Francisco Maria Vítor Cordon

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Francisco Maria Vítor Cordon
Francisco Maria Vítor Cordon
Selo postal de Moçambique dedicado a Victor Cordon.
Nascimento 15 de março de 1851
Estremoz
Morte 15 de agosto de 1901
Mafra
Cidadania Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação explorador

Francisco Maria Victor Cordon (Estremoz, 15 de Março de 1851Mafra, 15 de Agosto de 1901), mais conhecido por Vítor Cordon ou Victor Córdon, foi um oficial do Exército Português e explorador[1], que se destacou no reconhecimento da região do Niassa no interior da África Oriental[2]. Foi um dos africanistas considerados pelas Cortes como beneméritos da Pátria e foi cavaleiro da Ordem da Torre e Espada.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Oficial do Exército Português, no qual assentou praça em 1873 como voluntário no Batalhão de Caçadores n.º 5 e foi promovido a alferes em 1881.

Iniciou a sua carreira africana como oficial encarregue de montar a rede de telégrafos em Angola e de colaborar na construção do Caminho-de-ferro de Ambaca, funções que o obrigaram a percorrer grandes extensões de território ao tempo pouco conhecido dos europeus. Ainda em Angola, foi governador de Ambriz e Novo Redondo (1882) e director dos Serviços de Obras Públicas da colónia[3].

Após essa experiência, em Julho de 1888, com o posto de tenente, foi enviado para a então África Oriental Portuguesa com a missão de explorar o interior do actual território de Moçambique. No desempenho dessa missão chefiou uma expedição que reconheceu parte do vale do rio Zambeze, Manica e a região do Lago Niassa[4], contribuindo para estabelecer a presença portuguesa numa região ao tempo disputada com os interesses britânicos centrados no que viria a ser a Rodésia, numa acção que levaria à elaboração da carta que ficaria conhecida pelo Mapa Cor-de-Rosa. A pressões britânicas, e o ultimato que se seguiu, forçaram a sua retirada da região e o regresso a Lisboa, para onde embarcou a 21 de Janeiro de 1890.

Chegou a Lisboa a 20 de Abril daquele ano de 1890 e, no fervor patriótico que se seguiu ao ultimato britânico, a Câmara dos Deputados proclamou-o como um benemérito da pátria e foi agraciado com o grau de cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

Em 1891 foi promovido ao posto de capitão, tendo falecido em 1901 quando frequentava, na Escola de Infantaria, então em Mafra, o curso de promoção a major.

Foi iniciado na Maçonaria em 1892 na loja Cavalheiros da Paz e Concórdia, com o nome simbólico de Afonso Henriques.[5]

O seu nome entrou na toponímia de múltiplas povoações portuguesas, incluindo a cidade de Lisboa.

Notas

  1. LAPA, Albino. Victor Cordon. Lisboa: 1939.
  2. PALET, Filipe Filismino Nunes. "Victor Cordon na expansão do ultramar português", in Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1951, série 69, n.º 7-8, pp. 377-89.
  3. Albino Lapa, Vítor Cordon. Lisboa : Agência Geral das Colónias, 1939 (2 volumes ilustrados - Colecção Pelo Império, n.ºs 50 e 51).
  4. Nas suas viagens visitou Queli, Inhamissengo, Zambeze, Massangane, Tete, Cachoeira de Caulabana, Chicoa e Zumbo, Tanhame, Maconde, Quelimane e a região de Manica.
  5. Oliveira Marques, A. H. de (1985). Dicionário de Maçonaria Portuguesa. Lisboa: Delta. p. 411 

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