Gaumont

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Gaumont
Sociedade Anônima
Atividade Indústria cinematográfica
Fundação 1895 (129 anos)
Fundador(es) Léon Gaumont
Sede Neuilly-sur-Seine
 França
Pessoas-chave Léon Gaumont
Nicolas Seydoux
Empregados 173 (2011)[1]
Produtos Filmes
Programas de televisão
Distribuição
Divisões Les Cinémas Gaumont Pathé (34 %)
Subsidiárias Gaumont-Alphanim
Lucro € 26.7 milhões (2011)[1]
Faturamento € 119.5 million (2011)[1]
Website oficial www.gaumont.fr/,%20http://www.gaumont.net/

Gaumont é uma companhia francesa de produção cinematográfica, fundada em 1895 pelo engenheiro e inventor Léon Gaumont (1864-1946). É a companhia cinematográfica mais antiga do mundo a ainda estar em atividade, seguida pela também francesa Pathé, fundada em 1896, e pelos estúdios de cinema americanos Universal Pictures e Paramount Pictures, ambos fundados em 1912.[2] A Gaumont predominantemente co-produz, produz e distribui filmes (95% da receita de 2011 da Gaumont veio do setor de filmes).[3] No entanto, a empresa é cada vez mais uma produtora da séries de TV, com sua nova subsidiária americana, a Gaumont International Television.

História[editar | editar código-fonte]

Inicialmente lidando com aparelhos fotográficos, a companhia começou, a partir de 1897, a produzir pequenos filmes para promover sua câmera de projeção. Alice Guy Blaché, secretária de Léon Gaumont, se tornou a primeira diretora cinematográfica mulher da indústria cinematográfica. Entre 1905 e 1914, os Estúdios Cité Elgé (da pronúncia francesa normal das iniciais do fundador, L e G), localizados em La Villette, França, eram os maiores do mundo. A companhia fabricou seus próprios equipamentos e filmes de produção em massa até 1907. Louis Feuillade se tornou, então, o diretor artístico da Gaumont.

Louis Feuillade, que foi diretor artístico da Gaumont, no início do Século XX.
Cartaz de Fantômas, o primeiro seriado da Gaumont, em 1913, sob a direção de Louis Feuillade.

Com o estopim da Primeira Guerra Mundial, ele foi substituído por Léonce Perret, que continuou sua carreira nos Estados Unidos poucos anos mais tarde. A sede da companhia se encontra em Neuilly-sur-Seine.[4]

Entre alguns de seus filmes mais notáveis, estão os seriados de Louis Feuillade Fantômas (1913), Les Vampires (1915), Judex (1916), Tih Minh (1918); a série de comédia Onésime, estrelando Ernest Bourbon; o cômico Bébé, estrelando o jovem René Dary; e os documentários da Gaumont Actualities. Diretores como Abel Gance, Alfred Hitchcock, e o animador Émile Cohl trabalharam nesse estúdio durante certos períodos.

A Gaumont abriu sedes no exterior e adquiriu a cadeia de teatros Gaumont British, que, mais tarde, passaria a ser notável por produzir vários filmes do diretor Hitchcock, como The 39 Steps (1935) e The Lady Vanishes (1938). Ao lado de sua gigante competidora, a Pathé Frères, a Gaumont dominou a indústria europeia de filmes até o início da Primeira Guerra Mundial em 1914. A Gaumont também construiu os Estúdios Lime Grove.

Após perdas significantes para as produções americanas em termos de competição e espaço de mercado como resultado da guerra, a Gaumont começou a sofrer reversões com as alterações tecnológicas (o advento do som) e com a depressão financeira, mais tarde se unindo com a Franco-Film Aubert, na década de 1930.

Em 1975, o magnata da mídia e milionário Nicolas Seydoux se tornou proprietário das ações, com 60% a 70% dos votos.

Parcerias[editar | editar código-fonte]

Em 2 de fevereiro de 2000, Philippe Binant, gerente técnico do Digital Cinema Project da Gaumont, realizou a primeira projeção de cinema digital europeu,[5] com o protótipo do projetor da Texas Instruments.

Em 2000, a Gaumont desmembrou a divisão de cinema em uma joint-venture com a Pathé, que ficou conhecida como Les Cinémas Gaumont Pathé. A Gaumont possui uma participação de 34% na entidade que controla uma rede de cinema na França, Suíça e Países Baixos. Em 2011, este montante foi estimado em €214 milhões.[1] Em 2004, a Gaumont continuou seu envolvimento com a Pathé, numa outra joint-venture denominada Gaumont-Pathe Archives. A Gaumont detém 57,5% desta entidade que se estende a noticiários, documentários, e filmes mudos dos século XX e XXI.

