Gregório Ptéroto

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Gregório Ptéroto (em grego: Γρηγόριος Πτερωτός; romaniz.:Gregórios Pterotós) foi um general e parente do imperador Leão V, o Armênio (r. 813–820), que tomou parte na rebelião de Tomás, o Eslavo contra o assassino de Leão, Miguel II, o Amoriano (r. 820–829).

Vida[editar | editar código-fonte]

Um parente (possivelmente sobrinho) de Leão V, o Armênio, Gregório serviu como estratego (general e governador militar dum tema) sob Leão, mas nenhuma das fontes principais (Genésio, Teófanes Continuado, João Escilitzes) mencionam os detalhes.[1] O historiador Gustave Schlumberger identifica-o com o estratego da Macedônia conhecido através dum selo contemporâneo,[2] enquanto Warren Treadgold sugeriu que Gregório pode ter servido como conde do Tema Opsiciano, que era o tema asiático mais próximo de Constantinopla e portanto de importância particular para a estabilidade do regime.[3]

No natal de 820, Leão foi assassinado pelos apoiantes de seu antigo amigo, Miguel, o Amoriano, que sucedeu-o no trono.[4] Quando apresentou-se ao novo imperador para jurar sua lealdade, alguns dias depois, Gregório tomado pela emoção e começou a injuriar Miguel pelos atos de seus apoiantes, implicando seu próprio envolvimento. Miguel inicialmente pareceu interessado na conciliação, e mesmo disse que entendia os sentimentos de Gregório, mas dois dias depois, o último foi preso e exilado na ilha de Esquiro no mar Egeu central.[5] Ele foi logo libertado pelos apoiantes de Tomás, o Eslavo, que havia se revoltado contra Miguel e havia reunido muitos dos temas asiáticos para seu lado. Gregório prontamente uniu-se à revolta de Tomás, e foi confiado com o comando de mais de 10 000 tropas.[2][6]

Gregório comandou a tropa de Tomás nos assaltos à Constantinopla, tentando sem sucesso escalar os muros marítimos da cidade junto do Corno de Ouro: no primeiro assalto, em dezembro de 821, a frota foi prejudicada pelo clima, mas no segundo assalto na primavera de 822, a frota foi decisivamente derrotada pela frota imperial leal a Miguel.[7] Esse revés desmoralizou os apoiantes de Tomás, e foi especialmente danoso para Gregório como o primeiro comandante naval. Além disso, Miguel reteve sua esposa e filhos como reféns em Constantinopla, de modo que Gregório contactou-se com o imperador e decidiu desertar Tomás junto de um pequeno grupo de apoiantes leais. Ele deixou o campo rebelde e dirigiu-se para oeste, enviando um monge para informar Miguel de sua deserção, mas o monge falhou em contornar o bloqueio e alcançar a capital. Ao saber de sua deserção, Tomás reagiu rapidamente: seguindo Gregório com um destacamento seleto, derrotou suas tropas, matando-o.[2][8]

Referências

  1. Winkelmann 2000, p. 86–87.
  2. a b c Winkelmann 2000, p. 86; 100.
  3. Treadgold 1988, p. 222, 227.
  4. Treadgold 1988, p. 223–225.
  5. Treadgold 1988, p. 227.
  6. Treadgold 1988, p. 235.
  7. Treadgold 1988, p. 237–239.
  8. Treadgold 1988, p. 239.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Treadgold, Warren T. (1988). The Byzantine Revival, 780–842. Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0-8047-1896-2 
  • Winkelmann, Friedhelm; Lilie, Ralph-Johannes et al. (2008). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit: I. Abteilung (641–867), 3. Band (em alemão). Berlim: Walter de Gruyter. ISBN 3-11-016673-9