Girolamo Maria Gotti

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Girolamo Maria Gotti
Cardeal da Santa Igreja Romana
Prefeito emérito da
Congregação para a Propagação da Fé
Info/Prelado da Igreja Católica
Atividade eclesiástica
Ordem Ordem dos Carmelitas Descalços
Diocese Diocese de Roma
Nomeação 29 de julho de 1902
Predecessor Mieczysław Halka Cardeal Ledóchowski
Sucessor Domenico Cardeal Serafini, O.S.B.
Mandato 1902 - 1916
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 20 de dezembro de 1856
por Raffaele Biale
Nomeação episcopal 22 de março de 1892
Ordenação episcopal 27 de março de 1892
por Lucido Maria Cardeal Parocchi
Nomeado arcebispo 22 de março de 1892
Cardinalato
Criação 29 de novembro de 1895
por Papa Leão XIII
Ordem Cardeal-presbítero
Título Santa Maria da Escada
Brasão
Dados pessoais
Nascimento Gênova
29 de março de 1834
Morte Reino de Itália Roma
19 de março de 1916 (81 anos)
Nome religioso Irmão Jerônimo Maria da Imaculada Conceição
Nome nascimento Antonio Giovanni Benedetto Gotti
Nacionalidade italiano
Progenitores Mãe: Caterina Schiappacasse
Pai: Filippo Gotti
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Dom Frei Girolamo Maria Gotti OCD (Gênova, Itália, 29 de março de 1834Roma, Itália, 19 de março de 1916), ou Jerônimo Maria Gotti (como ficou conhecido no Brasil), foi cardeal da Igreja Católica Apostólica Romana.

Foi papável durante o Conclave de 1903, sendo o oponente mais provável do secretário de estado do Papa Leão XIII, Mariano Rampolla. Apesar de ser o principal concorrente de Rampola nas primeiras votações, no fim, o cardeal Giuseppe Sarto foi eleito Papa Pio X. É de se notar que nunca houve um papa carmelita. De fato, Gotti foi o único cardeal carmelita a ser considerado um candidato sério ao papado desde que a ordem foi fundada há mais de oitocentos anos.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido Antonio Giovanni Benedetto, foi o segundo dos cinco filhos de Caterina Schiappacasse e Filippo Gotti, estivador natural de Bérgamo[1]. Um irmão seu, que era carregador no porto de Gênova, foi condenado por homicídio. Antonio foi batizado no dia seguinte ao de seu nascimento, e recebeu o sacramento do crisma em 14 de abril de 1846, aos doze anos[1].

Em 1849, entrou para a Ordem dos Carmelitas Descalços e, em 7 de novembro de 1850[1], recebeu o nome religioso de Girolamo Maria dell'Immacolata Concezione (Jerônimo Maria da Imaculada Conceição). Depois de sua profissão como religioso, um ano depois, completou seus estudos para o sacerdócio em 1856. Nas décadas seguintes, Gotti foi professor de filosofia e de teologia no mosteiro local[1]. Também lecionou matemática na academia naval local durante este período.

No Primeiro Concílio Vaticano, em 1870, foi assessor do padre superior de sua ordem e, em 1881, ele próprio foi eleito o superior da ordem (cargo em que se manteve até 1897). Foi conselheiro de várias congregações da Cúria Romana e examinador apostólico do clero romano durante a década de 1880. Em 1892, tornou-se arcebispo titular de Petra e núncio apostólico para o Brasil[1]. Durante sua estada neste país, o núncio foi o principal consagrante dos primeiros bispos das dioceses recém-criadas do Amazonas e de Campinas: D. José Lourenço da Costa Aguiar e D. João Batista Correia Néri. No consistório de 29 de novembro de 1895, foi promovido a cardeal pelo papa Leão.

Tornou-se prefeito da Congregação para os Bispos e Regulares, em 1896, mas foi transferido para a Congregação para a Evangelização dos Povos (Propaganda Fide) três anos depois. Considerado homem piedoso e sábio, quando a saúde do papa entrou em colapso, Gotti era frequentemente mencionado como seu provável sucessor, mesmo apesar de ser visto como muito diferente (mais pio e ascético) que Leão XIII[1].

No Conclave de 1903, quando ficou claro que Rampolla tinha muitos oponentes para ganhar os quarenta e dois votos para ser eleito, seus aliados se voltaram para o cardeal Sarto. Assim, Gotti não foi eleito papa, mesmo que alguns, notando a oposição a Rampolla antes da morte de Leão XIII, tivessem dito que sua vitória era provável.

No papado de Pio X, o cardeal Gotti continuou como prefeito da Propaganda Fide até sua morte. Embora tenha participado do Conclave de 1914, aos oitenta anos, foi desconsiderado como candidato devido à sua idade[1].

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Fulco Luigi Ruffo-Scilla
Arquiepiscopado
Arcebispo titular de Petra

18921895
Sucedido por
Pietro Gonzalez Carlo Duval, O.P.
Precedido por
Rocco Cocchia, O.F.M.Cap.

Internúncio apostólico no Brasil

18921895
Sucedido por
Giuseppe Macchi
Precedido por
Augusto Theodoli
Cardeal
Cardeal-presbítero de Santa Maria della Scalla

18951916
título pro hac vice
Sucedido por
Camillo Laurenti
Precedido por
Andreas Steinhuber, S.J.

Prefeito da Sagrada Congregação
de Indulgências e Relíquias Sagradas

18961899
Sucedido por
Domenico Ferrata
Precedido por
Serafino Vannutelli

Prefeito da Sagrada
Congregação para os Bispos e Regulares

18991902
Sucedido por
Angelo Di Pietro
Precedido por
Mieczysław Halka Ledóchowski

Prefeito da Sagrada
Congregação para a Propagação da Fé

19021916
Sucedido por
Domenico Serafini, O.S.B.