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Godofredo Viana

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Godofredo Viana
Município do Brasil
Hino
Gentílico godofredense
Localização
Localização de Godofredo Viana no Maranhão
Localização de Godofredo Viana no Maranhão
Localização de Godofredo Viana no Maranhão
Godofredo Viana está localizado em: Brasil
Godofredo Viana
Localização de Godofredo Viana no Brasil
Mapa
Mapa de Godofredo Viana
Coordenadas 1° 24′ 10″ S, 45° 46′ 48″ O
País Brasil
Unidade federativa Maranhão
Municípios limítrofes Ao Norte, Oceano Atlântico, Leste Cândido Mendes, Oeste Luís Domingues e Sul Amapá do Maranhão.
Distância até a capital 206 km
História
Fundação 15 de novembro de 1965 (59 anos)
Administração
Prefeito(a) Márcio Heberte Viana Abreu[1] (PSB, 2025–2028)
Características geográficas
Área total [2] 667,325 km²
População total (IBGE/2010[3]) 11 464 hab.
Densidade 17,2 hab./km²
Clima Não disponível
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,604 médio
PIB (IBGE/2010[5]) R$ 107,798 mil
PIB per capita (IBGE/2010[5]) R$ 10,016
Sítio http://godofredoviana.ma.gov.br/ (Prefeitura)

Godofredo Viana é um município brasileiro do estado do Maranhão. Possui uma população de 10.635 habitantes (Censo 2010). Está localizado na microrregião do Gurupi, norte do Maranhão, na pré amazônia maranhense.

A história da exploração do ouro em Godofredo Viana, município situado no noroeste do Maranhão, remonta ao período colonial, muito antes da constituição do município como entidade política. Desde o século XVII, a região onde hoje se localiza Godofredo Viana já era alvo do interesse de colonizadores e missionários devido à presença de ouro nos leitos dos rios Gurupi, Piriá e seus afluentes.

Os primeiros indícios da existência de ouro na região aparecem no documento “Relação das Coisas do Maranhão”, escrito por Estácio da Silveira em 1624. No texto, há referência à riqueza mineral da floresta maranhense, especialmente ao ouro encontrado em rios pouco explorados ao norte do estado, incluindo áreas hoje compreendidas entre Godofredo Viana e a divisa com o Pará.[6]

Durante os séculos XVII e XVIII, a Companhia de Jesus instalou diversas missões na região do Gurupi, empregando indígenas catequizados em atividades produtivas, incluindo a extração artesanal de ouro. Há relatos históricos de pequenos garimpos sob influência jesuítica, embora muitas dessas atividades tenham sido conduzidas com discrição, uma vez que a Coroa portuguesa não autorizava a atuação direta de ordens religiosas na mineração. Mesmo assim, evidências sugerem que os jesuítas mantiveram lavras rudimentares nas margens do rio Gurupi e do rio Maracaçumé, valendo-se de bateias e escavações rasas para retirar o ouro aluvionar.[7]

No século XIX, com a expulsão dos jesuítas e a decadência dos garimpos coloniais, a exploração do ouro na região entrou em declínio. Contudo, o interesse ressurgiu no século XX com o avanço dos estudos geológicos. O primeiro levantamento técnico e acadêmico da região foi realizado por Pedro de Moura em 1936, no boletim Rio Gurupy, publicado pelo então Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil. Moura identificou formações rochosas ricas em minerais, além de veios de quartzo com ouro, caracterizando pela primeira vez o que hoje se conhece como o Cinturão Gurupi, importante província aurífera que abrange parte dos estados do Maranhão e Pará. [8][9]

A partir das décadas de 1970 e 1980, com o desenvolvimento de políticas minerais nacionais e a atuação da CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), a região voltou a ser investigada. Relatórios e mapas produzidos ao longo dos anos identificaram áreas com grande potencial de mineração, como Aurizona, hoje distrito de Godofredo Viana, onde foram descobertas reservas significativas de ouro. [10]

Essa retomada culminou, no início do século XXI, na implantação de mineração industrial no município, com destaque para a atuação de empresas multinacionais. Em 2010, foi inaugurada oficialmente a mina de ouro de Aurizona, operada atualmente pela Equinox Gold, representando uma das mais importantes jazidas auríferas do Brasil. A atividade impulsionou a economia local, mas também levantou preocupações socioambientais, como desmatamento, impactos sobre comunidades tradicionais e riscos de contaminação hídrica. [11]

A história do município teve sua origem com uma colonia agrícola, no caminho que ligava Turiaçu a Carutapera. O agricultor Gregório Correia tinha na localidade um grande plantio de laranjas, devido a isso o povoado passou a ser conhecido como Laranjal. Em 1969, o comércio local era representado por 31 estabelecimentos, em 1970 já possuía boa renda, apesar do pequeno movimento.

O povoado foi elevado a categoria de município e distrito pela lei estadual nº 2.374, de 9 de junho de 1964 do então Deputado Estadual João Jorge Filho. Desmembrando de Cândido Mendes, sua instalação aconteceu no dia 15 de novembro de 1965. O nome do lugar é uma homenagem prestada a Godofredo Mendes Viana, tribuno, político e jurista proeminente.

