Francis Schaeffer
Francis Schaffer | |
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Nascimento | 30 de janeiro de 1912 |
Morte | 15 de maio de 1984 (72 anos) |
Nacionalidade | Americano |
Ocupação | filósofo, teólogo, pastor |
Francis Schaeffer (30 de janeiro de 1912 - 15 de maio de 1984), foi um teólogo evangélico americano,[1] filósofo conservador e pastor. É frequentemente citado como um dos grandes intelectuais do século XX.
Tornou-se famoso por seus escritos e pela criação da comunidade L’Abri (do francês, "O Abrigo"), na Suíça. Opondo-se ao modernismo teológico, à chamada neo-ortodoxia, Schaeffer defendia uma fé baseada na tradição protestante e um enfoque pressuposicional na apologética cristã. Alguns teóricos creditam às ideias de Schaeffer o despertamento das Direita cristã nos Estados Unidos. Edit Schaeffer, esposa de Francis Schaeffer veio a tornar-se também ela uma autora com seu próprio mérito.
História
[editar | editar código-fonte]Schaeffer cresceu em Germantown, Pensilvânia.
Nos anos 50, juntamente com sua mulher Edith, fizeram surgir uma comuninade religiosa denominada L'Abri.
Na década de 70, seu filho Frank, convenceu o pai fazer um livro e vários filmes que chamavam-se How Should We Then Live? (Como nós devemos então viver?).
Aos poucos, Francis Schaeffer ganhava notoriedade no meio evangélico, sendo a base intelectual do meio mais conservador nos EUA. Por outro lado, em L'Abri dialogou dialeticamente questões sociais, religiosas e espirituais com mães solteiras, hippies e homossexuais. Sua filosofia atraiu gente de várias tribos. Morreu de câncer.
Apologética
[editar | editar código-fonte]Influência de Rushdoony
[editar | editar código-fonte]Na década de 1960, Schaeffer leu com apreço as obras do teólogo reconstrucionista Rousas John Rushdoony e, de acordo com Barry Hankins, "é bastante provável que a crença de Schaeffer de que os Estados Unidos foram fundados sobre uma base cristã, tenha vindo em parte de Rushdoony".[2] Mais tarde, Schaeffer perdeu esse fervor porque Rushdoony era um pós-milenarista (defendendo a doutrina de que o reino de Deus será construído na terra antes da segunda vinda de Jesus), enquanto Schaeffer era um pré-milenarista (defendendo que o reino de Deus só será introduzido com a segunda vinda). Além disso, Schaeffer imaginava que o sistema de Rushdoony exigiria uma fusão entre Igreja e Estado, à qual ele se opôs. Ele sustentava que os princípios, e não os detalhes reais, da lei civil do Antigo Testamento eram aplicáveis sob a Nova Aliança de Jesus. Ele escreveu: "a lei moral [do Antigo Testamento], é claro, é constante, mas a lei civil só funcionava para a teocracia do Antigo Testamento. Não acho que haja qualquer indicação de uma teocracia no Novo Testamento, até que Cristo retorne como rei".[2]
Legado
[editar | editar código-fonte]Hoje, mais de trinta anos após sua morte, seus ensinamentos continuam na mesma disposição informal, na Francis A. Schaeffer Foundation em Gryon, Suíça. Esta é conduzida por uma de suas filhas e genros como uma alternativa à original L’Abri Fellowship International que ainda funciona próximo a Huemoz-sur-Ollon e outros lugares do mundo. Por outro lado, o filho de Schaeffer, Frank Schaeffer, inicialmente sustentou as ideias e programa político de seu pai, desde então distanciou-se de muitas daquelas opiniões e converteu-se a Igreja Ortodoxa Grega.
O Covenant Theological Seminary fundou o Instituto Francis A. Schaeffer, dirigido por um antigo membro da L’Abri, Jerram Barrs. O propósito da escola é treinar cristãos para demonstrar compassivamente e defender racionalmente o que eles vêem como argumentos em favor de Cristo nas diversas questões da vida.
Schaeffer popularizou, no contexto moderno, uma perspectiva puritana e reformada.
