Mover Participações
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Mover Participações | |
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Razão social | Mover Participações S.A. |
Nome(s) anterior(es) | Camargo Corrêa S.A. |
Empresa de capital fechado | |
Atividade | |
Gênero | Privada |
Fundação | 27 de março de 1939 |
Fundador(es) |
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Sede | São Paulo, SP, Brasil |
Presidente | Vitor Hallack |
Empregados | 65.000 (2013) |
Produtos |
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Subsidiárias |
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Lucro | ![]() |
LAJIR | ![]() |
Faturamento | ![]() |
Website oficial | moverpar |
Mover Participações (previamente Grupo Camargo Corrêa)[2] é um conglomerado de capital fechado, administrado pela holding Mover Participações S.A., de capital fechado e controle familiar.[1]pg.11, com sede na cidade de São Paulo, que tem atuação em setores fundamentais da economia: engenharia e construção, cimento, concessões de transporte e mobilidade urbana, indústria naval e offshore e incorporação imobiliária.[1] pg.20 [nota 1] [nota 2]
O presidente do conselho de administração é Vitor Hallack.[1]pg.64
História[editar | editar código-fonte]
O início do grupo foi em 27 de março de 1939 na cidade de São Paulo, capital do estado de mesmo nome, com a fundação de uma construtora, cuja razão social era Camargo, Corrêa & Companhia Limitada – Engenheiros e Construtores.
Os sócios fundadores foram Sebastião Camargo, Sylvio Brand Corrêa e Mauro Marcondes Calasans. A sede era na rua Xavier de Toledo, centro da capital paulista e o investimento inicial aplicado foi de 200 contos de réis.[3]
Ao longo da sua trajetória, o grupo se diversificou em várias áreas de negócios, incluindo obras de infraestrutura no Brasil e no exterior: A empresa cresceu no ramo de engenharia e construção, principalmente entre 1968 e 1973, período conhecido como do "milagre econômico brasileiro", tornando-se um grupo diversificado. [carece de fontes]
Barragem de Campos Novos[editar | editar código-fonte]
O grupo também participou do consórcio (Engevix Engenharia e GE-Andritz Hydro & Inepar do Brasil[4][5] responsável pela construção da Barragem de Campos Novos, em Santa Catarina que desmoronou em junho de 2006[6][7] causando extensos danos a região, tanto ambientalmente quanto para os moradores. O prejuízo foi estimado em aproximadamente 1 bilhão.[8]
Investigações da Operação Castelo de Areia[editar | editar código-fonte]

Em março de 2009, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Castelo de Areia, que investigou indícios de crimes financeiros praticados pela construtora.[9][10]
As investigações da PF apontaram para doações ilegais a sete partidos: PSDB, PSD, PSB, PDT, DEM, PP e o PMDB do Pará.[11][12] O DEM, PPS e PSDB negaram ter recebido doações ilegais da construtora.
Em 1 de dezembro de 2009 o Ministério Público Federal (MPF) indiciou Fernando Botelho, vice-presidente da empresa e mais dois diretores do grupo por crime de corrupção, fraude, falsidade ideológica, sonegação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.[13]
Em janeiro de 2010, a justiça autorizou a PF a abrir 19 inquéritos para apurar atos de corrupção ativa e passiva envolvendo o grupo, órgãos, agentes públicos e obras, dentre as quais o Rodoanel Mário Covas e a Linha 4 do Metrô de São Paulo.[14]
Em 5 de abril de 2011, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que as escutas telefônicas e apreensão de documentos não tinham validade legal, pois foram autorizadas com base em uma única denúncia anônima,[15][16] sem investigação preliminar ou indício de irregularidades, o que afrontava a garantia dos direitos individuais estabelecidos na Constituição Federal. Esta decisão na prática encerrou os atos jurídicos decorrentes da operação.
2013[editar | editar código-fonte]
Em 2013, atuava em 20 estados brasileiros e em 22 países, encerrando o ano com 65 mil funcionários.[1] pg.11 Suas áreas de atuação naquele ano eram: engenharia e construção, incorporação, naval, cimento, vestuário e calçados, concessões de transporte e energia e outros (menos que 1% da receita) como o de agropecuária.[1] pg.20[nota 1][nota 2]
Com a morte em 20 de abril de 2013, da viúva de Sebastião Camargo, Dirce Navarro de Camargo, que estava no controle do grupo, este passou a ser controlado pelas filhas do casal, Renata de Camargo Nascimento, Regina Camargo Pires Oliveira Dias e Rosana Camargo de Arruda Botelho, representadas pelos maridos de Renata e Regina, respectivamente Luiz Roberto Ortiz Nascimento e Carlos Pires Oliveira Dias. O marido de Rosana, Fernando de Arruda Botelho, faleceu em 13 de abril de 2012 em um acidente aéreo na cidade de Itirapina, interior do estado de São Paulo.[17] Ele já havia ocupado o cargo de vice-presidente do grupo e se afastou do cargo, indicando o americano Albrecht Curt Reuter-Domenech no seu lugar.
