrescentes ou negativos em casos de sobre-investimento, desalinhamento estratégico ou práticas de comunicação enganosas.[14][15][16]
Terminologia
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A terminologia é essencial para entender os diferentes conceitos de finanças sustentáveis e suas diferenças. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) define três conceitos que são diferentes, mas frequentemente usados como sinônimos: finanças climáticas, verdes e sustentáveis.[1][17]
Primeiro, o financiamento climático é um subconjunto das finanças ambientais, referindo-se, principalmente, a fundos que abordam a adaptação e a mitigação das mudanças climáticas.[18][1]:10 As finanças verdes têm um escopo mais amplo do que o financiamento climático: tratam do aumento e da orientação de fluxos financeiros para prioridades ambientais que vão além do clima, incluindo a proteção da biodiversidade, a eficiência no uso de recursos e a gestão ambiental.[19][1]:10 Por sua vez, finanças sustentáveis traduzem a integração sistemática de governança ambiental, social e corporativa (ESG) nos processos de decisão financeira, ou seja, incorporam riscos e oportunidades ambientais e sociais num leque mais amplo de decisões, produtos e políticas financeiras.[20][1]:6
Na prática e na literatura técnica global, portanto, as finanças verdes costumam ser tratadas como um subconjunto operacional das finanças sustentáveis — com foco em resultados ambientais explícitos — enquanto o termo "sustentável" é mais abrangente por envolver também objetivos sociais e de governança.[21][17][22]
Na língua portuguesa há uma distinção funcional entre termos que descrevem fluxos financeiros pontuais ("financiamento climático" ou "financiamento do clima") e termos que descrevem um campo ou disciplina mais amplo ("finanças climáticas" ou "finanças verdes"). No discurso técnico e nas cartilhas dirigidas a tomadores de decisão no Brasil, financiamento climático costuma enfatizar os instrumentos e os fluxos destinados a mitigar ou adaptar aos efeitos do clima — isto é, recursos mobilizados para projetos e políticas climáticas — ao passo que finanças verdes pode aparecer para designar a área de política, prática e pesquisa que estudam esses fluxos.[23][24][25][26] Guias e relatórios em português também registram que o enfoque de estudos varia conforme o objetivo metodológico — análises de mercado e avaliação de instrumentos operacionalizam finanças verdes por meio de fluxos e instrumentos mensuráveis, enquanto estudos de política e governança usam a noção mais ampla de finanças sustentáveis para incluir objetivos sociais e institucionais.[23][25]
Iniciativa internacional
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Ao assinar o Acordo de Paris, 195 partes — a quase totalidade dos países do sistema da UNFCCC — se comprometeram a combater as mudanças climáticas e reduzir a degradação ambiental, com a meta de manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2 °C e envidar esforços para 1,5 °C.[27][28] Para alcançar um limite máximo de aquecimento em torno de 2 °C são necessários fluxos de investimento muito elevados — na prática, trilhões de dólares por ano direcionados aos setores de energia, transporte, indústria, edifícios, infraestruturas e agricultura.[4]
Embora as finanças públicas continuem a desempenhar um papel catalisador e essencial, uma parte decisiva do volume de recursos necessários depende do setor privado, em especial por meio de bancos, mercados de capitais e investidores institucionais.[6][7] Os mercados financeiros globais, portanto, representam uma oportunidade relevante para a realocação de capitais em direção a soluções verdes; porém esse potencial ainda não foi plenamente explorado, por limitações que vão desde percepções de risco e falta de projetos bancáveis em mercados emergentes até problemas de consistência nas definições e instrumentos financeiros.[7][8]
A meta coletiva da UNFCCC e do Acordo de Paris de mobilizar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 no contexto de ações significativas de mitigação e transparência na implementação ficou aquém do esperado em 2018.[5] Na COP29 este valor foi atualizado, definido como 300 bilhões de dólares anuais por país desenvolvido até 2035.[29] Por tudo isso, torna-se necessário um elevado grau de coerência entre normas, taxonomias, ferramentas de divulgação e instrumentos do mercado de capitais para que investidores consigam identificar, comparar e aproveitar oportunidades verdes de forma confiável.[30] Isso significa trabalhar em conjunto para garantir o potencial dos mercados financeiros, e é nesse contexto que a Plataforma Internacional de Finanças Sustentáveis foi criada.[31]