Ativismo político
[editar | editar código-fonte]Francis Schaeffer é creditado como responsável pelo retorno ao ativismo político entre os protestantes evangélicos e fundamentalistas no final dos anos 1970 e início dos 1980, especialmente na questão do aborto. Schaeffer chamou ao desafio do que ele via como uma crescente influência do humanismo secular. A visão de Schaeffer foi apresentada em dois trabalhos: seu livro “A Christian Manifesto” (Manifesto Cristão) e uma série de filmes, “Whatever Happened to the Human Race?” (O que houve com a Raça Humana?). Ele também apoia a luta pelos direitos civis e contra o autoritarismo.[3]
Manifesto Cristão
[editar | editar código-fonte]O Manifesto Cristão, de Schaeffer, foi publicado em 1981. O nome do livro pretende posicionar suas teses como uma resposta cristã ao Manifesto Comunista, de 1848, e aos documentos do Manifesto Humanista, de 1933 e 1973. O diagnóstico de Schaeffer dizia que o declínio da civilização ocidental se deve à sociedade ter se tornado cada vez mais pluralista, resultando em um desvio "para longe de uma cosmovisão que era pelo menos vagamente cristã na memória das pessoas…em direção a algo totalmente diferente". Schaeffer argumenta que há um combate filosófico entre o povo de Deus e os humanistas seculares.
Em um sermão também intitulado “Manifesto Cristão”, Schaeffer define o humanismo secular como a visão de mundo onde “o homem é a medida de todas as coisas”; e, no livro, ele afirma que as críticas da Direita cristã erram o alvo ao confundir a “religião humanista” como humanitarismo, humanidades ou amor pelos humanos. Ele descreve o conflito com o humanismo secular como uma batalha em que "estas duas religiões, Cristianismo e Humanismo, se colocam frente a frente como totalidades". Ele escreve que o declínio do compromisso com a verdade objetiva que ele percebe nas várias instituições da sociedade é "não por causa de uma conspiração, mas porque a igreja tem esquecido sua responsabilidade de ser sal da cultura". Schaeffer explica:
- "Um cristão verdadeiro na Alemanha de Hitler e nos países ocupados deveria ter desafiado o estado falso e fraudulento e escondido seus vizinhos judeus das tropas da SS germânica. O governo abdicou de sua autoridade e deixou de ter o direito de fazer qualquer exigência."
Da mesma forma, ele sugere táticas similares para combater o aborto. Mas Schaeffer afirma que não está falando de uma teocracia:
- "As autoridades devem saber que falamos sério sobre barrar o aborto… Primeiro, devemos deixar claro que não estamos falando de nenhum tipo de teocracia. Permita-me dizer isso com grande ênfase. Witherspoon, Jefferson, os fundadores da americanos, não pensavam em uma teocracia. Isso é deixado claro pela Primeira Emenda, e nós devemos continuamente enfatizar o fato de que não estamos falando de algum tipo, ou qualquer tipo de teocracia."
Gary North e David Chilton, dos "Cristãos Reconstrucionistas", fizeram duras críticas ao Manifesto Cristão e a Schaeffer.
Suas críticas, eles escrevem, foram disparadas pela popularidade do livro de Schaeffer. Eles sugerem que Schaeffer defende o pluralismo porque ele vê a Primeira Emenda como liberdade de religião para todos, enquanto eles próprios rejeitam o pluralismo. Apontando declarações negativas que Schaeffer faz à teocracia, North e Chilton explicam porque eles defendem isso, e estendem sua crítica a Schaeffer:
- "O fato permanece que o manifesto do Dr. Schaeffer não oferece uma direção para uma sociedade cristã. Mencionamos isso que meramente para efeitos de clareza, porque não estamos certos que todos tenham notado isso agora. O mesmo se aplica a todos os comentários do Dr. Schaeffer: ele não declara a alternativa cristã."
Influência na Direita cristã
[editar | editar código-fonte]Líderes da Direita cristã, como Tim LaHaye creditaram a Schaeffer a influência em seus argumentos teológicos conclamando os evangélicos à participação política. Randall Terry, fundador da Operation Rescue (Operação Resgate), também reconheceu a influência de Schaeffer.
A partir de 1990, os críticos começaram a explorar as conexões ideológicas e intelectuais entre o ativismo político de Schaeffer e escritos do início dos anos 80 a tendências político-religiosas contemporâneas da Direita cristã, às vezes agrupadas sob o nome de Dominionismo, com conclusões diversificadas.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Schaeffer, Francis. The God Who Is There, Intervarsity Press
- Schaeffer, Francis. Morte da Razão, Editora Fiel
Referências
- ↑ The Shelter Biografia de Schaeffer
- ↑ a b Hankins, Barry (2008). Francis Schaeffer and the Shaping of Evangelical America. [S.l.]: Eerdmans
- ↑ Francis A. Schaeffer > Quotes > Quotable Quote
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «The Shelter» (em inglês) Biografia, comentários, citações de Schaeffer.
- A fé dos Humanistas Por Francis Schaeffer