Investigações da Operação Lava Jato[editar | editar código-fonte]

A construtora Camargo Correa também se tornou alvo da Operação Lava Jato da PF, que apura um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo a estatal Petrobras.[18] Deflagrada em 17 de março de 2014, a operação desmontou um esquema que, segundo as autoridades policiais, movimentou mais de 10 bilhões de reais (podendo passar de R$20 bi, de acordo com a força-tarefa do MPF). Em novembro de 2014, durante a 7ª fase da operação, batizada de Juízo Final, a 13ª vara da Justiça Federal de Curitiba emitiu uma série de mandados de prisão temporária e preventiva, busca e apreensão e de condução coercitiva de pessoas investigadas. Foi expedido um mandado de prisão preventiva para Eduardo Hermelino Leite, diretor vice presidente da Camargo Correa S.A. A justiça ainda expediu um mandado de prisão temporária de cinco dias para João Ricardo Auler, presidente do conselho de administração da Construções e Comércio Camargo Correa S.A e Dalton dos Santos Avancini, diretor presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações S.A. Ainda foi realizada uma condução coercitiva para Edmundo Trujillo, Diretor do Consórcio Nacional Camargo Correa.[19]
Desempenho financeiro[editar | editar código-fonte]
Receita líquida (em R$ milhões) | ||||||||||
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2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 |
10 484 | 13 167 | 16 183 | 17 937 | 17 304 | 23 372 | 25 821 | 26 000 | 21 500 | 9 000 | 10 400 |
Em 2013, os principais negócios do Grupo - cimentos, engenharia e construção, concessões de energia e vestuário/calçados - representaram 79% da receita líquida. O setor de cimentos foi o de melhor desempenho, representando 29,1%.[nota 1][nota 2]
Participação na receita líquida do Grupo em 2013 de cada um desses principais negócios:
Negócio | Participação |
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Cimento | 29,1% |
Engª e construção | 22,8% |
Concess.de energia[nota 2] | 13,8% |
Vest. e calçados[nota 1] | 13,3% |
Fonte: Relatório anual 2013.[1] pg.20
Áreas de atuação[editar | editar código-fonte]
Cimento[editar | editar código-fonte]
A InterCement Participações S.A. estava em 2013 entre os dez maiores produtores mundiais do setor, com quarenta unidades de produção em oito países, na América do Sul, Europa e África, sendo a unidade de negócio com maior participação na receita líquida do grupo.
A capacidade instalada naquele ano era de 46 milhões de toneladas/ano, comercializando, além de cimento, concreto e argamassas especiais. Seus mercados, além do Brasil, estavam também na Argentina, Portugal, Moçambique, Cabo Verde, Paraguai, África do Sul e Egito. Os principais mercados, além do Brasil, cuja participação em 2013 era de quase 20% (marcas Cauê e Cimpor), com 16 unidades de produção, estavam na Argentina, com participação de 46% (marca Loma Negra) e nove fábricas, no Paraguai, segundo maior produtor do país, com 30% de participação (marca Yguazú Cementos) e Portugal, onde encerrou aquele ano com 55% de participação (marca Cimpor), contando com cinco unidades de produção.
Em 2013, a InterCement comercializou 28,4 milhões de toneladas de cimento, 19% a mais que em 2012, resultando em receita líquida de R$ 7,526 bilhões, evolução de 7,6%.[1] pg.24
Concessões de transportes[editar | editar código-fonte]
A Camargo Corrêa Investimentos Infraestrutura participa do bloco de controle da CCR S.A., o maior grupo privado de operação de infraestrutura de transporte na América Latina na área de rodovias, de transportes, como o Aeroporto de Juan Santamaria, em San José, na Costa Rica, de Quito e Curaçao. No final de 2012, a CCR administrava 2.438 quilômetros de rodovias nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. A empresa também é a operadora da Linha Quatro do Metrô de São Paulo, que transportou 170 milhões de passageiros em 2012. A CCR tem 11.019 funcionários.[1] pg.32
Engenharia e construção civil[editar | editar código-fonte]
Nesse setor, o grupo é líder na construção de hidrelétricas com projetos na América do Sul e África. No Brasil, a companhia foi contratada para as obras de construção das hidrelétricas de Jirau, Belo Monte, Ituango e Batalha. Também participa da construção de linhas de metrô. refinarias, pontes, sistemas de abastecimento de água. Essa área emprega 25.134 pessoas.[1] pg.36
Incorporação[editar | editar código-fonte]
A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI)[20] atua na incorporação de imóveis residenciais e comerciais e também no segmento da classe média emergente com a subsidiária HM Engenharia.[1] pg.44