Plataforma Internacional de Finanças Sustentáveis (IPSF)
[editar | editar código]A Plataforma Internacional de Finanças Sustentáveis (IPSF, do inglês International Platform on Sustainable Finance) foi lançada em 18 de outubro de 2019 pela União Europeia.[31][32] A plataforma é um fórum de múltiplas partes interessadas para o diálogo entre os formuladores de políticas encarregados de desenvolver medidas regulatórias para finanças sustentáveis, a fim de ajudar os investidores a identificar e aproveitar oportunidades de investimento sustentável que realmente contribuam para as metas climáticas e ambientais.[31][32]
Os membros fundadores do IPSF são a União Europeia, mas também as autoridades competentes da Argentina, Canadá, Chile, China, Índia, Quênia e Marrocos.[31] No entanto, desde sua fundação, a Região Administrativa Especial de Hong Kong da República Popular da China (HKSAR), a Indonésia, o Japão, a Malásia, a Nova Zelândia, a Noruega, o Senegal, Singapura, a Suíça e o Reino Unido também aderiram à IPSF.[31] Juntos, os 18 membros da IPSF representam 50% das emissões de gases de efeito estufa do mundo, 50% da população mundial e 45% do PIB mundial.[31]
Instrumentos
[editar | editar código]Títulos verdes
[editar | editar código]Títulos verdes são instrumentos de dívida emitidos no mercado por organizações públicas ou privadas cujos recursos (ou um montante equivalente) são destinados a financiar ou refinanciar, total ou parcialmente, projetos com benefícios ambientais explícitos.[2] Em termos de dimensão de mercado, a emissão rotulada como "título público" atingiu cerca de 167 bilhões de dólares em 2018 e, depois de um pico em 2021, registrou em 2022 uma emissão anual de aproximadamente 487,1 bilhões.[33][34] De acordo com a Climate Bonds Initiative, o valor deverá ultrapassar os 5 trilhões de dólares anuais em 2025.[35][36]
O Acordo de Paris e o processo de implementação da UNFCCC sublinharam a importância de quadros de transparência e relato para a mobilização eficaz de recursos climáticos e para conferir credibilidade às ações de apoio; essa ênfase em transparência é parte do motivo pelo qual reguladores e organismos internacionais pedem padrões e relatos mais robustos que reduzam o risco de greenwashing e lavagem de dinheiro.[12][37]

Do ponto de vista jurídico-mercadológico, os títulos verdes não constituem, em regra, uma categoria distinta de obrigações quanto ao estatuto legal básico; eles são títulos de renda fixa sujeitos às mesmas regras de mercado que demais títulos tradicionais.[2][38] As garantias feitas aos investidores não são sempre inclusas no contrato, e nem sempre de forma vinculativa.[38] Tomadores de títulos verdes usualmente seguem padrões e princípios definidos por organizações geridas pela iniciativa privada tais como a Associação Internacional de Mercados de Capitais (ICMA, em inglês) ou a representação para a Climate Bonds Initiative.[2][35] Na prática, nem todos os compromissos “verdes” aparecem como cláusulas contratuais plenamente vinculantes no texto do contrato de emissão; muitas vezes a disciplina adicional advém de prospectos, planilhas, relatórios de alocação e de verificações externas, que são recomendadas pelos padrões de mercado, mas nem sempre obrigatórias por lei.[39][40]
Por isso, durante anos a integridade do mercado dependeu largamente de padrões voluntários e de revisões externas fornecidas por consultores, verificadores técnicos e agências de certificação; essa arquitetura privada motivou iniciativas públicas para criar requisitos mais firmes. A União Europeia, por exemplo, trabalhou na criação de um Padrão Europeu de Títulos Verdes.[41][42] Num mesmo sentido, está em trâmite no Parlamento Europeu uma proposta a qual poderá incumbir obrigações a credores que emitam títulos desse tipo.[43] Espera-se que tais padrões se tornem voluntários, operando em paralelo a outros padrões voluntários, com acadêmicos e praticantes instigando a atenção de formuladores políticos quanto aos perigos da imposição de um padrão mandatório.[44][45]
Estudos empíricos mostram que o risco de greenwashing está presente e pode induzir erroneamente os investidores a aceitarem taxas de retorno mais baixas do que para investimentos tradicionais.[13] A padronização dessa taxonomia reduziria as críticas de greenwashing que podem ser atribuídas a esse tipo de obrigação e aumentaria a clareza e a transparência em seu uso.[46] As agências de classificação de risco precisam se concentrar mais nesse tipo de risco para identificá-lo e quantificá-lo melhor.[13]
Taxonomia das atividades sustentáveis