Entre janeiro de 2004 e 2007, a companhia firmou uma parceira com a Sony para produzir e distribuir filmes em cinemas e em DVD no mundo todo. Juntas à Pathé, elas operam seus próprios cinemas pela França.

Gaumont ainda é uma companhia independente, e é reconhecida como uma das maiores produtoras (Léon, The Fifth Element) e distribuidoras de filmes na França.

A companhia também produziu shows de televisão, incluindo quatro séries animadas: Highlander: The Animated Series, Dragon Flyz e Sky Dances, além do popular Oggy and the Cockroaches.

Por muitos anos, a divisão de vídeo doméstico da Gaumont foi uma joint venture com a Sony Pictures Entertainment. Hoje, a Gaumont distribui seus filmes juntamente à Paramount Pictures na França.

Expansão[editar | editar código-fonte]

Em 2008, a Gaumont adquiriu o estúdio francês de animação Alphanim por €25 milhões, renomeando-os Gaumont-Alphanim.[6]

Em 16 de dezembro de 2010, a Gaumont adquiriu uma participação 37.48% no capital social da empresa Légende e suas subsidiárias por €6,6 milhões. Légende é uma produtora e distribuidora de filmes e séries de TV gerenciada por Alain Goldman. Em 2011, a Légende foi avaliada em €6,3 milhões.[7]

Em 2011, a Gaumont abriu sua divisão Gaumont International Television, em Los Angeles, EUA. Esta nova entidade está focada em programas de televisão de língua inglesa.

Em 2012, a Gaumont adquiriu a empresa de produção Nouvelles Editions de Films (NEF) por €3,1 milhões. A empresa foi previamente criada por Louis Malle. Como parte da aquisição, a Gaumont agora é proprietária da coleção inteira de Malle, incluindo Ascenseur pour l'échafaud, Atlantic City e Au revoir, les enfants.[8]

Em 2011, a Gaumont co-produziu e distribuiu Intouchables, que, com 19 milhões de espectadores, tornou-se o segundo filme francês de maior bilheteria de todos os tempos. O lançamento internacional de Intouchables foi bem sucedido, como acontecera com Harry Potter e Transporters na Alemanha.[9] Intouchables é a maior bilheteria de filme em língua estrangeira (qualquer idioma diferente do inglês), batendo o recorde anterior de 275 milhões pelo japonês Spirited Away. O filme foi um grande catalisador para a Gaumont aumentar no quarto trimestre de 2011 as vendas de cinema para €47,9 milhões, até 651% ano a ano.[10] O sucesso do filme reverteu uma perda de metade do ano de 2011 para um recorde de lucro anual €26 milhões.[1] Intouchables tem atualmente uma bilheteria de 361 milhões.[1]

Situação financeira atual[editar | editar código-fonte]

No primeiro semestre de 2012, a Gaumont teve um lucro de €7,7 milhões, revertendo a perda de €0,6 milhões do primeiro semestre de 2011. O lucro foi impulsionado por um aumento de 49%, atingindo €50,1 milhões. A empresa situou os efeitos continuados de Intouchables, que aumentou as receitas internacionais em 153%.[11]

A capitalização de mercado atual da Gaumont é €164 milhões.[12]

Dirigentes[editar | editar código-fonte]

  • Nicolas Seydoux,[13] presidente do Conselho de Supervisão.
  • Sidonie Dumas, diretora geral (filha de Nicolas Seydoux).
  • Christophe Riandée, vice-diretor .

Outros: Marie Seydoux, Thierry Dassault, Marc Tessier, Pénélope Tavernier, Antoine Gallimard, Michel Seydoux, Bertrand Siguier.

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Léon Gaumont escolheu a margarida como o logotipo da empresa, para prestar homenagem a sua mãe, cujo nome era Marguerite. Hoje, apesar das modificações regulares do desenho, a Margarida está sempre presente mesmo que seu significado já esteja esquecido.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  • Philippe Binant, Au cœur de la projection numérique, Actions, 29, 12-13, Kodak, Paris, 2007
  • Marie-Sophie Corcy, Jacques Malthete, Laurent Mannoni, Jean-Jacques Meusy, Les Premières Années de la société L. Gaumont et Cie, Afrhc, Bibliothèque du Film, Gaumont, Paris, 1999
  • François Garcon, Gaumont. Un siècle de cinéma, Gallimard, Paris, 1992
  • Philippe d'Hugues et Dominique Muller, Gaumont, 90 ans de cinéma, Editions Ramsay, Cinémathèque Française, Paris, 1986
  • Nicolas Seydoux, Cent ans de réflexions, Cent ans de cinéma, 6-15, Gaumont, Neuilly-sur-Seine, 1995

Ligações externas[editar | editar código-fonte]