Em divisão territorial datada de 1 de janeiro de 1979, o município é constituído de 2 distritos: Godofredo Viana e Aurizona.[12]

A área de Godofredo Viana é de 725,707 quilômetros quadrados, o que o coloca na posição 136 dentre as 217 cidades do Maranhão.[13]

Dados Território
Área da unidade territorial [2024] 725,707 km²
Hierarquia urbana [2018] Centro Local
Região de Influência [2018] Carutapera - Centro de Zona B
Região intermediária [2024] Santa Inês - Bacabal
Região imediata [2024] Governador Nunes Freire
Mesorregião [2022] Oeste Maranhense
Microrregião [2022] Gurupi  

Fonte: IBGE[13]

Dados Meio Ambiente
Bioma predominante [2024] Amazônia  
Área urbanizada [2019] 2,25 km²  
Esgotamento sanitário adequado [2010] 25,1 %  
Arborização de vias públicas [2010] 93,5 %  
Urbanização de vias públicas [2010] 1,1 %
Sistema Costeiro-Marinho [2019] Pertence

Fonte: IBGE[13]

Educação

Em 2010, a taxa de escolarização de 6 a14 anos de idade de Godofredo Viana era de 96,9%. Comparando-se com outros municípios do estado do Maranhão, ficava na posição 100 de 217.[13]

Dados Educação
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade [2010] 96,9 %  
IDEB – Anos iniciais do ensino fundamental (Rede pública) [2023] 5,2  
IDEB – Anos finais do ensino fundamental (Rede pública) [2023] 5,0
Matrículas no ensino fundamental [2023] 1.657 matrículas  
Matrículas no ensino médio [2023] 367 matrículas  
Docentes no ensino fundamental [2023] 106 docentes  
Docentes no ensino médio [2023] 32 docentes  
Número de estabelecimentos de ensino fundamental [2023] 12 escolas
Número de estabelecimentos de ensino médio [2023] 1 escolas

Fonte: IBGE[13]

Economia

Em 2021, o PIB per capita do município era de R$ 219.655,83. Comparando-se com outros municípios do estado do Maranhão, ficava na posição 2 de 217.[13]

Dados Economia
PIB per capita [2021] 219.655,83 R$  
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) [2010] 0,604
Total de receitas brutas realizadas [2023] 111.960.372,32 R$  
Transferências correntes (Percentual em relação às receitas correntes brutas realizadas) [2023] 74,01 %  
Total de despesas brutas empenhadas [2023] 102.385.209,90 R$  

Fonte: IBGE[13]

Referências

  1. «Prefeito de Godofredo Viana (MA) toma posse nesta quarta (1º); veja lista de vereadores eleitos». G1. 31 de dezembro de 2024. Consultado em 19 de junho de 2025. Cópia arquivada em 15 de junho de 2025 
  2. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010. Cópia arquivada em 29 de setembro de 2004 
  3. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2010 
  4. «Relatório de Desenvolvimento Humano 2010». Human development report. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. OCLC 691258911. Consultado em 19 de junho de 2025. Cópia arquivada (PDF) em 19 de junho de 2025 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010. Cópia arquivada em 23 de dezembro de 2010 
  6. «Estácio da Silveira, Relação das Coisas do Maranhão, 1624.» (PDF). Cópia arquivada (PDF) em 15 de junho de 2025 
  7. Klein, Evandro Luiz (2004). «Klein, Evandro L. (2004), Evolução geológica pré-cambriana e aspectos da metalogênese do ouro no Cinturão Gurupi, tese de doutorado.». Consultado em 19 de junho de 2025. Cópia arquivada em 3 de abril de 2025 
  8. «Moura, Pedro de (1936), Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil.» (PDF) [ligação inativa] 
  9. «A RIQUEZA MINERAL DO BRASIL» (PDF). Consultado em 19 de junho de 2025. Cópia arquivada (PDF) em 19 de junho de 2025 
  10. Oliveira, José Farias de (1985). «Oliveira, José Farias de (1985), Projeto Ouro frente Gurupi no Estado do Maranhão, relatório técnico CPRM.». Consultado em 19 de junho de 2025. Cópia arquivada em 30 de abril de 2025 
  11. Miranda, Ana Luisa Albuquerque; Silva, Cassia Valente Costa; Leal, Mariana Untaler; Silva, Isabella Ferreira; Marota, Camily Vitória Moreira; Romano, Letycia de Freitas Barbosa; Mayer, Nicholas Joseph; Cupertino, Marli do Carmo (19 de abril de 2024). «Silva, Mariana C. et al. (2019), Mineração e seus impactos na Amazônia maranhense, Revista Brasileira de Estudos Ambientais, v. 25, n. 2.». REVISTA FOCO. pp. e4922. doi:10.54751/revistafoco.v17n4-107. Consultado em 19 de junho de 2025. Cópia arquivada em 29 de abril de 2025 
  12. «IBGE | Cidades | Maranhão | Godofredo Viana | Histórico». cod.ibge.gov.br. Consultado em 11 de abril de 2016 
  13. a b c d e f g «Godofredo Viana». cidades.ibge.gov.br. 2024. Consultado em 14 de junho de 2025. Cópia arquivada em 11 de janeiro de 2021 
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