[editar | editar código]Devido à amplitude do conceito de transição energética e ao fato de que a noção de “sustentável” ou “verde” poder ser aplicada a projetos muito diversos — como energia renovável, eficiência energética, gestão de resíduos, transporte público e reflorestamento — várias taxonomias têm sido elaboradas com o objetivo de validar e certificar investimentos considerados ambientalmente favoráveis, reduzindo o risco de alegações enganosas sobre sustentabilidade.[3][47]
Em 2018, a Comissão Europeia organizou um grupo de trabalho composto por técnicos especialistas de mercado financeiro a fim de definir a classificação de atividades econômicas (uma taxonomia), de modo a criar uma robusta metodologia a qual defina se uma atividade ou companhia é sustentável ou não.[48][49] O objetivo da taxonomia é prevenir a lavagem de dinheiro e ajudar investidores a exercer escolhas "mais verdes".[50] Os investimentos são julgados a partir de seis objetivos: mitigação das mudanças climáticas, adaptação às alterações climáticas, economia circular, poluição, efeitos sobre a água e biodiversidade.[51]
Essa taxonomia entrou em vigor em julho de 2020.[50] A taxonomia europeia passou a ser vista por alguns analistas e atores do mercado como uma das iniciativas mais precisas e tecnicamente detalhadas do seu tipo, com potencial para servir de referência internacional e inspirar iniciativas semelhantes noutros países; simultaneamente, observou-se desde cedo a preocupação de que lacunas de dados e desafios práticos de reporte corporativo pudessem atrasar a sua eficácia e a aplicação consistente dos critérios.[3][52] Fontes especializadas do mercado financeiro e do monitoramento de políticas econômicas sustentáveis afirmam ter havido certa dificuldade para a relatoria de taxonomia verde por parte das companhias.[53][54]
As classificações do gás natural e da energia nuclear são controversas.[55] A Comissão Europeia consultou seu Centro Comum de Investigação a fim de aferir a sustentabilidade da energia nuclear. Houve uma consulta de três meses, feita por dois grupos de especialistas antes da decisão final da Comissão, a qual foi aprovar tanto o gás natural quanto a energia nuclear como fontes sustentáveis, embora não livre de críticas e mecanismos de controle.[51][56][57] O gás natural é visto por muitos países como uma ponte entre o carvão e a energia renovável. Tais países argumentam que o gás natural é sustentável sob uma série de condições.[58] Contudo, vários membros do grupo de especialistas que aconselharam a Comissão Europeia advertiram em prol de um passo atrás. Foi visualizado por esse grupo que a inclusão do gás seria uma contradição à ciência climática, ao passo em que se considera que as emissões de metano do gás natural formam um significante gás estufa.[55][59]
Divulgação obrigatória e voluntária
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Em 2015, o Conselho de Estabilidade Financeira iniciou uma Força-Tarefa para Divulgação Financeira relativa ao Clima, liderada por Michael Bloomberg.[60] As recomendações da força-tarefa objetivavam encorajar companhias a obter melhor esclarecimento a respeito dos riscos relacionados ao clima em seus negócios, bem como uma governança interna que habilite à gestão de tais riscos.[61] No Reino Unido, o então governador do Banco da Inglaterra, Mark Carney, apoiou ativamente as recomendações da FTDFC, bem como conclamou em múltiplas ocasiões para a implementação de obrigações a companhias do setor financeiro de modo a serem transparentes e levarem em conta riscos financeiros em suas gestões — especialmente por meio de testes de estresse climático.[62][63][64] No entanto, em outubro de 2023 as atividades da força-tarefas foram finalizadas.[65]
Na França, a Lei de Transição Energética de 2015 introduziu obrigações de transparência para investidores institucionais e companhias, impondo que estas informem como integram nos seus processos de investimento e nos relatórios corporativos critérios ambientais e riscos climáticos; a norma foi amplamente citada como a primeira regra nacional a exigir este tipo de divulgação por investidores institucionais.[66][67] Contudo, a literatura e relatórios de mercado documentam que regimes de divulgação voluntária, apesar de terem aumentado a quantidade de informação disponível, frequentemente produzem resultados heterogêneos em qualidade e em efeitos práticos sobre decisões e sobre emissões — o que tem sido usado como argumento a favor de iniciativas que tornem parte dessas divulgações mandatórias ou mais padronizadas; estudos empíricos e avaliações da qualidade de reporting identificam diferenças sistemáticas na abrangência e na qualidade das divulgações voluntárias, bem como limitações de cobertura e de comparabilidade.[68][69][70]
