Frei Álvaro Pais

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 Nota: Se procura o burguês de Lisboa, apoiante do Mestre de Avis, veja Álvaro Pais.
Frei Álvaro Pais
Frei Álvaro Pais
Nascimento 1275
Salnês
Morte 5 de julho de 1353
Sevilha
Cidadania Reino da Galiza
Ocupação teólogo, sacerdote
Religião Igreja Católica

Frei Álvaro Pais (em latim Alvarus Pelagius, em castelhano Álvaro Pelayo ou Álvaro Pelágio) ou Álvaro Pais Gomes Charinho (Salnés, Galiza, c. 1275 - Sevilha, 25 de Janeiro de 1352 ou 1349[1]) foi um célebre teólogo franciscano e bispo de Silves (1334-1352).

Vida[editar | editar código-fonte]

Julga-se que Álvaro fosse filho ilegítimo do trovador galego e almirante de Castela Pai Gomes Charinho. Estudou primeiramente na corte de Sancho IV de Castela, tendo depois partido para Itália, a fim de estudar direito em Bolonha e Perugia. Em Bolonha, tendo por mestre Guido de Baisio, obteve o grau de Doutor nos dois direitos (o civil e o canónico).

Em 1304, contactando os Frades Menores reunidos em capítulo em Assis, e em particular com o seu Mestre-Geral, Gonçalo de Balboa, ingressou naquela ordem mendicante, tendo renunciado aos seus bens e doado-os aos pobres. Envolveu-se nas disputas internas da ordem, aproximando-se dos espirituais, que defendiam uma interpretação mais rigorosa das palavras de São Francisco no que tocava à pobreza. No entanto, por obediência ao Papa (João XXII), acabou por se afastar dessa corrente.

Permaneceu em Itália, primeiro Perugia, depois em Assis, tendo enfim mudado-se para Roma, estabelecendo-se na Igreja de Santa Maria in Aracoeli. Grande defensor do primado do Papa sobre o poder dos príncipes, tornou-se legado do Papa João XXII no conflito que o opunha junto do Imperador, Luís da Baviera. Quando o Imperador fez coroar o seu representante, Pietro Rainalducci, como Antipapa (sob o nome de Nicolau V), Álvaro fugiu para Anagni (1328), setenta quilómetros para Sudoeste de Roma.

Daí partiu para Avinhão (1330), onde se achava o Papa com a sua corte, tendo exercido o cargo de penitenciário apostólico. Em 1332, o Papa conferiu-lhe dispensa da bastardia, o que lhe permitia o acesso a cargos eclesiásticos, tendo sido nomeado bispo titular da diocese de Corona, na Grécia, não tendo contudo chegar a tomar posse.

Em 9 de Junho de 1333, o Papa nomeou-o bispo de Silves, regressando enfim à Península Ibérica. Envolveu-se em conflito com o rei português D. Afonso IV, por não o apoiar na guerra que este declarara ao monarca castelhano Afonso XI, bem como por não concordar com os impostos extraordinários lançados sobre os bens eclesiásticos para poder manter o conflito. Chegou a ser atacado por sicários do rei, tendo fugido para Sevilha, cidade a partir da qual continuou a reger a sua diocese até à sua morte.

Obra[editar | editar código-fonte]

As três principais obras de Álvaro Pais são:

A sua obra marcou várias gerações, tendo o «Espelho de Reis» sido obra sempre presente nas bibliotecas dos reis de Portugal (sabendo-se que existiram vários exemplares nas de D. Duarte e D. Afonso V, tendo o primeiro inspirado-se em várias das suas teses para compor uma das suas mais famosas obras, o Leal Conselheiro).

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Precedido por
Pedro
Bispo de Silves
13331352
Sucedido por
Vasco
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