Francisco de Borja de Sousa Holstein, 1.º Marquês de Sousa Holstein

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Francisco de Borja de Sousa Holstein, 1.º Marquês de Sousa Holstein
Francisco de Borja de Sousa Holstein, 1.º Marquês de Sousa Holstein
D. Francisco de Sousa Holstein, 1.º Marquês de Sousa Holstein.
Nascimento 20 de abril de 1838
Paris
Morte 30 de setembro de 1878 (40 anos)
Lisboa
Cidadania Reino de Portugal
Progenitores
Cônjuge Maria Eugénia Braamcamp de Melo Breyner
Filho(a)(s) Luís de Sousa Holstein
Alma mater
Ocupação advogado
Prêmios
  • Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
  • Comendador da Ordem de Santiago da Espada
Título Marquês de Sousa Holstein

D. Francisco de Borja Pedro Maria António de Sousa Holstein ComSEComNSC (Paris, 20 de Abril de 1838 - Lisboa, Carnide, Quinta das Romeiras, 30 de Setembro de 1878), 1.º Marquês de Sousa Holstein, foi um diplomata, político, advogado, académico, publicista e especialista assim como historiador de arte português.

Família[editar | editar código-fonte]

Décimo terceiro dos filhos e filhas de D. Pedro de Sousa Holstein, 1.º Conde, 1.º Marquês e 1.º Duque de Palmela (antes 1.º Duque do Faial), e de sua mulher D. Eugénia Francisca Xavier Teles da Gama.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Doutorou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1858, com a tese: Se o Sistema das Circunstâncias Atenuantes ou Agravantes é Conveniente ou é Prejudicial à Ordem Pública. Seguiu, logo depois do seu Doutoramento, a carreira diplomática, tendo desempenhado as funções de Adido e Secretário em Roma e em Florença, então capital de Itália. No decurso dessas missões desenvolveu grandemente a sua propensão para os estudos artísticos e especialmente os da História da Arte, em que veio a ser uma autoridade. Sobre o pintor Domingos António de Sequeira colheu, tanto nos arquivos italianos como nos nacionais, os elementos necessários à elaboração do livro Vida de Domingos António de Sequeira. A favor da Universidade de Coimbra, obteve em Itália a cedência de grande número de exemplares mineralógicos, especialmente os provenientes do Vesúvio, e ainda obras de Medicina e coleções de regulamentos universitários estrangeiros, dádivas estas que foram justamente apreciadas pelo Conselho Universitário pelo que representavam para o interesse daquela Universidade. Depois do seu regresso a Lisboa foi nomeado Inspetor da Academia Real de Belas-Artes de Lisboa, lugar que exerceu gratuitamente e no qual, através de longas lutas com o espírito de rotina, conseguiu introduzir importantes melhoramentos a bem da Arte nacional. Pouco antes da sua prematura morte achava-se a escrever o prefácio para os Diálogos sobre Pintura de Francisco de Holanda, que estava incumbido de publicar. Colaborou em muitos jornais e revistas, com grande profusão de conhecimentos, sobre os mais variados assuntos, como p. ex. a Revista Contemporânea de Portugal e Brasil [2] (1859-1865). A sua Vida de Domingos António de Sequeira nunca chegou a ser publicada porque a morte o surpreendeu antes de tal realizar e, embora o Governo de então tivesse resolvido publicá-la, o projeto foi mais tarde abandonado.[1]

Foi Gentil-Homem da Real Câmara de D. Luís I de Portugal, Moço Fidalgo da Casa Real, Oficial-Mor da Casa Real, Deputado da Nação e Par do Reino, Grã-Cruz da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, da Sardenha, Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, 454.º Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (21 de Junho de 1854)[3] e Comendador da Ordem de São Gregório Magno, da Santa Sé, e da Ordem da Águia Vermelha, da Prússia, Sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa e da Associação dos Advogados de Lisboa, etc.[1]

O título de 1.º Marquês de Sousa Holstein foi-lhe concedido por D. Fernando II de Portugal, Regente na menoridade de D. Pedro V de Portugal, por Decreto de 3 de Setembro de 1855. Era já Marquês Honorário por Decreto de D. Pedro V de Portugal de 8 de Agosto de 1860, concessão feita aos filhos mais novos dos 1.º s Duques de Palmela, a exemplo do que era uso em certas Casas Ducais, e usou as Armas dos Duques de Palmela: de Sousa dos Senhores de Arronches; timbre: de Sousa dos Senhores de Arronches; Coroa de Marquês.[4]

Encontra-se sepultado no jazigo dos Duques de Palmela, no Cemitério dos Prazeres.

Casamento[editar | editar código-fonte]

Casou em Lisboa a 20 de Agosto de 1862 com Maria Eugénia Braamcamp Sobral de Melo Breyner (Lisboa, 22 de Outubro de 1837 - Mercês, Lisboa, 7 de Outubro de 1879), filha da 2.ª Condessa de Sobral,[1] da qual teve quatro filhos:

  • Recém-nascido (Mercês, Lisboa, 17 de Junho de 1863 - Mercês, Lisboa, 17 de Junho de 1863);
  • D. Pedro de Sousa Holstein (27 de Janeiro de 1865 - ?), solteiro e sem geração
  • D. Luís de Sousa Holstein (Lisboa, 8 de Fevereiro de 1868 - Lisboa, 8 de Fevereiro de 1935), 2.º Marquês de Sousa Holstein
  • D. Adelaide de Sousa Holstein (25 de Setembro de 1869 - Lisboa, 14 de Fevereiro de 1948), solteira e sem geração

Referências

  1. a b c d "Nobreza de Portugal e Brasil", Direcção de Afonso Eduardo Martins Zuquete, Editorial Enciclopédia, 2.ª Edição, Lisboa, 1989, Volume Terceiro, p. 405
  2. Pedro Mesquita (6 de dezembro de 2013). «Ficha histórica:Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de Abril de 2014 
  3. "A Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa", Francisco Belard da Fonseca, Fundação da Casa de Bragança, Lisboa, 1955, p. 45
  4. "Nobreza de Portugal e Brasil", Direcção de Afonso Eduardo Martins Zuquete, Editorial Enciclopédia, 2.ª Edição, Lisboa, 1989, Volume Terceiro, pp. 13 e 405