Em linha com essa evolução, a União Europeia avançou na criação de um quadro regulatório que torna obrigatórias divulgações de sustentabilidade para um conjunto mais amplo de empresas: a proposta e subsequente adoção da Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD) e dos European Sustainability Reporting Standards (ESRS) estabelecem regras mais detalhadas para a publicação de dados degovernança ambiental, social e corporativa sob o seu âmbito, com aplicação faseada.[9]
Fator de suporte ao verde no capital regulatório
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A fim de encorajar bancos a impulsionarem os empréstimos verdes, bancos comerciais têm proposto a introdução do Fator de Suporte ao Verde (FSV) no cálculo do capital regulatório, de modo a reduzir temporariamente os requisitos de capital para exposições consideradas ambientalmente sustentáveis e, assim, baratear o crédito verde.[71][72][73] Essa proposta foi debatida a nível europeu e aparece em estudos e em consultas políticas; a Comissão Europeia e a Autoridade Bancária Europeia (ABE) analisaram a ideia e encomendaram trabalhos técnicos para avaliar impactos, desenho e riscos associados a um FSV.[74][75][76] Por outro lado, essa abordagem é geralmente posta em oposição pelos bancos centrais e por organizações sem fins lucrativos, os quais propõem a adoção de maiores requisitos de capital para recursos vinculados a combustíveis fósseis.[77][78] Há evidência prática e experiências nacionais que ilustram as diferenças de abordagem: o Banco Nacional da Hungria implementou programas de tratamento preferencial de capital para empréstimos verdes no âmbito de políticas domésticas específicas, enquanto as autoridades europeias, ao nível da supervisão e da regulação, tenderam a pedir cautela e examinar cuidadosamente efeitos colaterais e a compatibilidade com o quadro prudencial.[79][80]
Os argumentos centrais em debate são dois. Quem apoia o FSV sustenta que ele corrige uma falha de mercado (o subinvestimento em ativos de baixo carbono) e pode acelerar a transição ao reduzir o custo do capital para projetos sustentáveis; quem se opõe adverte que descontos de capital não baseados em evidência de menor risco financeiro podem enfraquecer a resiliência do sistema bancário, introduzir arbitrariedades políticas na avaliação de risco e gerar distorções — daí a preferência por políticas que imponham custos maiores a ativos "marrons" ou por medidas prudenciais temporárias calibradas para riscos de transição, acompanhadas de supervisão reforçada e de melhores métricas de risco climático.[81][75] Como alternativa e complemento às duas abordagens puras, os estudos e documentos de autoridades propõem um pacote misto que:
- reforçe divulagção e taxonomias para melhorar a identificação de ativos verdes;
- calibre requisitos de capital com base em evidência de risco;
- use instrumentos de supervisão para endereçar lacunas imediatas;
- considere mecanismos temporários e muito bem delimitados até que haja robustez nos dados e metodologia.[82][83]
As autoridades europeias e o próprio Banco Central Europeu estão explorando outras ferramentas correlatas. Além do debate sobre FSV, o BCE avançou recentemente com a ideia de aplicar um "fator climático" nas suas operações de crédito — uma medida que ajustaria o tratamento de créditos em função da exposição ao risco climático e pode funcionar como um incentivo complementar à reorientação do crédito sem alterar de imediato as regulações prudenciais padrão.[84][76]
Empréstimos e hipotecas verdes
[editar | editar código]Em 2022 a Comissão Europeia solicitou parecer à Autoridade Bancária Europeia (ABE) sobre a definição e os possíveis instrumentos de apoio a empréstimos de varejo verdes e hipotecas verdes, tarefa que levou a inquéritos à indústria e, posteriormente, a um parecer técnico que recomenda, entre outras coisas, a criação de um rótulo voluntário e definições harmonizadas a nível da UE para facilitar a oferta e a comparabilidade destes produtos.[85][86]
A indústria financeira e associações de mutuários já vêm defendendo há anos a estabilização de um rótulo de representação para hipotecas verdes — um selo que identifique produtos que financiem habitação energeticamente eficiente ou reformas de eficiência energética — alegando que isso aumentaria a transparência para consumidores e investidores e reduziria custos de transação na originação desses créditos.[87][88] Paralelamente, um conjunto de ONGs, think tanks e algumas associações de consumidores têm proposto que os bancos centrais poderiam incentivar a concessão de empréstimos verdes, em particular linhas de crédito para reformas domésticas, por meio do refinanciamento a custos mais baixos — à semelhança dos Targeted Longer-Term Refinancing Operations (TLTROs) do Eurosistema — ou através de um mecanismo de "taxa dual" que ofereça condições preferenciais para empréstimos elegíveis como verdes.[89][90][91][92]
