Grupo de Solidariedade aos Trabalhadores de Jasic

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Grupo de Solidariedade aos Trabalhadores de Jasic (Chinês: 佳士工人声援团) foi um movimento trabalhista liderado por estudantes na cidade de Huizhou, Guangdong em 2018, para protestar contra as condições de trabalho dos trabalhadores de fábrica da JASIC International, um fabricante de máquinas de soldagem.[1][2] O grupo de estudantes e trabalhadores descontentes buscou formar legalmente um sindicato. Seus esforços foram, apesar dos sinais iniciais de apoio, rejeitados pela Federação de Sindicatos de Toda a China, que raramente se envolve em negociações coletivas e foi descrita como 'ineficaz na representação dos trabalhadores'.[3] Os sindicatos na China são legais apenas se estiverem sob a FSTC. Portanto, a oposição da Federação constituiu uma desculpa legal para a supressão dos sindicalistas do JASIC e seus aliados estudantes.[4] O movimento consistia principalmente de estudantes de esquerda da Universidade de Pequim e foi caracterizado como maoísta,[5] feminista[6] e socialista.

História[editar | editar código-fonte]

Em janeiro de 2018, o movimento Me Too, inicialmente americano, começou a ganhar popularidade nos círculos acadêmicos chineses.[7][8] Yue Xin, uma estudante da Universidade de Pequim, começou uma campanha contra o professor Shen Yang por causa de acusações de estupro e má conduta sexual em 1998, que levaram ao suicídio de uma estudante.[9][10][11][12][13]

Em setembro de 2018, os trabalhadores da fábrica da JASIC em Huizhou, Guangdong, tentaram formar um sindicato em protesto contra as más condições de trabalho e salários inadequados. A notícia dos protestos dos trabalhadores se espalhou pelas redes sociais chinesas, levando um grupo de quarenta estudantes a viajar a Huizhou para protestar em solidariedade aos trabalhadores. Membros do grupo se caracterizam como marxistas e maoístas.[5][14][15][16][17][18]

Membros[editar | editar código-fonte]

  • Yue Xin: ativista #MeToo na Universidade de Pequim
  • Zhang Shengye
  • Chen Kexin
  • Zhang Yunfan: ativista marxista
  • Liu Penghua: Um dos quatro funcionários da Jasic que tentou formar um sindicato.[19]
  • Li Zhan: Ex-funcionário da Jasic que apoiava a sindicalização[20]
  • Mi Jiuping: "Trabalhador-Poeta" e uma dos princípais organizadores do JASIC.[21]
  • Yu Juncong: funcionário da Jasic que apoiou a sindicalização e autor da primeira carta aberta à Jasic Technology.[22]

Reações[editar | editar código-fonte]

A Universidade Cornell anunciou que não mais cooperaria com a Universidade Renmin da China após a repressão aos ativistas estudantis.[5] A organização de direitos humanos Amnistia Internacional divulgou uma declaração condenando a repressão dos trabalhadores em greve e a detenção de activistas estudantis.[23]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Two Chinese trade union officials arrested after helping workers: source» (em inglês). Consultado em 9 de dezembro de 2018 
  2. «Young Activists Go Missing in China, Raising Fears of Crackdown» (em inglês). Consultado em 20 de novembro de 2018 
  3. «Effort to Form Union in China Meets Ferocious Repression» (em inglês). Consultado em 9 de dezembro de 2018 
  4. «China: JASIC workers' struggle reveals rising class tensions» (em inglês). Consultado em 9 de dezembro de 2018 
  5. a b c «China's Leaders Confront an Unlikely Foe: Ardent Young Communists» (em inglês). Consultado em 20 de novembro de 2018 
  6. «Opinion | The Price of Saying 'Me Too' in China» (em inglês). Consultado em 20 de novembro de 2018 
  7. «Students Defiant as Chinese University Warns #MeToo Activist» (em inglês). Consultado em 20 de novembro de 2018 
  8. «'Me Too,' Chinese Women Say. Not So Fast, Say the Censors.» (em inglês). Consultado em 20 de novembro de 2018 
  9. Kuo, Lily (24 de abril de 2018). «Student says Peking University trying to silence her over rape claim petition». The Guardian (em inglês). Consultado em 20 de novembro de 2018 
  10. «深圳佳士维权: 中国社媒审查与致习公开信». BBC News 中文 (em inglês). 23 de agosto de 2018. Consultado em 1 de janeiro de 2019 
  11. Lau, Mimi (10 de agosto de 2018). «Chinese Maoists join students in fight for workers' rights». South China Morning Post (em inglês). South China Morning Post. Consultado em 31 de dezembro de 2018 
  12. 苒苒 (28 de dezembro de 2018). «高压下崛起的中国左翼青年». BBC News 中文. Consultado em 1 de janeiro de 2019 
  13. 潘毅 (17 de agosto de 2018). «观点:深圳佳士工人维权的两大意义». BBC News 中文 (em inglês). Consultado em 1 de janeiro de 2019 
  14. «International News: Latest Headlines, Video and Photographs from Around the World -- People, Places, Crisis, Conflict, Culture, Change, Analysis and Trends». ABC News 
  15. «Police raid student group as support for Shenzhen Jasic workers grows». China Labour Bulletin. 24 de agosto de 2018 
  16. Chen, Michelle (4 de setembro de 2018). «China's Workers Aren't Fighting a Trade War—They're Fighting a Labor War». The Nation – via www.thenation.com 
  17. Contributor, Guest (1 de setembro de 2018). «Shenzhen Jasic Technology: the birth of a worker-student coalition in China?» 
  18. Hioe, Brian (31 de julho de 2018). «Dozens Arrested After Worker Protests In Shenzhen». New Bloom Magazine 
  19. «Jasic Detainee #4: Liu Penghua: We Need a Union, Not Just Rights Defense - Labor Notes». labornotes.org. 26 de novembro de 2018 
  20. «Jasic Detainee #2: Li Zhan: Standing with Workers through Thick and Thin - Labor Notes». www.labornotes.org. 18 de novembro de 2018 
  21. «Jasic Detainee #1: The Story of Worker-Poet Mi Jiuping - Labor Notes». www.labornotes.org. 5 de novembro de 2018 
  22. «Jasic Detainee #3: The Story of Yu Juncong: Always Standing Against Injustice - Labor Notes». labornotes.org. 19 de novembro de 2018 
  23. «China: Thirty people detained at factory worker protest must be released». www.amnesty.org