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Duas empresas são destaque nessa área de atuação do grupo. O Estaleiro Atlântico Sul localizado no município de Ipojuca, no estado de Pernambuco, que hoje é a maior empresa de construção naval do hemisfério sul; e da Quip S.A., especializada em implantar projetos de plataformas de petróleo offshore.[1] pg.48
Participações acionárias[editar | editar código-fonte]
- Construção e Comércio Camargo Corrêa (1939): 100%
- Camargo Corrêa Equipamentos e Sistemas (1979): 100%
- InterCement (1967): 100%
- Loma Negra (1926): 99,46%
- Camargo Corrêa Energia (1997): 100%
- Camargo Corrêa Transportes (1998): 100%
- Ferrosur Roca (1993): 80%
- Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (1996): 65,49%
- Arrossensal Agropecuária e Industrial (1965): 100%
- Cauê Cimentos S.A. 99,88%
- Yguazú Cementos S.A. 35%
- Estaleiro Atlântico Sul: 49,5%
- CCR 17%
- Unimar Transportes Coletivos LTDA
Antigas áreas de atuação[editar | editar código-fonte]
- Siderurgia, gestão ambiental e aeroportuário — Em 2011, o grupo vendeu suas participações nos setores de siderurgia, gestão ambiental e aeroportuário.[21]
- Vestuário e calçados — Em 23 de novembro de 2015 o grupo vendeu o controle da Alpargatas S.A., dona de marcas como Havaianas, Osklen, Mizuno, Timberland e Dupé, para a J&F Investimentos, dona da companhia de alimentos JBS, por 2,667 bilhões de reais, o que representa o preço de R$ 12,85 por ação.[22]
- Concessões de energia — Em 2017, o grupo vendeu sua participação na CPFL Energia para a chinesa State Grid Corporation.[23]
Notas
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n «Relatório anual 2013». Mover Participações. 21 de abril de 2015. Arquivado do original (pdf) em 10 de maio de 2015
- ↑ Jardim, Lauro (11 de janeiro de 2021). «Depois da Camargo e da Odebrecht, agora é a OAS que muda de nome». O Globo. Consultado em 12 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 11 de janeiro de 2021
- ↑ «Camargo Corrêa_História (1909-1949)». Grupo Camargo Corrêa. Consultado em 20 de setembro de 2013. Arquivado do original em 4 de outubro de 2013
- ↑ Grupo Inepar. «Fev/2012-Linha do Tempo – Histórico das Organizações INEPAR». Consultado em 15 de Fevereiro de 2013
- ↑ «Andritz Hydro Brasil Ltda, São Paulo, Brasil». Andritz Hydro. Consultado em 15 de fevereiro de 2013
- ↑ «Acidentes em Barragens Brasileiras - Barragem de Campos Novos» (pdf). CBDP. Consultado em 15 de fevereiro de 2013
- ↑ «Comitê Brasileiro de Barragens». CBDP. Consultado em 15 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 18 de janeiro de 2008
- ↑ «Campos Novos: R$ 1 bilhão rio abaixo». Consciencia.net. 27 de junho de 2006. Consultado em 15 de fevereiro de 2013
- ↑ «PF realiza operação contra crimes financeiros na Camargo Corrêa». Folha de S.Paulo. 25 de março de 2009. Consultado em 10 de fevereiro de 2013
- ↑ «Justiça nega pedido para anular ação penal da Operação Castelo de Areia». Correio Brasiliense. 2 de dezembro de 2009. Consultado em 10 de fevereiro de 2013
- ↑ «Justiça cita 7 partidos que teriam recebido doações da Camargo Corrêa». O Globo. 25 de março de 2009. Consultado em 10 de fevereiro de 2013
- ↑ «Investigações apontam que Camargo Corrêa fez doações ilegais a sete partidos». Folha de S. Paulo. 25 de março de 2009. Consultado em 10 de fevereiro de 2013
- ↑ «Justiça nega pedido para anular ação penal da Operação Castelo de Areia». Correio Braziliense. 2 de dezembro de 2009. Consultado em 10 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 5 de dezembro de 2009
- ↑ «PF abrirá 19 inquéritos na Castelo de Areia». Folha de S. Paulo. 14 de janeiro de 2010. Consultado em 10 de fevereiro de 2013
- ↑ «STJ derruba Castelo de Areia». O Estado de S. Paulo. 7 de abril de 2011. Consultado em 10 de fevereiro de 2013
- ↑ «Castelo de Areia: autorização de escutas telefônicas apenas com base em denúncia anônima é ilegal». Superior Tribunal de Justiça. 5 de abril de 2011. Consultado em 10 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 13 de maio de 2012
- ↑ «Fernando de Arruda Botelho, da Camargo Corrêa, morre em acidente de avião». Exame. 13 de abril de 2012. Consultado em 10 de fevereiro de 2013
- ↑ «Entenda a operação Lava Jato». G1. 14 de abril de 2014. Consultado em 1 de dezembro de 2014
- ↑ Vieira, André Guilherme (14 de novembro de 2014). «Lista de mandados de prisão da Operação Lava-Jato». Valor Econômico. Consultado em 1 de dezembro de 2014
- ↑ «Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário». Mover Participações. Consultado em 12 de fevereiro de 2013
- ↑ «Relatório Anual 2011» (PDF). Mover Participações. Consultado em 19 de agosto de 2014(pg.9)
- ↑ «Controladora da JBS compra a Alpargatas por R$ 2,667 bi». O Globo. 23 de novembro de 2015. Consultado em 23 de novembro de 2015
- ↑ [1]