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Glotocídio

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Glotocídio é um termo que deriva da junção das palavras "gloto" [grego], referente a língua ou linguagem, e "cídio" [latim], referente a assassinato ou extermínio. O glotocídio remete à prática deliberada de erradicar ou suprimir uma língua ou conjunto de línguas e caracteriza-se como um fenômeno consequente do genocídio, no qual ocorre um processo de morte e extinção de uma língua.[1] Apesar de pouco mencionado, o fenômeno do glotocídio foi numeroso na história e muito potencializado nos processos de colonização. No caso do Brasil, por exemplo, sobreviveram apenas 20% das línguas que o país tinha em 1500, antes do período de colonização portuguesa.[2] É estimado que das mais de 1000 línguas faladas em 1500, cerca de apenas 170 sobreviveram até o início do século XXI, muitas, inclusive, em situação de desaparecimento.[3] Um dos casos mais conhecidos de glotocídio é a extinção da Língua geral amazônica, que teve origem a partir do genocídio dos povos indígenas em Belém e das políticas de imigração de portugueses para o Estado.[4]

  1. Argolo, Wagner (2013). «MIGRAÇÃO E GLOTOCÍDIO: O OCASO DE UMA LÍNGUA GERAL». Fórum Linguístico. 10 (2): 91-101. Consultado em 30 de julho de 2024
  2. Garcia, Maria Fernanda (8 de janeiro de 2024). «Brasil abriga apenas 20% das 1.175 línguas que tinha em 1500». Observatório do Terceiro Setor. Consultado em 30 de julho de 2024
  3. OLIVEIRA, Gilvan Müller (2000). «Brasileiro fala português: monolinguismo e preconceito lingüístico». In: Moura e Silva (Org.). O direito à fala – A questão do preconceito lingüístico. Florianópolis: Editora Insular, 2000. 127 p.
  4. Argolo, Wagner (2013). «MIGRAÇÃO E GLOTOCÍDIO: O OCASO DE UMA LÍNGUA GERAL». Fórum Linguístico. 10 (2): 91-101. Consultado em 30 de julho de 2024