Guaianases

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Guaianases | |
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Área | 8,60 km² |
População | (38º) 164.512 hab. (2010) |
Densidade | 17 882 hab/Km² hab/ha |
Renda média | R$ 1 058,87 |
IDH | 0,770 - médio (76°) |
Subprefeitura | Guaianases |
Região Administrativa | Leste |
Área Geográfica | 4 Leste |
Distritos de São Paulo ![]() |
Guaianases[1] é um distrito situado na Zona Leste do município de São Paulo e pertencente à Subprefeitura de Guaianases[2]
História[editar | editar código-fonte]

A formação do distrito de Guaianases é a mesma de Itaquera: ambos nasceram de aldeamentos indígenas e do esforço dos jesuítas, com destaque para o padre Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, que fundaram o colégio Jesuíta para a catequese dos guaianás. O aldeamento prosseguiu, mas "por volta de 1820 os índios já estavam extintos e a terra encontrava-se em mãos de particulares".
Nessa época, o distrito era parada e pousada de viajantes, um ponto de passagem na Estrada do Imperador, que, depois, seguia para as minas de ouro. Existem registros de que a chácara do major Aníbal serviu de estadia para o próprio dom Pedro por mais de uma vez. Como de costume, ergueu-se uma igreja. Dessa vez, em homenagem a Santa Cruz do Lajeado Velho. Onde hoje está instalada a paróquia de Santa Quitéria, foi fundado, a 3 de maio de 1861, o bairro e uma capela chamada Santa Cruz. O bairro era chamado de Lajeado Velho. O local cresceu lentamente com a instalação de diversas olarias nas imediações e com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro do Norte mais tarde foi conhecida como Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1879, foi fundada a nova Capela de Santa Cruz e a antiga teve seu nome alterado para Santa Quitéria, porém viria a ser derrubada em meados do século XX para a construção de um novo templo.
A partir dos anos 1920, o bairro se tornou mais populoso, as olarias e a Estrada de Ferro Norte deram um impulso na economia local. Pela estrada de ferro também vieram os imigrantes italianos e posteriormente os espanhóis a partir de 1912, para dedicar-se à extração de pedras através das Pedreiras Lajeado e São Mateus. Mais tarde, começou o domínio da família Matheus que construiu um grande império no bairro. Em 7 de setembro de 1950, Isidoro Mateus fundou o E.C. Santa Cruz de Guaianases, nome que homenageava a Igreja de Santa Cruz. Até hoje, o time é considerado histórico dentro do futebol amador do estado de São Paulo e tinha a maior torcida da várzea paulistana. Além disso ficou conhecido como "Galo da Central".[3]
Em 1957, o distrito recebeu oficialmente o nome de Guaianases, que era a tribo que o habitava.
A grande população e a falta de indústrias no local deram fama a Guaianases como localidade dormitório.[4]
Atualidade[editar | editar código-fonte]

Guaianases, no extremo leste de São Paulo, já foi apontado como um dos bairros mais precários do município, ao lado de Jardim Ângela, Grajaú, Pedreira, Jardim São Luís e Jardim Helena.[5] Esses dados são alavancados, pois, nesse período, o distrito de Cidade Tiradentes ainda fazia parte da subprefeitura de Guaianases. Então, o distrito agrupava toda essa região também, conhecida como uma das mais carentes do município. Uma região que, por muitos anos, fora esquecida pelas autoridades, com muitas favelas e bairros periféricos.

Segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), no ano 2010, 60,2% dos chefes de família do distrito recebiam, no máximo, três salários-mínimos. Mais de 15% dos 400 mil moradores viviam em regiões invadidas (favelas), número mais alto que o município como um todo: 11%. A taxa de analfabetismo é de 7,7% quando a média do município é de 4,88% e as taxas de defasagem escolar também são altas, muito embora não faltem vagas nas escolas municipais da região, segundo a subprefeitura.
As favelas representam um caso mais complexo. A maioria das ocupações irregulares data de há décadas e boa parte das moradias já é de alvenaria. A solução seria, de acordo com a subprefeitura local, regularizar os espaços, especialmente nos extremos do Jardim São Paulo, Fazenda Santa Etelvina e Passagem Funda.
Educação[editar | editar código-fonte]

O distrito conta com o Centro Educacional Unificado (CEU) Jambeiro, que possui três quadras poliesportivas, dois campos de futebol e três piscinas, além de um telecentro e uma biblioteca. O CEU se transforma em um clube nos finais de semana, e reúne até mil pessoas nos finais de semana mais quentes. O centro oferece, ainda, uma extensa programação cultural, com filmes, shows de música, teatro e campanhas de saúde voltadas à comunidade.
No CEU, estudam mais de dois mil alunos, do ensino infantil até a 8ª série do ensino fundamental. Deste total, 260 estudam em período integral. No tempo extra em que ficam no colégio, os estudantes têm aulas de informática, xadrez e dança, entre outros.
O Distrito de Guaianases ainda conta com várias escolas das redes pública e privada, como, por exemplo, a escola técnica estadual Guaianases.
Transporte[editar | editar código-fonte]

É servido pela Linha 11 do Trem Metropolitano, que dá acesso ao Centro da Capital e aos municípios de Ferraz de Vasconcelos, Poá, Suzano e Mogi das Cruzes. Além disso, é servido por linhas municipais e intermunicipais de ônibus.
As principais vias que ligam o distrito a região central do município são o Corredor Guaianases-Marginal e a Avenida Radial Leste.
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Lista de distritos de São Paulo
- População dos distritos de São Paulo (Censo 2010)
- Área territorial dos distritos de São Paulo (IBGE)
- Telecomunicações em São Paulo
Referências
- ↑ A grafia Guaianazes, embora frequente e usada por vezes até mesmo pelos governos municipal e estadual, é incorreta segundo as normas ortográficas em vigor. O nome da região origina-se no dos índios guaianás, do ramo caingangue, que habitava a região. (MACHADO, José Pedro - Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa).
- ↑ Subprefeitura de Guaianases. Disponível em http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/guaianases/noticias/?p=32303. Acesso em 6 de janeiro de 2017.
- ↑ http://www.paroquiamatrizsaobenedito.com.br
- ↑ «Aniversário de Guaianases é marcado por homenagens». Jornal do Município. Consultado em 30 de maio de 2009
- ↑ Mapeamento das regiões mais vulneráveis da capital, CEM (Centro de Estudos da Metrópole) da USP. 2003