Força de Emergência das Nações Unidas
A Primeira Força de Emergência das Nações Unidas (em inglês: United Nations Emergency Force, UNEF) foi criada pela Assembleia Geral das Nações Unidas para impedir que estourasse uma guerra entre Egito e Israel, que se encontravam em meio à crise de Suez, em 1956. A força de paz foi instaurada pela Resolução 1001 (ES-I), de 7 de novembro de 1956. A Assembleia Geral tinha aprovado um plano apresentado pelo Secretário-Geral da ONU, Dag Hammarskjöld, que previa a implantação da UNEF na fronteira entre os dois países, em ambos os lados; no entanto, o governo de Israel recusou-se a permitir a implantação da UNEF em seu lado da fronteira. Com participação de importante número de soldados brasileiros, a UNEF durou até junho de 1967, quando Israel invadiu o Egito, dando início à Guerra dos Seis Dias. No início do conflito, Israel atacou também as forças de paz da UNEF, causando a morte de um brasileiro, Carlos Adalberto Ilha de Macedo, e de 14 soldados indianos que compunham a força de paz internacional.[1][2][3]
História[editar | editar código-fonte]
A UNEF foi a primeira operação das Nações Unidas a contar com componente militar. Por essa razão, teve de ser aprovada previamente pelos governos do Egito e de Israel. O primeiro-ministro de Israel recusou-se a apoiar a missão de paz e afirmou que sob nenhuma circunstância Israel concordaria com a permanência de forças da ONU no seu território ou em qualquer área que ocupava. Depois de negociações multilaterais com Egito, onze países ofereceram-se para contribuir com tropas no lado egípcio da linha de armistício: Brasil, Canadá, Colômbia, Dinamarca, Finlândia, Índia, Indonésia, Noruega, Polônia, Suécia e Iugoslávia.[4] As primeiras forças chegaram ao Cairo em 15 de novembro de 1956; a UNEF encontrou seu pleno vigor de 6000 soldados em fevereiro de 1957. A força foi totalmente implantada em áreas designadas em torno do Canal de Suez, no Sinai e em Gaza. O secretário-geral da ONU solicitou estacionar forças da UNEF no lado israelense das linhas do armistício de 1949, mas tal solicitação foi rejeitada por Israel.[2]
Em junho de 1967, Israel invadiu o Egito, dando início à Guerra dos Seis Dias. Durante essa invasão, Israel atacou igualmente as forças de paz da UNEF, causando a morte de um brasileiro, Carlos Adalberto Ilha de Macedo, e de 14 soldados indianos que compunham a força internacional. Além dos quinze mortos, um brasileiro e 16 indianos foram feridos nos ataques de Israel.[1][2]
Com o início da guerra e o fracasso da missão de paz, a UNEF evacuou a zona de conflito. Os últimos contingentes da UNEF deixaram a zona de guerra em 17 de junho de 1967.[2]
Comandantes da Força[editar | editar código-fonte]
Estacionadas na cidade de Gaza:
- Novembro de 1956 a Dezembro de 1959: Tenente-General E.L.M Burns (Canadá)
- Dezembro de 1959 a Janeiro de 1964: tenente-general P.S Gyani (Índia)
- Janeiro de 1964 a Agosto de 1964: Major-General Carlos F. Paiva Chaves (Brasil)
- Agosto de 1964 a Janeiro de 1965: Coronel Lazar Mušicki (Iugoslávia) (em exercício)
- Janeiro de 1965 a Janeiro de 1966: General Syzeno Sarmento (Brasil)
- Janeiro de 1966 a Junho de 1967: Major-General Indar J. Rikhye (Índia)
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Batalhão Suez
- Lista das missões de manutenção da paz das Nações Unidas
- Guerra do Suez
- Segunda Força de Emergência das Nações Unidas
Referências
- ↑ a b «Folha de S.Paulo - Grupo levou 40 dias para voltar para o Brasil - 10/06/2007». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 19 de maio de 2022
- ↑ a b c d «UNEF I withdrawal (16 May - 17 June 1967) - SecGen report, addenda, corrigendum». Question of Palestine (em inglês). Consultado em 19 de maio de 2022
- ↑ «HOMENAGENS PÓSTUMAS». www.batalhaosuez.com.br. Consultado em 19 de maio de 2022
- ↑ Fabiano Luis Bueno Lopes (12 de setembro de 2007). «O Brasil no deserto». Revista de História. Arquivado do original em 20 de setembro de 2016