Defensores dessa aproximação argumentam que um "TLTRO verde" ou uma taxa de juro preferencial para crédito verde reduziria o custo do financiamento da eficiência energética para famílias e pequenas e médias empresas, acelerando retrofits e a renovação energética do parque habitacional, e que, com a taxonomia da UE como referência, seria possível calibrar critérios de elegibilidade de modo a limitar riscos de desvio.[87][92]
Política monetária verde
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Em 2018, sob a liderança de Mark Carney, Frank Elderson, e do Governador do Banco da França Villeroy de Galhau, oito bancos centrais criaram a Network for Greening the Financial System (NGFS), uma rede de bancos centrais e supervisores financeiros os quais visam explorar o papel potencial dos bancos centrais em prol do acompanhamento da transição energética.[10][93] Essa rede tem aproximadamente 80 membros e uma dúzia de observadores, incluindo o FMI e o Banco Central Europeu.[94][95]
Muitas opções de políticas para o esverdeamento dos instrumentos de política monetária têm sido exploradas pela NGFS:
- Refinanciamento verde das operações: bancos centrais podem adotar condições verdes para que bancos refinanciem a si próprios a partir dos bancos centrais, por exemplo pela garantia de menores taxa de juros caso os bancos protocolem um certo volume de projetos verdes.
- Estruturas colaterais verdes: bancos centrais podem restringir as regras de elegibilidade colateral pela exclusão de recursos poluentes, ou exigindo que bancos mobilizem uma pool de recursos
- Facilitação quantitativa verde: bancos centrais poderiam restringir compras de recursos a títulos verdes.[96][10]
Em julho de 2021, sob a liderança de Christine Lagarde e após a pressão de ONGs, o Banco Central Europeu anunciou um roadmap detalhado para a incorporação das mudanças climáticas na sua estrutura política.[11] O plano de ação inclui medidas para integrar métricas dos riscos relacionados ao clima no quadro colateral do BCE e um programa de compra de títulos corporativos.[11] Christine Lagarde disse ter sido também favorável ao desenvolvimento de "facilitações para títulos verdes" tais como o Banco do Japão e o Banco Popular da China.[97][98]
Relação entre sustentabilidade e avaliação corporativa
[editar | editar código]Vários estudos têm questionado a ideia de que um maior investimento em sustentabilidade sempre contribui para o valor corporativo. Alguns pesquisadores sugerem que um investimento excessivo ou um controle excessivo em iniciativas ESG pode não só ser ineficaz, mas também gerar efeitos contraproducentes para a avaliação da empresa.[14] Em certos casos, o sobre-investimento em ESG por parte das empresas ou o controle excessivo por parte dos investidores pode limitar os benefícios esperados.[99]
A literatura também documenta relações não-lineares entre desempenho ESG e avaliação de mercado — com evidência consistente de curvas em "U invertido" , isto é, ganhos de avaliação positivos até um ponto ótimo de empenho em ESG, seguidos por retornos marginais decrescentes ou até impactos negativos quando as empresas ultrapassam esse ponto — gerando o efeito inverso a custos crescentes de conformidade, perda de foco estratégico e à presença de iniciativas ESG pouco materiais para o negócio.[15][16][100][101]
Os mecanismos que sustentam essa não-linearidade são múltiplos e têm sido testados empiricamente. Primeiro, há custos marginais crescentes: programas ESG ambiciosos implicam despesas operacionais, de conformidade e de investimento que, além de retornarem menos após certo ponto, podem reduzir a capacidade de financiar projetos de alto retorno financeiro — comprimindo lucros e o valor presente dos fluxos de caixa futuros.[102][103] Segundo, existe o risco de desalinhamento estratégico quando iniciativas ESG são adotadas por razões reputacionais ou regulatórias, sem integração com a vantagem competitiva da empresa; nesse caso, o ESG opera como custo adicional em vez de diferencial de mercado.[102][103] Terceiro, práticas de greenwashing podem gerar ganhos de curto prazo mas resultar em perda de confiança dos investidores, sanções regulatórias e quedas de valor a longo e médio prazo.[102][103]
Ver também
[editar | editar código]Referências
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