Grade de comunhão

A grade de comunhão[1], também conhecido como grade de altar[2] ou teia (em Portugal)[2][3], ou ainda como comungatório[4], é uma barreira baixa e em alguns casos uma balaustrada, às vezes ornamentada e geralmente feita de pedra, madeira ou metal em alguma combinação, delimitando o presbitério numa igreja, [5][6] da nave e de outras partes onde está a congregação. Muitas vezes, tem um portão central ou uma lacuna que divide a linha em duas partes. As teias são uma característica muito comum, mas não universal, das igrejas católicas romanas, luteranas, anglicanas e metodistas.
A teia é um modesto substituto das barreiras que anteriormente demarcavam o presbitério, a área que contém o altar, que era reservada, com graus muito variados de rigor, para o clero oficiante, incluindo os acólitos. Embora tenha surgido apenas após a Reforma Protestante, foi considerado conveniente tanto pelas igrejas católicas romanas quanto pelas igrejas protestantes mais tradicionais, como as igrejas luterana, anglicana e metodista. Após o Concílio Vaticano II, várias igrejas católicas romanas removeram as suas teias, que caíram em desuso; por outro lado, as igrejas luteranas continuam a ter as teias onde os comungantes recebem a Eucaristia . [7]
Para os presbitérios sem corrimão de altar, em alguns casos, um corrimão portátil com genuflexório acoplado é usado para aqueles que desejam se ajoelhar para receber a Eucaristia.

Igreja Católica
[editar | editar código]Igrejas católicas recém-construídas raramente têm grades de altar, que antigamente eram comuns em igrejas paroquiais, sendo as do final do século XIX particularmente decorativas. Os comungantes se ajoelhavam junto às grades para receber a Eucaristia de um padre. Após o Concílio Vaticano II, muitas paróquias removeram as grades de altar, e surgiu uma ideia infundada de que o concílio ou a Santa Sé havia ordenado a mudança.[8]

Alguns católicos e muitos arquitetos e planejadores criticaram, muitas vezes por motivos litúrgicos, históricos e estéticos, algumas remoções. Enquanto em algumas nações a Igreja Católica Romana adotou uma abordagem minimalista em relação à remoção das grades de altar, em outros países, por exemplo na Irlanda, quase todas os restauros eliminaram as grades de altar. Muitos católicos resistiram às mudanças: alguns tomaram medidas legais para tentar impedir a remoção das grades de altar e de outras características tradicionais em presbitérios anteriores ao Vaticano II.[9][10]
Nem todos os católicos apoiaram as mudanças nos presbitérios. Alguns contestaram a crença de que as grades de altar eram uma barreira, alegando que muitas igrejas eram capazes de permitir a participação plena dos leigos na forma ordinária sem remover as grades de altar. Nos últimos tempos, uma série de restaurações de igrejas históricas reintroduziram grades de altar, uma vez que a ideia de que o Vaticano II exigiu a sua remoção é um equívoco.[9][10]
A Instrução Geral do Missal Romano afirma que "convém que [o presbitério] se distinga do todo da igreja por alguma elevação ou por especial estrutura e ornato."[11]
Referências
- ↑ MONTANARI, Thais Cristina. A decoração da Capela de São Miguel Arcanjo em São Miguel Paulista (SP). Estudos Avançados, São Paulo, v. 35, n. 102, p. 247-262, maio/ago. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2021.35102.015. Acesso em: 21 out 2025
- ↑ a b THESAURUS | VOCABULÁRIO DE OBJECTOS DE CULTO CATÓLICO. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa. 2004. p. 30
- ↑ S.A, Priberam Informática. «teia». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 22 de outubro de 2025
- ↑ S.A, Priberam Informática. «comungatório». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 22 de outubro de 2025
- ↑ «The Key Furnishings in the Chancel». United Methodist Church. Consultado em 27 de março de 2010
- ↑ Spencer, Susanna (5 de maio de 2017). «The Deeper Meaning of Receiving at the Altar Rail» (em inglês). National Catholic Register. Consultado em 8 de maio de 2017
- ↑ Kieckhefer, Richard (8 de abril de 2004). Theology in Stone: Church Architecture From Byzantium to Berkeley (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-515466-5
- ↑ P, Aidan Nichols O. (22 de abril de 2016). Lost in Wonder: Essays on Liturgy and the Arts (em inglês). [S.l.]: Routledge. p. 64. Consultado em 22 de outubro de 2025
- ↑ a b «Restored and Renovated St. Joseph Cathedral, Sioux Falls, Opened»
- ↑ a b «Follow-Up on a Recent Restoration in Chattanooga, Tennessee»
- ↑ MISSAL ROMANO. Tradução portuguesa para o Brasil: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. 3. ed. Brasília: Edições CNBB, 2023. p. 51-52.