Grupo etnográfico
Um grupo etnográfico é um grupo cujos traços culturais o fazem se destacar do grupo étnico maior - do qual faz parte.[1] Segue-se que os membros de um grupo etnográfico também se consideram membros do grupo étnico maior, com o qual compartilham uma consciência coletiva, apesar de certas características distintas do grupo maior.[1][2] Depreende-se que os grupos etnográficos sejam significativamente assimilados ao grupo étnico maior do qual fazem parte, embora mantenham traços culturais distintivos, em termos de linguagem, religião, costumes e outros. [3][4]
O conceito de grupo etnográfico é raramente encontrado em trabalhos acadêmicos ocidentais mas ocorre em estudos etnográficos a partir do final do século XX, na antiga União Soviética e nos países do então chamado Bloco do Leste. [1][3] O conceito foi usado, por exemplo, em obras de etnógrafos búlgaros,[1] georgianos,[3] húngaros[5] e poloneses.[4]
O historiador Paul Robert Magocsi (n. 1945), professor catedrático de Estudos Ucranianos da Universidade de Toronto,[6] descreveu o conceito de grupo etnográfico como intimamente relacionado ao de grupo étnico.[7] Um exemplo de grupos etnográficos seriam os resultantes da divisão do grupo étnico ruteno subcarpático, em lemkos, boykos e hutsuls.[7] Outros grupos também descritos por estudiosos como grupos etnográficos incluem os pomaks, na Bulgária;[1] os tártaros de Lipka, na Polônia;[8] os adjarianos e queusúrios, na Geórgia;[9] os feilis, no Iraque e no Irã. [10][11]
Entretanto, alguns estudiosos utilizam ambos os conceitos - grupo etnográfico e grupo étnico - como sinônimos,[12][13] rejeitando a distinção entre ambos.[14][15]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e Máiréad Nic Craith; Reinhard Johler; Professor Ullrich Kockel (28 de novembro de 2012). Everyday Culture in Europe: Approaches and Methodologies. [S.l.]: Ashgate Publishing, Ltd. pp. 90–91. ISBN 978-1-4094-8780-7
- ↑ Wojciech Janicki, pdf The distribution and significance of Tatar ethnic group in Poland
- ↑ a b c Florian Mühlfried (1º de maio de 2014). Being a State and States of Being in Highland Georgia. [S.l.]: Berghahn Books. p. 38. ISBN 978-1-78238-297-3
- ↑ a b {Marek S. Szczepański (1º de janeiro de 1997). Ethnic Minorities & Ethnic Majority: Sociological Studies of Ethnic Relations in Poland. [S.l.]: Wydawn. Uniwersytetu Śląskiego. p. 10. ISBN 978-83-226-0742-8
- ↑ Balázs Borsos (2016). The Regional Structure of Hungarian Folk Culture. [S.l.]: Waxmann Verlag GmbH. p. 34. ISBN 978-3-8309-8443-6
- ↑ Paul Robert Magocsi. Professor Chair, Ukrainian Studies. Biography. University of Toronto.
- ↑ a b Paul R. Magocsi (1978). Shaping of a National Identity: Subcarpathian Rus' 1848-1948. [S.l.]: Harvard University Press. p. 2. ISBN 978-0-674-80579-8
- ↑ Wojciech Janicki, The distribution and significance of Tatar ethnic group in Poland
- ↑ Florian Mühlfried (1º de maio de 2014). Being a State and States of Being in Highland Georgia. [S.l.]: Berghahn Books. p. 38. ISBN 978-1-78238-297-3
- ↑ Salah, Sinaa. «The Feyli Kurds in Iraq: A Geopolitical Crisis with Complex Identity Consequences». cfri-irak.com (em inglês)
- ↑ «2.15.9. Fayli Kurds». European Union Agency for Asylum (em inglês)
- ↑ SZCZEPAŃSKI, MAREK S. (1998). «Cultural Borderlands in Sociological Percpective (The Case of Upper Silesia)». Polish Sociological Review (121): 69-82. JSTOR 41274675
- ↑ Jacek Wódz (1999). Local power and modern community political life: sociological essays. [S.l.]: Wydawn. Uniwersytetu Śląskiego. p. 88. ISBN 9788322608500
- ↑ Ethnologia Polona. [S.l.: s.n.] 1999. p. 17
- ↑ Sukumar Periwal (1º de janeiro de 1995). Notions of Nationalism. [S.l.]: Central European University Press. p. 112. ISBN 978-1-85866-022-6